
Militares nigerianos (http://saharareporters.com)
Os países da CEDEAO – entidade regional de que faz também parte a Guiné-Bissau – estão a preparar-se para enviar para este país lusófono uma força de 638 militares com a missão de proteger os civis e o governo legítimo da Guiné-Bissau. Esta decisão surge já depois dos golpistas em Bissau terem dito que não aceitariam qualquer “intervenção estrangeira”… o que revela que os países da região também já perderam a paciência com os militares guineenses e que não levam a sério, nem as suas ameaças nem a sua capacidade militar para as concretizar.
Segundo fonte da CEDEAO, a força militar entrará na Guiné-Bissau entre esta semana e a próxima incluindo militares da Nigéria (o contingente mais numeroso), da Costa do Marfim, do Senegal e do Burkina Faso. A CEDEAO prepara esta entrada nas fronteiras guineenses para os dias subsequentes à autorizacao do Conselho de Segurança e à saída dos 500 militares angolanos de Bissau.
A decisão da CEDEAO causa alguma surpresa e deixa-nos expectantes pela sua concretização, ja que revela uma notável capacidade de organização e de mobilização por parte dessa organização regional africana. Causa também algumas apreensões já que na última intervenção desta organização regional na Guiné-Bissau as forças guineenses – então comandadas por Ansumane Mane – acabaram por dar muito boa conta de si e praticamente expulsar o melhor exercito regional: o senegalês… a presença – ainda por cima dominante – dos nigerianos nesta força causa também grande preocupação ja que estes militares são conhecidos pela sua indisciplina e violência e dos senegaleses devido à questão de Casmansa…
Este anúncio pode tratar-se também de uma forma de pressão diplomática contra a Junta Militar que governa em Bissau, levando-a a devolver o poder aos crise e a restaurar a legalidade neste país… mas se concretizar representa um falhanço clamoroso para a CPLP que não conseguiu organizar uma força semelhante a tempo e que assim mais uma vez deu razão a esta Carta Aberta que pode ainda subscrever aqui:
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