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Lisboa
Petição para TRAVAR o airbnb (e outros) e salvar o que resta do Arrendamento Familiar e de longa duração
Uma Junta de Freguesia para a Lisboa do Século XXI
Assembleia Municipal de 8 de Novembro de 2016
Guia para um percurso no Cemitério do Alto de São João (Lisboa)
1
O Cemitério do Alto de São João foi mandado construir em 1833 pela Rainha Dona Maria II aquando da epidemia de cólera morbus que assolou a cidade de Lisboa, servindo ainda hoje a zona oriental da cidade. Foi durante mais de um século o cemitério da cidade tendo sido escolhido pela Primeira República como local para homenagear os seus heróis.
2
A epidemia de Cólera entre 1832 e 1833 assolou a Europa. A doença era conhecida há longo tempo, por ser endémica na Índia aonde, no entanto, se manteve circunscrita até à década de 1820 quando atingiu a Rússia e continuou a progredir para ocidente. A cólera chegou a Portugal “trazida a bordo de um navio que, de Ostende[i], transportava soldados para ajudarem D. Pedro no cerco do Porto”, quando já tinha atacadocom grande virulência em Paris, no mês de Abril desse ano de 1832.
3
Na altura, situado “fora de portas”, zona rural de grandes quintas, passou a cemitério de gestão pública em 1841, após a legislação publicada em 1835.
Ocupava a Quinta dos Apóstolos. Inicialmente ajardinado, está arborizado com ciprestes, eucaliptos, robínias, alfarrobeiras, jacarandás, entre muitas outras.
Esta «QUINTA DOS APÓSTOLOS» Os padres da «COMPANHIA DE JESUS», (que seriam possivelmente os APÓSTOLOS citados), primitivos donos da quinta, já nada têm ali que os recorde.
4
O primeiro forno crematório do país foi construído neste cemitério em 1925, tendo sido desativado alguns anos mais tarde por razões políticas, sendo reativado em 1985[1] .
A cremação em Portugal foi um processo que se iniciou com debates e artigos de opinião, produzidos por grupos e individualidades dos setores mais progressistas da sociedade de oitocentos, mas só na 1.ª República, em 1912, teve início o processo de estabelecimento de um Crematório em Lisboa, no Cemitério do Alto de S. João.
Acabadas as obras de arquitetura do edifício, foi necessário esperar por Alfredo Guisado, vereador do Pelouro dos Cemitérios em 1925, para concretizar a compra do forno na Alemanha, sua instalação e ensino do correto funcionamento. Alfredo Guisado foi um entusiástico apologista da cremação, chegando a propôr em Sessão de Câmara que fossem cremados os cadáveres destinados a vala comum.
A primeira cremação em Portugal aconteceu finalmente em 28 de novembro de 1925. O crematório foi encerrado em 1936 e, em parte por pressão da comunidade Hindu, a Câmara Municipal de Lisboa reativou-o em 1985.
Em Portugal até 2002 existiam apenas três fornos crematórios em funcionamento; o mais antigo, no Cemitério do Alto de S. João em Lisboa, o do Prado do Repouso no Porto e o do Cemitério Municipal de Ferreira do Alentejo, cuja construção foi custeada por um particular.
2 após entrar
Jazigo da Santa Casa da Misericórdia (esquerda)
O edificado arquitetónico é tanto de autoria desconhecida como de arquitetos ou canteiros conceituados. Temos por exemplo na entrada do lado esquerdo o Jazigo dos Beneméritos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, do arquiteto Adães Bermudes
Jazigo neomanuelino ricamente trabalhado, construído, entre 1906 e 1909, para albergar os restos mortais daqueles que, em vida, haviam apoiado a Misericórdia de Lisboa.
Jazigo dos Viscondes de Valmor (à direita)
mecenas das artes e criador do Prémio de Arquitetura com o seu nome, do arquiteto Álvaro Machado, ladeado por quatro estátuas dos escultores Costa Mota, Fernandes Sá, Tomás Costa e Moreira Rato (sobrinho) que representam respetivamente a Arquitetura, a Escultura, a Gravura e a Pintura.
3 subir até capela, contornar e seguir para Cândido dos Reis
Túmulo conjunto de Cândido dos Reis (Almirante) e Miguel Bombarda (Hospital)
Almirante Reis
Iniciou a sua carreira na Marinha como voluntário, aos dezassete anos, sendo sucessivamente promovido até ao posto de vice-almirante. Em 1 de Outubro de 1870 é Guarda-marinha. Reforma-se em Julho de 1909.
Dedicou-se, especialmente, às enfermidades do sistema nervoso, tendo, por este motivo, sido convidado para dirigir o Hospital de Rilhafoles[3] , posição que começou a ocupar em 1892[1] ; reorganizou e melhorou esta instituição
Aí exerceu igualmente as funções de cirurgião hospitalar, e ao reorganizar a sua gestão acabou por o dirigir, desde 1892.[1] . Foi, igualmente, médico no Hospital de São José.[1]
Publicou várias dezenas de volumes e cerca de meio milhar de ensaios, a debruçar-se sobre os problemas clínicos terapêuticos e sanitários[1] , e sobre a Psiquiatria.[3] Defensor do anticlericalismo e do monismo naturalista e materialista, provocou polémica quando editou o livro, A Consciência e o Livre Arbítrio, em 1897, e realizou várias conferências, como a Ciência e Jesuitismo, e a Réplica a Um Padre Sábio.
Elias Garcia
Fundou em 1854 o periódico O Trabalho, a primeira publicação abertamente republicana em Portugal. Foi Vereador e em 1878 Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, onde tem uma Avenida com o seu nome. Foi eleito Deputado Reformista a partir de 1870 e Deputado Republicano em 1890.
Machado Santos alistou-se na Armada Portuguesa em 1891 iniciando uma carreira de comissário naval que o levaria ao posto de comissário de 2.ª classe (segundo-tenente) aquando da Revolução de 5 de Outubro de 1910.
virar à direita (?)
Heliodoro Salgado
Apesar de ter obtido habilitação para o magistério primário, cedo enveredou pelo jornalismo, trabalhando em O Operário, um periódico de tendências socialistas, ligado ao Partido dos Operários Socialistas, de que era militante. Foi-se progressivamente aproximando do campo republicano, ao qual aderiu publicamente na sequência do movimento de repúdio nacional desencadeado pelo ultimato britânico de 1890. Nas eleições gerais de 30 de Março de 1890, foi candidato a deputado integrado na lista republicana apresentada no círculo eleitoral do Porto, mas não foi eleito, obtendo uma votação decepcionante.[3]
Nos seus escritos, dispersos por dezenas de periódicos, demonstrou grande sensibilidade para as questões sociais, defendendo a instrução popular e a melhoria das condições de vida das classes trabalhadoras. A sua escrita apresenta grande acutilância, razão pela qual a sua publicação foi por diversas vezes alvo da censura e levou a que fosse em diversas ocasiões preso
Era também tido como um grande orador, com participação frequente nos comícios organizados pelos republicanos.
Considerado como o protótipo do proletário intelectual[4] e um dos progenitores do anarquismo intervencionista,[5] manteve-se afastado dos partidos políticos, que considerava improgressivos como congregações. O seu forte pendor anticlerical e anticatólico, bem patente nos seus escritos, fizeram dele uma personalidade controversa na sociedade portugues
Possuía profundos conhecimentos sobre temas religiosos e manteve contacto com diversas personalidade portuenses que pretendiam uma reforma da Igreja Católica Portuguesa, na linha da Reforma Protestante, tendo mesmo colaborado no periódico Reforma com várias figuras republicanas do Porto, entre as quais Emídio de Oliveira e Latino Coelho.
