
Pernambuco no tempo dos holandeses (http://www.nordesteweb.com)
“Os holandeses, que ocuparam Pernambuco em 1630, perceberam a dependência da região da mão-de-obra escrava africana e ocuparam Luanda em 1641. O restabelecimento do domínio português sobre Angola e São Tomé depois da restauração da independência de Portugal em 1640 foi obra dos brasileiros. Em 1648, são os comerciantes do Rio de Janeiro que financiam uma armada comandada por Salvador Correia de Sá que retoma Luanda e expulsa os holandeses.”
Miguel Jasmins Rodrigues
Esta é a grande singularidade do “império português”: a recuperação das colónias perdidas para essa nação de piratas e mercadores que era a Holanda de então é feita por uma colónia e não pela metrópole ou “cabeça” desse império. Tal situação, assim como a própria recuperação do Brasil que foi feita pelos próprios “brasileiros” é absolutamente única na história do colonialismo europeu no mundo e expõe claramente a singularidade da relação pós-colonial que no século XVII já descrevia a natureza da ligação entre a metrópole a “colónia” Brasil. A verdadeira independência do Brasil não deve assim ser recuada a Ipiranga, mas ao momento em que ao arrecuo da recomendação de António Vieira em deixar o Pernambuco aos holandeses em troca da paz no resto do mundo, os brasileiros se erguem contra esta vontade dos “reinóis” de Lisboa e se armam e expulsam os invasores Calvinistas da mais rica província brasílica.
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