Na última reunião dos ministros da Agricultura da União Europeia foi decidida uma forte redução dos subsídios que todos os anos a União deposita nos cofres dos agricultores europeus. Apesar desta forte redução continuam a ser canalizados para as ajudas à agricultura europeia largos biliões de euros por ano…
Estima-se que os contribuintes da EU paguem dois euros e meio por cada vaca europeia. Ora, sabe-se que existem hoje mais de 1,2 biliões de pessoas no mundo que vivem com menos de um euros por dia, e quantos destas pessoas não têm elas próprias algumas rezes e têm que enfrentar a concorrência dos produtos agro-pecuários europeus, altamente subsidiados por algumas das mais ricas nações do mundo.
Se a agro-pecuária africana não consegue prosperar e dar a independência alimentar a África por causa dos subsídios mas também das ajudas alimentares gratuitas que nem sempre são distribuídas com os melhores critérios (por vezes importa mais escoar excedentes do que acudir à fome). Esta injustiça não é contudo exclusiva aos europeus… Mesmo os EUA, onde os adeptos do neoliberalismo e da globalização têm tido mais influencia nas últimas décadas, só os produtores de algodão amealharam mais de 4,2 biliões de dólares em auxílios federais.
Os países desenvolvidos têm procurado manter as suas agriculturas mesmo à custa da miséria de muitos países do Terceiro Mundo, especialmente em África, o continente onde a fome é cada vez mais endémica e onde as perspectivas de vida são cada vez mais negras. O estafado modelo dos auxílios alimentares a partir de excedentes europeus é imoral e ineficiente porque não ataca na fonte o problema da dependência alimentar africana. Urge portanto encontrar modelos de verdadeiro auxilio ao Desenvolvimento, propiciando a autonomia e as economias locais dos países africanos e transferindo para estes auxílios à agricultura local uma parcela significativa dos subsídios agrícolas europeus e norte-americanos. Para combater a fome, mais do que alimentos, devem ser dada sementes… Sem esquecer auxílios alimentares de urgência, naturalmente.
Fonte:
www.dw-world.de
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