Faleceu em Lisboa a 12 de Outubro de 1906, com apenas 45 anos de idade. Tendo-se espalhado o boato de que teria sido assassinado em resultado do seu anticlericalismo, o seu enterro, realizado a 14 de Outubro, o domingo seguinte ao dia da sua morte, foi acompanhado por mais de 50 000 pessoas de todas as classes sociais, numa afirmação do valor e apreço em que era tido.
Segundo a lenda, José de Arimateia teria recolhido no ‘Cálice usado na Última Ceia (o Cálice Sagrado), o sangue que jorrou de Cristo quando ele recebeu o golpe de misericórdia, dado pelo soldado romano Longinus, usando uma lança, depois da crucificação.
A etimologia do Santo Graal tem inúmeras procedências, dentre as quais compara-se San Graal com SanG Real em referência ao imaculado sangue de Cristo coletado em um gradalis – cálice em latim. Com o brilho resplandecente das pedras sobrenaturais, o Graal, na literatura, às vezes aparece nas mãos de um anjo, às vezes aparece sozinho, movimentando-se por conta própria. Porém, a experiência de vê-lo só poderia ser conseguida por cavaleiros que se mantivessem castos.
Transportado para a história do Rei Arthur, onde nasce o mito da taça sagrada, encontramos o rei agonizante vendo o declínio do seu reino. Em uma visão, Arthur acredita que só o Graal pode curá-lo e tirar a Bretanha das trevas. Manda então seus cavaleiros em busca do cálice, fato que geraria todas as histórias em torno da Busca do Graal.
Lugar alternativo do Monte Gólgota, a leste de Jerusalém, próximo ao Jardim do Túmulo
O Novo Testamento descreve o Calvário como “perto de Jerusalém” (João 19:20), e fora das muralhas da cidade (Hebreus 13:12). Isso está de acordo com a tradição judia, em que Jesus foi também enterrado perto do lugar de sua execução.
O imperador Constantino construiu a Igreja do Santo Sepulcro sobre o que se pensava ser o sepulcro de Jesus entre 326 e 335, perto do lugar do Calvário. De acordo com a tradição cristã, o Sepulcro de Jesus e a Verdadeira Cruz foram descobertos pela imperatriz Helena de Constantinopla, mãe de Constantino, em 325. A igreja está hoje dentro das muralhas da Cidade Antiga de Jerusalém, após a expansão feita por Herodes Agripa em 41-44, mas o Santo Sepulcro estava provavelmente além das muralhas, na época dos eventos relacionados com a vida de Cristo.
Dentro da Igreja do Santo Sepulcro há uma elevação rochosa com cerca de cinco metros de altura, que se acredita ser o que resta visível do Calvário. A igreja é aceita como o “Sepulcro de Jesus” pela maioria dos historiadores e a pequena rocha dentro da igreja como o local exato do Monte Calvário, onde a cruz foi elevada para a crucificação de Jesus.
O Jardim do Túmulo fica ao norte do Santo Sepulcro, localizado fora da atual Porta de Damasco, em um lugar certamente utilizado para enterros no período bizantino. O jardim tinha uma penhasco com dois grandes buracos fundos, que o povo dizia serem os olhos da caveira.
Passou depois o título de visconde a ser outorgado como dignidade honorífica autónoma, hierarquicamente inferior a conde e superior a barão.
Raramente concedido durante os séculos XV, XVI, XVII e XVIII, foi durante o Liberalismo no século XIX outorgado com maior frequência, embora geralmente por apenas uma ou duas vidas, tornando-se o título nobiliárquico português com maior número de criações.
Os primeiros anos do século XIX são muito complexos, devido essencialmente à sucessão de problemas políticos, nomeadamente a fuga da família real para o Brasil em 1807, devido às invasões francesas, posterior/consequente domínio inglês, revolução liberal em 1820, regresso da família real em 1821, independência do Brasil, a perda do comércio colonial com a antiga colónia em 1822 (dramático golpe na economia portuguesa), contrarrevolução absolutista e, finalmente, guerras liberais, conservando a instabilidade até 1834.
Em toda a Europa a arquitectura romântica copia os estilos do passado, principalmente o gótico, mas também o românico e o renascimento, bem como as arquitecturas árabe e bizantina, reflectindo o crescente interesse pela história.
Em Portugal a situação é diferente. O gótico português segue a corrente mendicante, ou seja, adopta os princípios ideológicos das ordens mendicantes, baseados na simplicidade e recusa de toda a ostentação ou de todo o luxo, com características próprias, sem copiar a arquitectura francesa, modelo seguido na época pela generalidade dos países europeus. Os edifícios de grande aparato, cobertos de decoração tipicamente gótica, são um pouco mais tardios e, muito frequentemente, fazem a transição para o manuelino, como o Mosteiro da Batalha ou o Convento de Cristo em Tomar. O facto de o manuelino coincidir com o reinado de D. Manuel I, logo com o período mais importante das descobertas, disponibilizando grandes quantidades de capital utilizado generosamente em edifícios religiosos, tornando este estilo muito decorado e original, também é fundamental. Quando a sensibilidade romântica se vira para o passado, procurando referências nacionalistas, obviamente elege o manuelino como expressão máxima da criatividade arquitectónica portuguesa, baseando-se no argumento de ser uma arquitectura puramente nacional.
O neomanuelino é uma arquitectura revivalista, tipicamente romântica, copiando os aspectos mais superficiais da decoração manuelina, aplicada em edifícios adaptados às necessidades do seu tempo. Recorre aos progressos técnicos surgidos com a revolução industrial, tanto ao nível de materiais como de máquinas, escondendo construções modernas, frequentemente com estruturas metálicas (a vanguarda da época). Utiliza todo o tipo de inovações como o tijolo ou revestimentos cerâmicos industriais, preservando, sempre que possível, questões básicas, desenvolvidas no neoclassicismo, como a funcionalidade e a rentabilidade da arquitectura, simplesmente adaptados a outra estética. Segue as grandes construções manuelinas como a Torre de Belém, o Mosteiro dos Jerónimos, Mosteiro da Batalha e Convento de Cristo em Tomar, imitando apenas os motivos decorativos mais evidentes. Na verdade nem se preocupa em copiar fielmente as formas originais. Baseia-se essencialmente na diversidade de arcos, cordas, elementos vegetalistas, cinturões, fivelas, pináculos, contra-fortes e escultura. Concentra a decoração em torno de portas e janelas, como os edifícios originais, mas não tenta copiar os complexos programas iconográficos do manuelino.
Principais edifícios
Palácio Nacional da Pena em Sintra – Aparatoso edifício revivalista no cimo da serra de Sintra, integrado num enorme parque ao estilo inglês (designação da tipologia de jardins que copiam a natureza), com um enquadramento paisagístico verdadeiramente único.
Ouroboros (ou oroboro ou ainda uróboro) é um símbolo representado por uma serpente, ou um dragão, que morde a própria cauda. O nome vem do grego antigo: οὐρά (oura) significa “cauda” e βόρος (boros), que significa “devora”. Assim, a palavra designa “aquele que devora a própria cauda”. Sua representação simboliza a eternidade. Está relacionado com a alquimia, que é por vezes representado como dois animais míticos, mordendo o rabo um do outro.
Segundo o Dictionnaire des symboles [1] o ouroboros simboliza o ciclo da evolução voltando-se sobre si mesmo. O símbolo contém as ideias de movimento, continuidade, auto fecundação e, em consequência, eterno retorno.
voltar à rua
Em 1910 tinha “3544 sócios” e em 1913 “6009”. Teve a Associação um actividade cívica, cultural e benemérita de Instrução assinalável, tendo sido considerada de utilidade pública em 1926. A Associação foi administrativamente extinta e encerrada em 1938.
