Vamos falar baixinho. Não pensemos em nada que diga respeito à vida cívica, política e social. Sejamos “cordatos”, não protestemos, nem pensemos sobre tudo o que nos diz respeito, apenas sobre os nossos interesses pessoais ou mais imediatos (como os animais). Engordemos como porcos, insultando o privilégio de uma vida Humana e consumindo gorduras e calorias como se isso fosse a nossa principal ou única razão de Ser. Deixemos o domínio da vida humana plena (cívica e política) aos fabricadores de opiniões que todos os dias nos entram casa dentro pelas televisões nos cada vez mais breves intervalos entre notícias de Bola.
Inscrevamos todos os nossos filhos em equipas de futebol júnior e infantil, passemos horas das nossas atividades supostamente produtivas falando dos seus feitos (!) desportivos, debatendo inocuamente (como o Sistema gosta) política, dizendo mal de tudo e todos mas nunca (sobretudo!) Fazendo nada para mudar a situação que criticamos.
Mereçamos, o Negro ponto onde estamos e deixemos que o sangue vertido pelos nossos antepassados escorra pelas sarjetas para o mais anónimo dos esgotos correndo para o norte da europa, de quem nos tornaremos um país de criados de mesa ou de pedintes crónicos. Esmolemos os seus Neo-Marcos (ou “pós-Euros”) em salários de miséria ou esmolas quando visitarem este enorme Clubmed que os Bildeberguianos desenharam para nós e que este povo de bovinos, bovinamente, aceitou ser.
E de permeio, não nos esqueçamos de mugir. Assim, certamente que seremos suficiente “cordatos” para agradar ao Poder. Ou não. Porque esse Poder é supremamente indiferente a nós, desde que não nos revoltemos e aceitemos ser um Portugal dos Pequeninos enquanto lentamente nos evaporamos entre loas passistas às mágicas virtudes raciais dos povos do norte e sob camada sucessiva de esbulho fiscal gaspariano.
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