A General Motors estava à beira do colapso absoluto ainda não há muito pouco tempo atrás… Por isso a sua recente (e renovada) aposta num carro elétrico como Volt é vital para o futuro da empresa.
O carro será conhecido como “Chevrolet Volt” e será capaz de funcionar a baterias ou a gasolina quando a carga destas se esgotar. E mesmo neste “modo de recurso”, o Volt será capaz de exibir um notável consumo de 1,2 litros de gasolina por cada cem quilómetros.
O Volt estará no mercado até finais de 2009, mas a um preço do Prius, da Toyota, o híbrido mais vendido de sempre. Isso poderá comprometer o sucesso do carro, especialmente em período de crise a até a sobrevivência da GM, já que dada a dimensão da crise da construtora, o espaço para falhanços rotundos é de zero…
O Proteccionismo estende as suas asas paulatinamente um pouco por todo o mundo… A China reinstaurou os subsídios às exportações. Nos EUA, o governo federal injecta biliões de dólares numa indústria automóvel à beira do colapso e com passivos babilónicos. Até no Japão, país que sempre liderou neste campo, o governo nipónico se prepara para ajudar a Toyota, a empresa que ainda há pouco menos de um ano, ultrapassava a gigantesca GM como a maior construtora mundial e exigia padrões de saúde financeira invejáveis.
O Japão irá agora injectar até quatro mil milhões de euros, respondendo assim ao apelo da construtora que tem um peso tão elevado nas exportações japonesas.
Na Europa, a Opel, adquirida pela colapsante GM no passado, tenta libertar-se do peso opressivo do fracasso da casa-mãe. A GM, intensamente auxiliada pelo governo dos EUA não encara as suas operações europeias como prioritárias e ameaça encerrá-las se os governos europeus não injectarem capital na sua subsidiária Opel, à semelhança do que está acontecer nos EUA. Se a Opel estourar, leva consigo 30 mil empregos um pouco por toda a Europa… Mas não já em Portugal, já que a empresa encerrou em 2006 deixando 1200 desempregados e uma produção deslocalizada para Espanha. A GM europeia pede 3,3 mil milhões de euros ao governo alemão e também está a pressionar os governos britânico, espanhol e polaco pedindo outras verbas, mas não especificadas.
Estas ajudas governamentais são uma prova evidente do colapso dos mecanismos da sã concorrência. Se uns governos estão a injetar biliões de dólares nas suas construtoras nacionais, isso não irá colocar automaticamente em desvantagem os países que não seguem idêntica conduta e aqueles que o não podem fazer em idênticos volumes de ajuda? E onde ficará Portugal – onde esse sector tem um peso tão importante nas exportações – se o nosso Governo não fôr capaz de acompanhar as ajudas que EUA, França, Espanha, Polónia, etc estão a dar aos construtores instalados nos seus territórios? Que motivação terá a Wolkswagen, a PSA, a fábrica remanescente da Opel, etc, para manterem as suas operações em Portugal se forem cumuladas com chuvas de ajudas estatais noutros países da UE? Obviamente que estas ajudas deviam ser coordenadas internacionalmente, para não distorcerem ainda mais os mecanismos de concorrência e prejudicarem ainda mais os países cujos Estados têm menos capacidade de resposta financeira. Mas isso não está a suceder… Em França, por exemplo, Sarkozy está a vestir o fato “do nacionalismo económico” sem grandes pudores… e a Alemanha, prepara-se para fazer outro tanto com as suas construtoras. De facto, estas atitudes isoladas e desconcertadas são contra-produtivas e se a Comissão Europeia não fosse gerida por esse cherne incerto que é Fujão Barroso, já teria agido, banido essas ajudas nacionais e implementado um programa europeu, concertado, paritário e uniforme que abrangesse todas as fábricas automóveis europeias. Mas para isso… Fujão Barroso, teria que ser outro e a UE teria que ser mais do que uma mera repartição de finanças à escala europeia…
Quem parece estar a ficar para trás… enredado ainda nas ajudas ao sistema financeiro, é Portugal…
Para mal das construtoras instaladas em Portugal, dos empregos que elas mantêm e das nossas exportações.
E não me falem da linha de crédito para o sector automóvel, com os seus 200 milhões… valor ínfimo (e ainda não totalizado) das verbas que estão sobre a mesa.
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