“Protótipo do proletário intelectual”[David Ferreira, Dicionário de História de Portugal, vol. V, dir. Joel Serrão, Livraria Figueirinhas, Porto, 1992, p. 425-426], Heliodoro Salgado acaba por morrer com 45 anos. Era considerado um grande orador nos comícios organizados pelos republicanos, para defender as causas dos mais fracos e injustiçados socialmente.
Considerado”um dos progenitores do anarquismo intervencionista” [António Ventura, Anarquistas, Republicanos e Socialistas em Portugal. As Convergências Possíveis (1892-1910), Edições Cosmos, Lisboa, 2000, p.193-205], manteve-se ao longo da vida um “franco-atirador” que considerava: “os partidos políticos são, como as religiões, inimigos da novidade. São improgressivos como congregações. Os seus dogmas chamam-se programas. Cada artigo do programa é um artigo de fé.”[Como estas palavras ainda hoje mostram a sua validade! Talvez ainda mais que no passado.] A dimensão e complexidade do seu pensamento pode ser acompanhado no trabalho supra referido, embora seja de destacar a necessidade de um estudo mais aprofundado sobre este autor socialista, republicano e anarquista.
A partir de 1897 instala-se em Lisboa e, logo no ano seguinte, integra a Comissão Municipal Republicana de Lisboa, ainda que como suplente. Preside também ao Centro Republicano Pátria e à Assembleia-geral da Associação Propagadora do Registo Civil.
Dedicava-se à actividade lectiva de Português, Francês, Literatura, História e Filosofia em regime livre para conseguir alguns proventos para sobreviver em termos materiais.
Assumindo-se desde bastante jovem como republicano e livre-pensador. Foi iniciado na Maçonaria em 1890, com o nome simbólico de Lutero, na Loja Obreiros do Trabalho, de Lisboa, pertenceu depois às lojas União Latina, do Porto (1893) e Elias Garcia, de Lisboa (1897). Foi ainda secretário do Vintém das Escolas e redactor da respectiva publicação. Foi um dos participantes na Conferência Nacional Maçónica da Figueira da Foz em Setembro de 1906.
Em 18 de Outubro de 1936 partiram de Lisboa os primeiros 152 detidos, entre os quais se contavam participantes do 18 de Janeiro de 1934 na Marinha Grande (37) e alguns dos marinheiros que tinham participado na Revolta dos Marinheiros ocorrida a bordo de navios de guerra no Tejo em 8 de Setembro daquele ano de 1936.
O Campo do Tarrafal, ou Campo de Concentração do Tarrafal, como ficou conhecido, começou a funcionar em 29 de Outubro de 1936, com a chegada dos primeiros prisioneiros.
A Inglaterra, que mantinha desde há muito uma aliança com Portugal, moveu influências para que o país não participasse activamente na Guerra. O Partido Democrático, então no poder, movido também pelo facto de já existirem combates entre tropas portuguesas e alemãs junto às fronteiras das colónias em África, desde cedo demonstrou interesse em tornar-se parte beligerante do conflito. Em Setembro de 1914 eram enviadas as primeiras tropas para África onde as esperariam uma série de derrotas perante os alemães, na fronteira do sul de Angola com o Sudoeste Africano Alemão e na fronteira norte de Moçambique com a África Oriental Alemã. Apesar destes combates, a posição oficial do Estado português era claramente ambígua. Os partidos de cariz esquerdista estavam ao lado dos regimes da França e da Inglaterra, enquanto que os da direita simpatizavam-se com os regimes das potências centrais (Alemanha e Austro-Hungria). Porém, a questão que se colocava era se Portugal entraria na guerra ou não, já que a entrada de Portugal na guerra seria sempre ao lado da Inglaterra e França. O regime republicano decidiu-se a optar por uma tomada de posição activa na guerra devido a várias razões:
Com vista à manutenção das colónias, de modo a poder reivindicar a sua soberania na Conferência de Paz que se adivinhava com o final da guerra;
No entanto, o principal oponente à entrada de Portugal na Primeira Guerra Mundial foi a Inglaterra. Em Fevereiro de 1916, o antigo aliado português decidiu pedir ao Estado português o apresamento de todos os navios alemães e austro-húngaros que estavam ancorados na costa portuguesa. Esta atitude justificou a declaração oficial de guerra a Portugal pela Alemanha, a 9 de Março de 1916 (apesar dos combates em África desde 1914).
Em 1917, as primeiras tropas portuguesas, do Corpo Expedicionário Português, seguiam para a guerra na Europa, em direcção à Flandres. Portugal envolveu-se, depois, em combates na França.
Neste esforço de guerra, chegaram a estar mobilizados quase 200 mil homens. As perdas atingiram quase 10 mil mortos e milhares de feridos, além de custos económicos e sociais gravemente superiores à capacidade nacional. Os objectivos que levaram os responsáveis políticos portugueses a entrar na guerra saíram gorados na sua totalidade. A unidade nacional não seria conseguida por este meio e a instabilidade política acentuar-se-ia até à queda do regime democrático em 1926.
Notas Soltas:
desembarque do Mindelo
A esquadra organizada por D. Pedro IV, contava com 60 navios, cerca de 8.300 homens, sob o comando do almirante britânico George Rose Sartorius.
A escolha deste local, que perpetuou historiograficamente esta operação militar como “Desembarque do Mindelo”, deveu-se ao facto de nele se poder realizar esta operação com facilidade e segurança, uma vez que o mar se apresentava “bastante profundo quase até à areia”.
Coroa de Flores Significa Respeito.
Cruz e Âncora: Esta combinação refere-se a fé em Cristo. Neste caso, Cristo é a âncora (segurança) da alma.
Acácia: Simboliza a imortalidade da alma.
Flor-de-lis: Significa chama, paixão e ardor.
Papoila: É uma alusão a morte, ou sono eterno da paz.
Rosa: A rosa vermelha representa o martírio de Cristo, e a rosa branca significa pureza e virgindade. Rosas entrelaçadas significam um forte elo afetivo entre o falecido e um familiar (mãe e filho, por exemplo). Um ramalhete de rosas indica beleza e virtudes que o falecido possuia.
Grinalda – Guirlanda: O uso de grinaldas e guirlandas tem origem na civilização grega. Geralmente representa a vitória, ou redenção no cristianismo. A grinalda de louro é encontrada em túmulos daqueles que atingiram destaque nas artes ou na carreira militar. A grinalda de hera simboliza alegria e jovialidade. A Grinalda nupcial é encontrada no túmulo de um jovem noivo, ou noiva. A grinalda adornada com um livro e uma luva, era usada nos túmulos de jovens moças. A grinalda de rosa representa a beleza e virtudes do falecido.
Crânio: No século XVII, o crânio foi esculpido de perfil associado a um fêmur, ou frontal sobreposto aos ossos cruzados. É muito comum encontrá-lo acompanhado da inscrição latina Memento Mori, ou Lembra-te que hás de morrer. Em todas as representações, é mais uma variação da morte personificada.
Acanto: Representa o Jardim Divino, ou o Jardim do Céu.
Cardo: Está associado à tristeza. Também é uma variação da coroa de Cristo; ou representa a
Cachorro – Cervo: Significam lealdade e fidelidade.
Cadeira: Uma cadeira desocupada está associada a morte de uma criança. Simboliza o vazio deixado na vida dos familiares.
Bíblia: A Bíblia é encontrada aberta, representando uma pessoa religiosa.
Livro: O livro possui vários significados: pode representar o Livro da Vida; o aprendizado; o Conhecimento ou memória do falecido.
Tocha: É um dos emblemas da traição, e assim está ligada à crucificação (paixão de Cristo). Uma tocha invertida significa a morte.
