
(A MediaDefender… a empresa da polémica in http://www.mediadefender.com)
Não é do conhecimento público, mas a associação de editores fonográficos e de cinema e vídeo dos EUA contratou uma empresa para destruir ou – pelo menos – prejudicar as redes de distribuição de conteúdos P2P. A empresa é a MediaDefender e recentemente foi notícia por ter enviado oito mil pacotes SYN por segundo para um Tracker BitTorrent que estava a correr na rede da empresa Revision3, uma empresa ligada à área da informação noticiosa de tecnologia muito conhecida nos EUA.
A Revision3 produz e distribui os seus programas através do protocolo BitTorrent e depois de ter sido atacada pela MediaDefender com este intenso ataque dDos ficou fora de serviço durante todo um fim-de-semana, sem presença na Web, nem sequer com acesso aos seus sistemas de correio electrónico. O problema começou quando o cliente BitTorrent que distribui os seus programas foi detectado pela MediaDefender como estando no seu estado de default, isto é, “aberto” e servindo assim para registar e distribuir o conteúdo de outros clientes BitTorrent, alguns dos quais tinham efetivamente trackers para conteúdos que violavam direitos de autor. Quando tal foi detetado pelos sistemas automáticos da MediaDefender, esta passou a fazer aquilo para que lhe pagam e não tardou a injetar conteúdos falsos nas cadeias de BitTorrent, de forma a corromper os ficheiros recolhidos por esta via, afetando de permeio os ficheiros legais da própria Revision3. Quando na sexta-feira que precedeu este “fim-de-semana negro” para a Revision3, um técnico detetou que o seu cliente BitTorrent estava “aberto”, fechou-o limitando-o a divulgar apenas Torrents internas, da Revision3. Ora isso desencadeou uma resposta automática da MediaDefender, que considerou a mudança de estado do cliente BitTorrent como uma tentativa de a iludir e passou a usar os seus mais de oito mil servidores para lançar um ataque distribuído contra a rede da Revision3, aterrando-a completamente durante quase 3 dias.
Esta notícia, e outra que refere que a Universidade de Washington recebeu uma notificação legal contra o download ilegal de filmes do “Indiana Jones” e do “Iron Man” por parte de… três impressoras laser. Os endereços tcp/ip em causa foram localizados por agentes de software instalados pelos representantes das editoras na rede da Universidade. Estes agentes são uma espécie de clientes BitTorrent limitados, que recebem pedidos, mas que não os distribuem e permitiram localizar pedidos por parte destas duas impressoras porque os endereços IP das impressoras eram dhcp e logo, foram reutilizados… em consequência as editoras emitiram 400 e tal cartas ameaçando com processos judiciais (397 estudantes e 3 impressoras).
O FBI está a estudar se existem bases para acusar a MediaDefender, mas estes dois incidentes mostram que o cerco da indústria fonográfica e do cinema está a apertar-se contra as redes de P2P e que provavelmente… não a teremos a funcionar durante muito mais tempo! Especialmente se a moda de usar empresas como esta se propagar pelo mundo fora, entre as associações de media nacionais e se cada uma destas empresas tiver apenas uma parte dos meios da MediaDefender: 2 mil servidores e uma ligação dedicada de 9 Gb à Internet.
Fontes:
http://www.boingboing.net/2008/06/05/entertainment-indust-1.html http://blog.wired.com/27bstroke6/2008/05/mediadefender-d.html?cid=117123750
http://www.mediadefender.com/
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