Os dezasseis Epsilon TB-30 embora tenha já mais de vinte anos de serviço, continuam em bom estado operacional, sobretudo devido a uma cuidada manutenção e à abundância de peças de reposição.

Alpha Jet da FAP em http://cdn.globalaircraft.org
Dos 50 Alpha Jet recebidos da força aérea alemã, apenas 15 estão hoje em inventário, havendo contudo um numero não especificado de aparelhos em armazém que são usados para peças. Dos 15 aparelhos, apenas 8 estão disponíveis a cada momento, um valor baixo que se justifica pela idade elevada dos aparelhos. É certo que a aquisição destes aviões representou um incremento notável na capacidade de treino avançado da FAP e até na de ataque ligeiro, mas a sua substituição é urgente… Infelizmente, os problemas orçamentais tornam essa substituição improvável antes de 2015. Sabe-se que o Pilatus PC-21 e o KAI T-50 sul coreano estão a ser avaliados, esperando nós que seja o mais versátil e competente avião coreano o seleccionado.

Alouette III em http://www.emfa.pt
Existem ainda 12 helicópteros AS-316B Alouette III disponíveis no Esquadrão 552. A sua idade impressionante (45 anos!) exprime bem a qualidade da manutenção na FAP e a extrema fiabilidade do modelo sendo útil em muitas missões, desde o SAR até a missões de apoio, mas hoje é usado sobretudo em missões de treinamento. As incríveis 314 000 horas de voo (julho de 2008) demonstram também de forma cabal a urgência da sua substituição, mas aqui a situação ainda é mais incerta do que com os Alpha Jet, havendo rumores sobre a sua substituição por helicópteros AgustaWestland AW109 Power ou Eurocopter EC120 Colibri, mas apenas depois de 2011, uma lenta substituição que implicara que os Alouette III estarão em operação durante cinquenta anos!

Eh101 Merlin em http://www.emfa.pt
Apenas os helicópteros EH101 Merlin são modernos, sendo no seu tipo provavelmente o aparelho mais sofisticado do mundo e uma adição vital para as missões que a FAP tem que cumprir. Infelizmente, erros de contrato e dificuldades quanto a peças de reposição levaram a que todos os helicópteros estivessem colados ao solo durante meses, algo que obrigou a recorrer a improvisações e a reativar alguns helicópteros Puma.

Dois P-3P da FAP em http://www.emfa.pt
A esquadra 601 de aviões de reconhecimento marítimo estava também perigosamente ultrapassada, uma limitação que foi felizmente resolvida com a transformação do primeiro P-3 para a versão CUP (“Capability Upkeep Program”), devendo estar pronto o primeiro P-3 em finais de 2009. Esta modernização contudo não virá cedo demais… Dos 7 aparelhos estacionados em Beja, dois são P-3P, 3 são P-3C modernizados para o padrão II.5 e os dois P-3 CUP. Mas destes sete aparelhos, por motivos técnicos, apenas 1 P-3P está operacional, o que representa uma redução dramática das capacidades de vigilância marítima da FAP, até pelo menos 2010, altura em que mais aparelhos estarão modernizados para o padrão CUP.
Em suma, desta lista de aparelhos – que exclui intencionalmente os aviões de “primeira linha” da FAP, os F-16 – estamos perante um preocupante cenário. Com excepção dos EH101 praticamente todos os meios carecem de substituição urgente, estando a sua maioria em operação há mais de 20 anos e havendo alguns (os Alouette III) que serão utilizados durante cinquenta anos consecutivos! Esta situação vai obrigar a realizar pesados investimentos nos próximos dez anos, em praticamente todos os sectores da FAP, que serão obrigatórios para manter os nossos compromissos mínimos no quadro da OTAN… Talvez então as Ogma tenham já a capacidade para construir localmente alguns destes novos aparelhos… Se não, todos estes investimentos terão reduzido impacto no tecido económico português, alem de um sensível mas inevitável agravamento do défice orçamental, claro.
Fonte:
Air Forces Monthly, março de 2009
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