Maçonaria, forma reduzida e usual de franco-maçonaria,[2] é uma sociedade discreta e por essa característica, entende-se que se trata de ação reservada e que interessa exclusivamente àqueles que dela participam.[3]
A maçonaria é, portanto, uma sociedade fraternal,[8] que admite todo homem livre e de bons costumes, sem distinção de raça, religião,[8] ideário político ou posição social. Suas principais exigências são que o candidato acredite em um princípio criador, tenha boa índole, respeite a família, possua um espírito filantrópico e o firme propósito de tratar sempre de ir em busca da perfeição,[8] aniquilando seus vícios e trabalhando para a constante evolução de suas virtudes.
Os maçons estruturam-se e reúnem-se em células autônomas, designadas por oficinas, ateliers ou (como são mais conhecidas e designadas) lojas.
Existem no mundo aproximadamente 3,6 milhões de integrantes espalhados pelos 5 continentes: 1,5 milhão nos Estados Unidos (em 1965 eram cerca de 4 milhões); 250 mil na Inglaterra. 170 mil no Brasil e 1,6 milhão no resto do mundo (dados de 2008).[1]
Do mesmo modo, a partir do século X, as abreviações eram tão utilizadas que em 1304, Filipe O Belo, rei da França, publicou uma ordenação para proibir em atas notariais e nos autos jurídicos o uso de abreviaturas. Os três pontos utilizados na maçonaria têm, portanto, sua origem nas abreviaturas, tradição antiguíssima que foi trazida até nós ao longo dos anos. Dessa forma, inicialmente, o emprego da abreviatura em documentos maçônicos deve ter sido sugerido pela preocupação como segredo.
Assim, os três pontos tornaram-se, um símbolo maçônico, o símbolo da DISCRIÇÃO, o que constantemente é trazido à lembrança de nós maçons no momento em que apomos nossas assinaturas em qualquer documento.
Ao mesmo tempo em que os três pontos, na forma de triangulo eqüilátero, produzem o triangulo, primeira figura das superfícies geométricas e aquela de deu origem a trigonometria, base de todas as medidas. Os simbolistas dão ao triangulo a idéia de eternidade ou de Deus, sendo que os três ângulos significam para eles Sabedoria, Força e Beleza atributos de Deus.
Esse símbolo pode representar também o Sal, o Enxofre e o Mercúrio que, segundo os hermetistas2, eram os princípios da obra de Deus, ou ainda, representa as três fases da revolução perpétua: nascimento, vida e morte.
Nesse sentido o triangulo, a mais simples das figuras geométricas, tornou-se a representação gráfica da idéia ternária a qual está ligada a: (i) pai, mãe e filho; (ii) passado, presente e futuro; (iii) dia, noite e aurora; (iv) sentir, pensar e agir; (v) vontade, sabedoria e inteligência. Destaca-se ainda a existência de centenas de ternários.
Ao colocar os três pontos após o seu nome, a Maçonaria pretende relembrar cada maçom dos compromissos assumidos no dia de sua Iniciação, em particular, do juramento prestado.
A guerra peninsular coincide com o que os historiadores hispanófilos denominam “Guerra de Independência Espanhola”, a qual teve início com o levantamento de dois de maio de 1808 e terminou em 17 de abril de 1814. A ocupação francesa destruiu o governo da Espanha, que se fragmentou em diversas juntas provinciais que se disputavam entre si. Em 1810, o reconstruído governo de nacional, as Cortes de Cádis, fortificou-se em Cádis, embora não tenha conseguido reorganizar o exército devido ao cerco de mais de 70.000 soldados franceses. Eventualmente, as forças britânicas e portuguesas asseguraram o controlo de Portugal, usando o país como ponto de partida de campanhas contra o exército francês e para o abastecimento das tropas espanholas. Ao mesmo tempo, o exército e as guerrilhas espanholas empatavam um número considerável de tropas napoleónicas. As forças aliadas, tanto regulares como irregulares, impediram os marechais franceses de subjugar as províncias espanholas rebeldes ao restringir o domíno territorial francês, fazendo com que a guerra se prolongasse por vários anos de empate.
Os longo período de combate em Espanha representou um fardo pesado para a Grande Armée francesa. Embora os franceses obtivessem vitórias em batalha, as suas comunicações e linhas de abastecimento eram sistematicamente sabotadas e as suas unidades eram frequentemente isoladas, assediadas ou dominadas por partisans que praticavam uma guerrilha intensiva de raides e emboscadas. Embora os exércitos espanhois fossem sucessivamente derrotados e empurrados para a periferia, reagrupavam-se e perseguiam incessantemente os franceses.[1] [2]
As forças britânicas, sob o comando de Arthur Wellesley, organizaram diversas campanhas contra os franceses em Espanha com o apoio português. O exército português, desmoralizado na sequência das invasões napoleónicas, foi reorganizado e reequipado sob o comando do general William Carr Beresford.[3] Carr fora nomeado comandante-chefe das forças portuguesas pela família real no exílio, combatendo integrado no exército anglo-português sob o comando de Wellesley. Em 1812, quando Napoleão partiu com grande parte do exército francês para a desastrosa campanha de conquista da Rússia, um exército conjunto aliado liderado por Wellesley entrou em Espanha e conquistou Madrid. Perseguido pelo exército espanhol, britânico e português e sem apoio de França, o marechal Nicolas Jean de Dieu Soult bateu em retirada, guiando o desmoralizado e exausto exército francês pelos Pirenéus durante o inverno de 1813-14.
A guerra e a revolução contra a ocupação napoleónica levaram à redação da Constituição espanhola de 1812, um marco do liberalismo europeu.[4] No entanto, o esforço de guerra destruiu o tecido social e económico de Portugal e Espanha e provocou um período de instabilidade social e política e estagnação económica. Neste período, desencadearam-se na península diversas e devastadoras guerras civis entre facções liberais e absolutistas, lideradas por oficiais treinados na guerra peninsular, e que se prolongaram até à década de 1850. As sucessivas crises provocadas pela invasão, revolução e restauração precipitaram a independência de grande parte das colónias espanholas e a independência do Brasil de Portugal.
Encontrar letras soltas e acrónimos nos cemitérios é bastante comum.
Desde o tradicional PNAV – que significa “Padre Nosso Ave Maria” e que pretende ser um pedido, a quem passa pela lápide, para rezar um Padre Nosso e uma Ave Maria pela alma do defunto – até ao INRI – do latim Iesus Nazarenus Rex Iudaeorum ou seja “Jesus de Nazaré Rei dos Judeus” – e passando claro, pelas letras gregas Α (alfa) e Ω (ómega).
O mais óbvio, válido para qualquer contexto, é o facto destes símbolos representarem a primeira e última letras do alfabeto grego e por isso serem continuamente associadas ao princípio (alfa) e ao fim (ómega). Qual o princípio e qual o fim já depende, efectivamente, do contexto em que eles são usados.
Uma das mais famosas utilizações é, sem dúvida no Apocalipse, ou Livro das Revelações (21:6), quando Jesus se senta no trono e exclama:
«Está feito! Eu sou o Alfa e o Ómega, o principio e o fim.»
Há também uma associação comum do Alfa à Luz e do Ómega às Trevas, mas num contexto cemiterial, as letras gregas são usadas muitas vezes junto das datas de nascimento e morte: Α (alfa) para o início da vida, o nascimento e Ω (ómega) para a morte, representando o fim da vida.
É ainda, relativamente, comum ver as duas letras sobrepostas ou entrelaçadas e em alguns casos é ainda acrescentada a letra Μ (mu), a décima segunda letra do alfabeto grego que, estando a meio deste, é por vezes usada para para representar continuidade: aquilo que está entre o Α (alfa) e Ω (ómega) ou seja, neste nosso contexto, a vida.
