(Manuel Vicente in http://www.worldreport-ind.com)
“Sonangol e Galp disputam a Enacol, empresa distribuidora de combustíveis em Cabo Verde. Disputam não, disputavam. Porque Manuel Vicente, presidente da petrolífera angolana, esclareceu: “A Galp hoje tem de obedecer as nossas instruções em Cabo Verde. Nós somos os patrões, vamos ditar as regras do jogo. Ponto final”. Logo vieram os sócios portugueses da Galp dizer que as relações são excelentes, que foi um «lapsus linguae». Não foi, não. Querem o dinheiro angolano, não querem? Então, habituem-se, porque a Sonangol vai mesmo exercer o seu poder.”
Expresso, 01 de Março de 2008
Infelizmente são atitudes como esta por parte de certas élites angolanas – e infelizmente não tão raras como isso – que servem de barreira a uma maior aproximação entre os povos lusófonos… “Nós somos os patrões“? Mas que tipo de estatuto moral e de educação pública tem este gestor para merecer ocupar o cargo que ocupa na petrolífera angolana? Tamanha barbaridade não devia ter merecido uma severa repreensão pública, não só da Sonangol (já que falamos do presidente da própria empresa), mas por parte dos visados que neste discurso demagógico e populista são tratados como “moços de recados”?
São este tipo de complexos (de culpabilidade por parte dos portugueses e de revanchismo por parte deste angolano) que cavam fossos entre os dois países que têm muito mais a uni-los do que certa élite altamente corrupta que governa Luanda e que as élites ineptas e lassas que se vão alternando no Poder, em Portugal gostariam de crer…
Portugal e Angola têm muito mais a uni-los do que declarações imbecis proferidas por presidentes acéfalos e todos os dias temos testemunhos pessoais disso mesmo…. Por exemplo: No recente desastre de uma derrocada da prisão da judiciária angolana, as mulheres interrogadas na televisão exprimiam-se todas elas em bom e fluente português? E não pertenciam certamente a nenhuma élite cultural ou social angolana… Eram mulheres das chamadas “classes baixas” presentes naquele local porque tinham familiares detidos e soterrados por debaixo dos escombros de um edifício público que o governo angolano não soube manter de pé.
É esta fala comum que nos une. Não são idiotas imerecedores de cargos públicos ou privados como o idiota que dá pelo nome de Manuel Vicente, por acaso e por “compadrio necessário” conhecido como “presidente da Sonangol”.
Comentários Recentes