Israel terá perto de 9000 homens, incluindo MBTs Merkava, APCs e peças de artilharia junto à fronteira com Gaza. Existem vários valores para a quantidade de forças que o Hamas terá em armas. Supõe-se que terá 15 mil homens de “élite” e outros 10 mil civis armados no seu ramo armado designado de “Brigadas Izz ad-Din al-Qassam”.
As Brigadas têm dado provas de serem extremamente resiliente, sendo capaz de resistir a várias mudanças de liderança mantendo sempre elevados graus de eficiência, devido à sua estrutura de comando altamente autónoma e descentralizada. Isto permite também uma rápida regeneração da liderança, e permitiu ao movimento resistir eficazmente a várias incursões israelitas. As suas ligações com o Irão e com o Hezbollah libanês são evidentes, tendo recolhido do segundo muitos ensinamentos da derrota israelita no Líbano e encontrado no Irão o seu principal financiador e fornecedor de armamento, entre os quais se contam os conhecidos foguetes artesanais Al Qassam, assim como foguetes de médio alcance convencionais, além de mísseis anti-tanque e anti-aéreos. Os bombardeamentos dos últimos dias terão destruído perto de um terço do stock de armamento do Hamas, mas este terá ainda perto de 2000 foguetes e mísseis, ou seja, o bastante para alimentar uma resposta pelo menos durante duas semanas…
Além das Brigadas, o Hamas pode ainda alinhar uma força de polícia, formada a partir de Maio de 2006, com alguns milhares de homens, que enfrentou com sucesso as milícias da Fatah, em Gaza, expulsando-as para a Cisjordânia.
Perante tal força, no terreno mais densamente povoado do mundo (Gaza) e contando com forças numericamente inferiores, mas tendo retirado as devidas lições do fracasso da ofensiva contra o hezbollah libanês, não acreditamos que as IDF tenham nos seus planos uma reocupação da Faixa de Gaza. Para tal precisariam de mobilizar pelo menos dez vezes os recursos que têm agora na fronteira. Tudo indica que estas forças estão aqui para cumprir um quadro múltiplo de missões muito mais limitadas que a simples reocupação do território:
1. Servir de tampão contra as previsíveis incursões de comandos do Hamas para o interior de Israel.
2. Dar cobertura a operações “relâmpago” de forças especiais como aquelas que o Hamas diz ter repelido ontem em Shijaiyah pelas 23:00, avançando com meios pesados (blindados) se estas forças ligeiras se virem encurraladas.
3. Ocupações temporárias de pequenas regiões fronteiriças a partir de onde sejam lançados ataques e foguetes.
É de esperar que estas operações – principalmente aéreas – das IDF prossigam até à tomada de posse de Barack Obama a 20 de janeiro. Por isso, e tendo em conta que a lista de perto de 50 alvos estratégicos elaborada pelos serviços secretos israelitas está praticamente esgotada, haverá daqui em diante os chamados “ataques de oportunidade” a líderes do Hamas e a depósitos de armamento ou concentrações de forças armadas até dia 20, intercalados por operações de forças especiais, reservadas para operações que sejam impossíveis de realizar exclusivamente com meios aéreos. É também do interesse de Israel terminar rapidamente com estas operações… Quanto mais tempo elas durarem, mais vítimas civis haverá e mais difícil será para a a Fatah, na Cisjordânia, aparecer como opositora do Hamas e mais apoios locais ganhará entre uma população onde começava a perder o apoio (menos de 20% da população de Gaza apoiaria em novembro o Hamas, segundo uma sondagem da Fundação Fredrich Ebert).
Fontes:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1354815&idCanal=11
http://en.wikipedia.org/wiki/Hamas
http://en.wikipedia.org/wiki/Izz_ad-Din_al-Qassam_Brigades
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