Carlos Barbosa, Presidente do ACP em Entrevista ao i
Carlos Barbosa, Presidente do ACP
Entrevista ao i de 21 nov 2015
Carlos Barbosa, Presidente do ACP
Entrevista ao i de 21 nov 2015
Enviada à CML:
A situação arrasta-se há décadas, perante a total inércia da Policia Municipal e da PSP alegando estas que “não sendo produtos ilegais”, não se trata de uma situação prioritária. Mas, perguntamos: e os danos de imagem, agora que Lisboa está cada vez mais na mira dos fluxos turísticos internacionais? Por outro lado, se o que fazem é “conto do vigário” e se o fazem à vista de toda a gente, todos os dias, há décadas, porque não foram ainda detidos?!
Acção na CML, precisa-se.”
Calçada Portuguesa
Lisboa Devoluta
Sabia que em alguns bairros históricos de Lisboa, como a Baixa Pombalina, o Rossio, Mouraria e Alfama, existe – em média – um prédio devoluto num raio de 100 metros? No resto da cidade a média é de um raio de 300 metros…
#LisboaDevoluta
Sabia que segundo um levantamento da própria CML, datado de 2009 (de pouco depois do apogeu da crise imobiliária…) existiam em Lisboa 2812 prédios parcialmente devolutos e 1877 prédios totalmente devolutos? Isto significava que em 2009, 8% dos 60 mil prédios da cidade se encontravam Devolutos. Um em cada dez!
Sabia que o problema dos Devolutos – na escala que observamos em Lisboa – é praticamente único em todo o continente europeu? Consequência de décadas de especulação imobiliária, e burocracias em várias e densas camadas…
Sabia que existe em Lisboa uma grande falta de oferta no mercado do arrendamento para habitação e que os mais de 50 mil devolutos de Lisboa poderiam ser uma parte importante na solução desta lacuna?
Porque é que o Governo da República, após consultas com as autarquias, não legisla por forma a não permitir o aumento do número de fogos sempre que houver demolição ou colapso de um prédio devoluto? Se sempre que um devoluto cair, o proprietário for forçado a construir um edifício igual acaba-se com o incentivo ao abandono dos prédios e promove-se assim a sua reconstrução…
Sabia que uma lei de 1864, do ministro das Obras Públicas João Crisóstomo prescrevia que se os proprietários de um edifício não o disponibilizassem para uso social, o Estado podia expropria-lo e coloca-lo à venda, a preços de mercado?
Sabia que muitos jovens estão a regressar da periferia de Lisboa e a reconstruir prédios devolutos nos bairros históricos de Lisboa?
Num país com a demografia em queda (nascem apenas 1.2 filhos por casal, quando deviam nascer 2.1) existem muitas casas vazias… este fenómeno foi ainda reforçado com o excesso de construção nas décadas de 1990 e 2000. Sabia que uma das causas para os Devolutos de Lisboa é também a perda de população urbana (para a periferia) e esta tragédia demográfica que hoje nos assola?
Sabia que as questões com partilhas de heranças e guerras entre herdeiros são uma das principais causas para Devolutos em Lisboa?
Sabia que as rendas controladas foram (até à entrada em vigor da Lei das Rendas) um dos maiores obstáculos à reconstrução urbana em Lisboa e logo, uma das maiores causas de Prédios Devolutos?
Sabia que a maior (provavelmente) causa do fenómeno dos Prédios Devolutos foi a especulação imobiliária, que tornou o preço por metro quadrado em Lisboa entre os mais caros do mundo, desincentivando a reconstrução e favorecendo a a construção nova e com elevadas densidades?
Porque é que o último levantamento de Prédios Devolutos, feitos pela CML, data de… 2009, ou seja, tem mais de CINCO anos?!…
Sabia que as antigas freguesias (designações anteriores à atual reorganização administrativa) com mais Devolutos são Prazeres, São Domingos de Benfica, Marvila, Graça e Lapa? Juntas, representavam em 2009, quase 20% de todos os devolutos de Lisboa.
Sabia que todos os anos ocorrem incêndios em prédios devolutos em Lisboa, com feridos, mortos, perdas patrimoniais significativas e despesa para a autarquia em realojamento ou obras de emergência?
Sabia que um dos incêndios mais mediatizados de um Prédio Devoluto em Lisboa teve lugar no clube de jazz Hot Clube de Portugal, na Praça da Alegria, em 2009?
Sabia que as derrocadas de Prédios Devolutos são mais comuns após grandes chuvadas?
Sabia que quando um Prédio devoluto colapsa geralmente, não se atribuem responsabilidades financeiras aos seus proprietários, ficando as despesas com bombeiros, serviços de emergência, trabalhos de limpeza, fechamento de vias e reconstrução de passeios a cargo do município?
Quatro lições a tirar da revitalização do Cinema Ideal
A reabertura do Cinema Ideal, merecedora de uma excelente reportagem da jornalista Alexandra Prado Coelho, no Público expôs o caso de sucesso de revitalização do Cinema e os cruzamentos de razões que permitiram colocar de pé uma proposta alternativa a uma Lisboa dominada pelos “cinemas pipoqueiros” de grandes corporações, com boas relações com o poder autárquico (como provam os sucessivos “piqueniques Continente”) e onde os cinemas de bairro e de matriz cultural se extinguem, um por um.
O Cinema Ideal prova-nos que é possível salvar um cinema de bairro assim exista a seguinte confluência de parceiros e interesses:
1. Uma parceria com uma distribuidora cinematográfica (a Media)
2. A colaboração do senhorio (a Casa de Imprensa)
3. Um investimento de capital de meio milhão de euros para recuperar o espaço
4. Uma associação para gerir o espaço e a programação cultural composta por voluntários, realizadores, atores e produtores.
O que se passou noIdeal, não é utopia nem sonho, é uma realidade concreta e objetiva, que pode ser replicada noutros locais, assim se cumpram estes quatro requisitos.
Azulejos de Lisboa
Os painéis hagiográficos dos #AzulejosDeLisboa representam frequentemente mais que um santo, procurando potenciar benefícios ou proteção. Contudo, quase sempre, há uma figura que é destacada em dimensão ou plano, sendo assim considerada como mais importante.
A devoção popular por Santo António é espelhada em muitos #AzulejosDeLisboa convocando assim a protecção da casa onde surge o painel de azulejos?
Devolutos de Lisboa
Quem visitar Lisboa não poderá deixar de reparar no fenómeno que aflige perto de dez mil edifícios em Lisboa: os Prédios Devolutos. O problema apresenta várias facetas e não possui nenhuma solução simples ou rápida. É também uma doença de que assola muitas cidades europeias, mas que aqui se manifesta com especial gravidade e persistência, fruto de décadas de especulação imobiliária, burocracia e desinteresse por parte das autoridades responsáveis em dois níveis: autárquicas e nacionais. Se falamos de dez mil prédios devolutos, falamos de uma cidade do tamanho de Santarém dentro de Lisboa. Falamos também de 8% dos 55 mil edifícios de Lisboa, em números de 2009 e que hoje devem ser ainda mais esmagadores. Falamos de um grande problema de uma grande cidade…
Para além de desfear as ruas daquela que é unanimemente reconhecida como uma das mais belas cidades do mundo, o fenómeno dos Prédios Devolutos ocasiona incêndios e derrocadas frequentes (uns provocados, outros ocasionais), que ceifam vidas e bens, oneram o erário público e prejudicam vizinhos que vivem paredes-meias. Por outro lado, é também preciso recordar que existe um grande risco sísmico em Lisboa: a ocorrência (inevitável) de um fenómeno desta natureza irá fazer colapsar muitos destes prédios devolutos, criando focos de incêndio que colocarão em risco os bairros onde se inserem.
A cidade expulsou para a periferia metade da população que a habitava na década de 1960 e apesar de um certo refluxo recente de casais jovens (sobretudo) para alguns bairros históricos, continua padecendo de um problema que o Estado não soube atacar com a energia que a sua gravidade exige: uma quebra demográfica profunda.
Se o Estado não tem estado à altura, a Câmara Municipal não tem estado muito melhor, dando o pior dos exemplos: Estima-se que perto de 10% dos prédios devolutos sejam da Câmara Municipal (6% serão do Estado e um pouco menos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Urge repovoar a cidade, atraindo de novo a ela as populações que a especulação imobiliária desenfreada expulsou para bairros periféricos desumanos e sem qualidade de vida e promovendo a reconstrução urbana, desincentivando de forma decidida e enérgica a nova construção. O Estado deve produzir legislação que favoreçam a reconstrução, exigindo por exemplo, que em bairros históricos um certo lote não possa nunca ter mais metros quadrados de habitação que o edifício anterior, deve proibir a venda não certificada e identificada de azulejos, deve aumentar severamente o Imposto Municipal de Imóveis (IMI) em prédios devolutos e promover um registo nacional de edifícios nessa condições e que tenham algum interesse patrimonial. Sobretudo, o Estado deve terminar com a escandalosa isenção de IMI de que gozam “fundos imobiliários” que detém grande parte dos devolutos de Lisboa (e, por exemplo, o Cinema Londres). Os regulamentos mais recentes devem também ser adaptados no contexto da reabilitação urbana de edifícios de começos do século XX e XIX, por forma a serem um agente facilitador e não o atual agente que trava a maioria dos projectos de reabilitação urbana na cidade.
De facto, o problema dos “Devolutos de Lisboa”, não é nem o problema dos “Devolutos” nem o problema de “Lisboa”. É o problema das cidades modernas, consumidas pela especulação imobiliária e tolerado por classes políticas servis ou complacentes perante estes interesses. É o problema do crescimento descontrolado das periferias, com os custos de comutação, transportes, redes de transportes, combustíveis fósseis e perda de qualidade de vida. É o problema da evaporação humana dos centros históricos de quase todas as grandes cidades do globo. É o problema da hiper-regulação e da burocracia (metade dos devolutos de Lisboa aguardam aprovação do projeto renovação). É o problema da prevalência dos lucro fácil sobre o investimento de longo prazo na cultura, no património, nos cidadãos e na qualidade de vida.
Recentemente, a Câmara Municipal apresentou um programa de reabilitação urbana que pode contribuir para resolver esta tragédia urbana. Trata-se do “Programa Re9”. O programa consiste numa rede de parcerias entre recursos privados e públicos com vista a criar um “mecanismo sólido para fazer a reabilitação da cidade” (António Costa). O programa tem, contudo, o seu sucesso condicionado pelo modelo muito restritivo de acesso aos fundos comunitários do “Programa Operacional Regional de Lisboa” (mais de 2.8 milhões de euros), a repartir por todo o território nacional e, logo, está muito longe de ser a “bala de prata” para os Devolutos de Lisboa, já que se estima que a sua reconstrução total ronde os 8 mil milhões de euros. O Re9 vem, contudo, abrir portas para uma gradual solução desta tragédia urbana ao incluir uma série de incentivos fiscais à reabilitação urbana, como a isenção de IMT na 1.ª transmissão, uma redução de 30% no IRS, a isenção IMI, a redução e isenção e taxas municipais, menos 17% na taxa de de IVA na mão-de-obra e materiais e a isenção de IRC para fundos de investimento imobiliário.
Renovar a Cidade, recuperando os Prédios Devolutos irá traduzir-se num melhoramento significativo da qualidade de vida urbana e do sentimento de comunidade e coesão do território. Atrair a população que a cidade perdeu para as periferias nas últimas décadas, poupar recursos financeiros e energéticos e contribuir para a recuperação da economia, através da reconstrução urbana, do aumento da eficiência energética. Renovar os Devolutos é Renovar a cidade.
O MaisLisboa.org (núcleo local da associação MaisDemocracia) tem procurado dar o seu contributo para este problema através do levantamento cidadão que estamos a conduzir na página “Lisboa Devoluta” https://www.facebook.com/LisboaDevolutaRetomarACidade e de outras iniciativas que brevemente iremos anunciar.
#LisboaDevoluta
Sabia que em alguns bairros históricos de Lisboa, como a Baixa Pombalina, o Rossio, Mouraria e Alfama, existe – em média – um prédio devoluto num raio de 100 metros? No resto da cidade a média é de um raio de 300 metros…
#LisboaDevoluta
Sabia que segundo um levantamento da própria CML, datado de 2009 (de pouco depois do apogeu da crise imobiliária…) existiam em Lisboa 2812 prédios parcialmente devolutos e 1877 prédios totalmente devolutos? Isto significava que em 2009, 8% dos 60 mil prédios da cidade se encontravam Devolutos. Um em cada dez!
#LisboaDevoluta
Sabia que o problema dos Devolutos – na escala que observamos em Lisboa – é praticamente único em todo o continente europeu? Consequência de décadas de especulação imobiliária, e burocracias em várias e densas camadas…
Sabia que muitos dos azulejos dos séculos XIX e começos do XX que vemos sendo vendidos, de forma mais ou menos “selvagem” na Feira da Ladra ou em antiquários lisboetas foram retirados/furtados do interior de Prédios Devolutos ou mesmo das suas próprias fachadas exteriores?
Sabia que muitos proprietários de prédios devolutos de Lisboa deixam os seus prédios arruinarem-se, intencionalmente, destelhando-os, abrindo janelas, esperando que eles caiam, por forma a que depois os possam substituir por edifícios de construção nova, com mais andares, mais volumetria e, logo, maior lucro?
Sabia que existe em Lisboa uma grande falta de oferta no mercado do arrendamento para habitação e que os mais de 50 mil devolutos de Lisboa poderiam ser uma parte importante na solução desta lacuna?
Porque é que o Governo da República, após consultas com as autarquias, não legisla por forma a não permitir o aumento do número de fogos sempre que houver demolição ou colapso de um prédio devoluto? Se sempre que um devoluto cair, o proprietário for forçado a construir um edifício igual acaba-se com o incentivo ao abandono dos prédios e promove-se assim a sua reconstrução…
Sabia que uma lei de 1864, do ministro das Obras Públicas João Crisóstomo prescrevia que se os proprietários de um edifício não o disponibilizassem para uso social, o Estado podia expropria-lo e coloca-lo à venda, a preços de mercado?
Sabia que muitos jovens estão a regressar da periferia de Lisboa e a reconstruir prédios devolutos nos bairros históricos de Lisboa?
Num país com a demografia em queda (nascem apenas 1.2 filhos por casal, quando deviam nascer 2.1) existem muitas casas vazias… este fenómeno foi ainda reforçado com o excesso de construção nas décadas de 1990 e 2000. Sabia que uma das causas para os Devolutos de Lisboa é também a perda de população urbana (para a periferia) e esta tragédia demográfica que hoje nos assola?
Sabia que as questões com partilhas de heranças e guerras entre herdeiros são uma das principais causas para Devolutos em Lisboa?
Sabia que as rendas controladas foram (até à entrada em vigor da Lei das Rendas) um dos maiores obstáculos à reconstrução urbana em Lisboa e logo, uma das maiores causas de Prédios Devolutos?
Sabia que a maior (provavelmente) causa do fenómeno dos Prédios Devolutos foi a especulação imobiliária, que tornou o preço por metro quadrado em Lisboa entre os mais caros do mundo, desincentivando a reconstrução e favorecendo a a construção nova e com elevadas densidades?
Porque é que o último levantamento de Prédios Devolutos, feitos pela CML, data de… 2009, ou seja, tem mais de CINCO anos?!…
Sabia que… Calçada Portuguesa?
https://www.facebook.com/events/311588325657832
Pedro Homem de Gouveia (Câmara Câmara Municipal de Lisboa)
Luís Marques da Silva (Fórum Cidadania Lx)
Diogo Martins (Movimento dos (d)eficientes indignados)
“A Reabilitação Urbana é unanimemente reconhecida como um dos mais importantes instrumentos para dinamizar, de uma forma transversal, a economia”
“A Reabilitação Urbana é unanimemente reconhecida como um dos mais importantes instrumentos para dinamizar, de uma forma transversal, a economia. Pode criar emprego e revitalizar os centros urbanos que se encontram profundamente degradados e desertificados, pelo que é fundamental dar confiança aos investidores e aos proprietários e criar mecanismos que, com razoabilidade, permitam ultrapassar os entraves que, aos mais diversos níveis, se colocam à dinamização desta atividade.
(…)
(É necessária uma) revisão da Lei das Rendas e do Regime Jurídico da Reabilitação Urbana e com a criação de uma taxa liberatória para os rendimentos do arrendamento. Também o Regime Excepcional de Reabilitação Urbana, já em vigor, cuja aplicação deverá ser tecnicamente acompanhada, pode dar um significativo impulso.
Estando em causa edifícios construídos há mais de trinta anos ou situados em Áreas de Reabilitação Urbana, dispensar estas obras da sujeição a normas técnicas pensadas para a construção nova, quando estas constituem, por serem economicamente inviáveis, um entrave à concretização destes projectos.
(…)
A reabilitação urbana, por muito que se tenha evoluído no sentido de fazer dela uma verdadeira prioridade nacional, só será uma efetiva realidade se forem disponibilizados programas de financiamento aos particulares, permitindo-lhes, designadamente, a reabilitação dos seus imóveis, colocando-os no mercado do arrendamento.”
Reis Campos, presidente da CPCI
Público, 14 maio 2014
Sabia que… Lisboa?
Sabia que… Devolutos em Lisboa (e não só)
#SabiaQueLisboa
Sabia que Lisboa tem quase 5 mil edifícios devolutos?
#SabiaQueLisboa
Sabia que 8% dos 60 prédios existentes na capital (1 em 10!) são devolutos?
#SabiaQueLisboa
Sabia que a lei obriga à realização de obras de conservação, oito em oito anos, nos edificios?
#SabiaQueLisboa
Sabia que o metro quadrado de solo em Lisboa custa, em média, o dobro do metro quadrado de construção, quando a proporção devia ser ao contrário e andar pelos 15% ou 20% desse valor?
#SabiaQueLisboa
Sabia que a EPAL cortou a água as 12 lares em Lisboa em 2013?
#SabiaQueLisboa
Sabia que a CML é dona de 314 prédios devolutos (outros 60 pertencem ao Estado e 63 à Santa Casa da Misericórdia)?
#SabiaQueLisboa
Sabia que 92% dos edifícios da capital estão numa área de reabilitação urbana e que são atribuídos benefícios fiscais a quem recupera imóveis?
#SabiaQueLisboa
Sabia que nos últimos 2 anos, em Lisboa, foram reabilitados 8200 edifícios? Isto representou em cinco anos um investimento de 600 milhões de euros por privados e 85 milhões a nível público?
#SabiaQueLisboa
Sabia que os principais senhorios em Lisboa são a banca e as seguradoras e os fundos imobiliários que elas detêm?
#SabiaQueLisboa
Sabia que os fundos imobiliários – que detêm muitos Devolutos em Lisboa – não pagam Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI)?
#SabiaQueLisboa
Sabia que a expressão “Cóco, Ranheta e Facada” vem da opereta com o mesmo nome de Gervásio Lobato (1850-1895), um popular dramaturgo lisboeta, tido como um dos pais da “Revista à Portuguesa”? Gervásio Lobato é um antepassado de Nuno Markl. Atualmente, no Campo de Ourique existe uma rua com o seu nome.
#SabiaQueLisboa
Sabia que o programa “Reabilita Primeiro, Paga Depois” da CML permite o pagamento após a conclusão das obras, num prazo máximo de três anos?
#SabiaQueLisboa
Sabia que o vereador do Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Manuel Salgado, admite que metade dos prédios devolutos da cidade aguardam licenciamento para reconstrução?
#SabiaQueLisboa
Sabia que se os 4.600 Devolutos de Lisboa estivessem ocupados, dariam alojamento a mais de 25 mil pessoas?
#SabiaQueLisboa
Sabia que Lisboa tem 11 766 edifícios a precisarem de obras – um quinto do património imobiliário da cidade -, 7085 estão em mau estado e 4681 devolutos?
#SabiaQueLisboa
Sabia que o aluguer do edifício da Rua Castilho onde estão instalados a Direcção Municipal de Recursos Humanos e o Departamento de Gestão de Recursos Humanos a Câmara paga por ano 182.164 euros?
#SabiaQueLisboa
Sabia que Portugal é o país da Europa Ocidental que menos investe em reabilitação de edifícios e o que mais gasta na construção de novos prédios?
#SabiaQueLisboa
Sabia que a recuperação de edifícios degradados representa apenas 5,6% dos investimentos em construção civil em Portugal, enquanto a média europeia é de 33%? Contudo, o país ultrapassa todos os europeus nos gastos com a construção de novos edifícios, que consome 49% do total de investimentos…
#SabiaQueLisboa
Sabia que A Câmara é proprietária de mais de 300 imóveis devolutos?
#SabiaQueLisboa
Sabia que só o custo anual dos arrendamentos pagos pela CML ascende a centenas de milhares de euros, e segundo algumas fontes chega mesmo ao meio milhão de euros. E que, apesar disto existem, na posse da CML, mais de 300 prédios devolutos?
#SabiaQueLisboa
Sabia que segundo uma lei de 1864, de João Crisóstomo [antigo ministro das Obras Públicas]: se os proprietários não dessem uso à propriedade, se não a disponibilizassem para a sua função social, o Estado podia expropriar e vender a preço justo?
#SabiaQueLisboa
Apesar de se dizer que Lisboa é a cidade das sete colinas, apenas 25% das ruas da capital têm inclinação excessiva?
Sabia que a câmara de Lisboa tem apenas dez calceteiros profissionais?
Sabia que a colocação de calçada portuguesa no Rossio demorou um ano a ser feita?
Sabia que Lisboa tem 9400 passadeiras?
Sabia que a esquadra de Arroios e uma das que a PSP vai fechar em Lisboa? Após este fecho, haverá uma “esquadra móvel”, numa Ford Transit que percorrerá as ruas da freguesia…
Sabia que, nos serviços de saúde não existe limite de área de atuação dos bombeiros, enquanto que, na de incêndio este limite já existe?
Sabia que… em Lisboa
“Primeiro é a colina de “S.Vicente” (no Bairro de Alfama) onde fica o Convento de S. Vicente de Fora. À esquerda fica a colina de “Stº André” (na Graça). Depois é a colina de “S. Jorge”, onde se situa o Castelo. A oeste deste fica a colina de “Stª Ana” (na Anunciada). A quinta colina é de “S. Roque” (no Bairro Alto). Na parte direita desta fica a das “Chagas” cujo nome é atribuído por causa da Igreja que nele edificaram os marinheiros da rota da Índia em louvor às Chagas de Cristo. E por último, é a colina de “Santa Catarina” (vai do Largo de Camões à Calçada do Combro).”
A origem do termo virá da existência neste local de uma quinta que era propriedade de duas irmãs que tinham como pai um certo “Picao”. Solteironas, as duas mulheres seriam conhecidas pelo povo da região como “Picoas”, tendo o nome persistido até hoje.
O Brazão da cidade de Lisboa não está isento de significado esotérico. Desde logo, pelas cores escolhidas: o negro significa a terra, a força e a firmeza de carácter que dela proveem, mas também o “nigredo” ou estado inicial da matéria antes de a levar a um estádio mais alto de desenvolvimento.
Passeio Pedonal: A Lisboa de Fernando Pessoa

1. Largo de São Carlos
Aquele que é considerado como um dos maiores poetas de Portugal, Fernando Pessoa terá nascido em 1888, no Largo de São Carlos, número 4, 4º esquerdo.
Pessoa é um dos expoentes máximos da Cultura Portuguesa, mas foi profundamente influenciado por Lisboa, cidade de onde apenas saiu muito raramente depois do seu regresso da África do Sul e que marcou frequentemente a sua obra poética e em prosa.
Este percurso visa “viver Pessoa” passando pelos locais onde o poeta viveu e desenvolveu o seu pensamento e obra.
“Ó sino da minha aldeia
Dolente na tarde calma
Cada tua badalada
Soa dentro da minha alma”
escreveu Fernando Pessoa, em poema publicado na revista Renascença, em 1914. Escrito aos 25 anos (em 1913) este poema invoca a infância feliz do nosso poeta que nasceu aqui, entre um teatro, o de São Carlos e uma Igreja, a Igreja dos Mártires, entre o teatro das elites (que o seu pai frequentava como crítico literário do Diário de Notícias), onde passavam as grandes obras e uma igreja frequentada pelo povo mais anónimo.
O poeta conservará para sempre a memória desses primeiros cinco anos de vida tranquila e paradisíaca de “menino da sua mãe” e das “poeiras musicais” do seu pai, de cujo rosto mal se recorda.
No mesmo edifício viria a instalar o “Directório Republicano” (no 1º andar) tendo o nome do Largo sido a partir de 1913, o “Largo do Directório”, precisamente por essa razão. O primeiro Directório Republicano Democrático, o embrião do futuro PRP ou Partido Republicano Português foi eleito em 3 de abril de 1870, legalizado por Dom Luís, em 1876 fazendo então partes Latino Coelho, Elias Garcia e Consiglieri Pedroso, entre outros notáveis republicanos. Um segundo directório é eleito em 1879, fazendo agregar ao grupo inicial mais republicanos como Sousa Brandão e Bernardino Pinheiro. Sob o Estado Novo, em 28 de maio de 1956, este topónimo regressaria à sua designação original, que se mantêm até hoje.
2. Largo de São Carlos para Largo do Chiado pela Rua Serpa Pinto até à Brasileira
Seguimos agora pela Rua Serpa Pinto até ao Largo do Chiado. Esta rua é uma das várias nesta antiga freguesia dos Mártires que recebeu nomes de exploradores portugueses do XIX: Rua Ivens, Rua Capelo, Rua Anchieta. Esta Rua Serpa Pinto resulta da incorporação da Travessa Estevão Falharde e da Rua Nova dos Mártires e foi feita em finais do século XIX pela CML:
Uma das caminhadas habituais do poeta era entre o Largo de São Carlos e o Largo do Chiado, onde se encontra com os outros grandes intelectuais do seu tempo no café “A Brasileira”
Percorremos agora a Rua Garrett, o centro do Chiado, o famoso eixo intelectual de Lisboa no século XX. Encontramos aqui a Livraria Bertrand, fundada em 1732. Esta rua ganhou este nome em 1880. De notar que o nome deste escritor tinha como grafia original “garet” (de origem irlandesa). Foi Garrett que inaugurou o romantismo em Portugal com o poema “Camões” (1825), razão pela qual em 1880, quando se comemorou o tricentenário da morte de Camões a rua receberia este nome.
Terá sido aqui que a famosa “bica” ou “café português” terá sido inventada. Terá sido aqui instalada uma das primeiras máquinas de café expresso de Portugal tendo então os primeiros clientes reclamado do sabor muito forte e amargo. A resposta da gerência terá sido a colocação de cartazes “beba isto com açúcar”, o que daria na sigla. B-I-C-A.
Antes de 1905, neste local funcionava um estabelecimento de venda de produtos brasileiros (tapioca, goibada e chá, além de produtos portugueses diversos, como vinho e azeite)
A Brasileira do Chiado abriu as portas a 19 de novembro de 1905 com o objetivo de vender o “genuíno café do Brasil”, onde o seu fundador, Adriano Telles, tinha vivido alguns anos, deixando uma série de contactos empresariais. Em 1908, a Brasileira abria uma “sala de café”, que era muito frequentada pelo elite intelectual da Lisboa de então, contando com frequentadores habituais como Almada Negreiros, Santa Rita Pintor, José Pachelo, Abel Manta e, claro, o “nosso” Fernando Pessoa…
Em 1925, a Brasileira começa a expôr 11 quadros de 7 pintores que frequentavam o estabelecimento (Almada Negreiros, António Soares, Eduardo Viana, Jorge Barradas (com dois quadros cada), Bernardo Marques, José Pacheko e Stuart Carvalhais.
A estátua do Poeta que hoje aqui vemos, em bronze, foi inaugurada em 1988 e é da autoria do escultor Lagoa Henriques.
Mais adiante, encontramos a Livraria Bertrand. Fundada em 1732 por Pedro Faure na esquina da Rua Direita do Loreto com a Rua do Norte e vendida em 1740-1747 aos irmãos Bertrand (Pierre e Jean Joseph Bertrand) recebendo então o nome “Pedro Faure e Irmãos Bertrand”. O fundador morre em 1753 e a livraria perde o seu nome. Em 1770-1773 muda de local para a Rua Garrett (onde hoje se encontra). Em 2010, o Guinness World Records ganha o título de “a mais antiga livraria em atividade”. A livraria foi frequentada por alguns dos maiores vultos do seu tempo: o político José Fontana que se destacou na luta pela melhoria das condições de vida e trabalho do operariado, promovendo o associativismo e o cooperativismo. Influenciado por Bakunine, foi o autor dos estatutos da Associação Fraternidade Operária (1872) que posteriormente daria origem ao Partido Socialista Português, de quem seria um dos fundadores. Depois de um longo padecimento pela tuberculose, suicidar-se-ia em 1876 na livraria, com apenas 35 anos. Na altura era sócio-gerente, tendo começado aqui como empregado em 1865. Aqui se realizava uma conhecida “tertúlia diária”, nesta época em que participavam alguns dos maiores intelectuais de então, como Alexandre Herculano, Oliveira Martins, Eça de Queirós, Antero de Quental e Ramalho Ortigão, entre outros. O próprio Dom Pedro II era frequentador habitual desta livraria do Chiado…
A Pastelaria Suíça funciona desde 1910 (“Casa Suissa”), que seria depois expandida com a aquisição de uma casa de lanifícios.
A calçada da Praça foi composta com ondas pretas e brancas entre 1848 e 1849 por presos condenados a trabalhos forçados que estavam detidos no Castelo de São Jorge. Uma parte deste tapete original pode ser ainda visto junto à estátua de Dom Pedro IV.
7. Praça da Figueira
Fernando Pessoa não gostava da ordenação geométrica da Baixa Pombalina, conforme escreve no poema “Praça da Figueira de Manhã” no seu heterónimo Álvaro de Campos:
Quando o dia é de sol (como acontece
Sempre em Lisboa), nunca em mim esquece,
Embora seja uma memória vã.
Há tanta coisa mais interessante
Que aquele lugar lógico e plebeu,
Mas amo aquilo, mesmo aqui… Sei eu
Porque o amo? Não importa. Adiante…
Isto de sensações só vale a pena
Se a gente se não põe a olhar para elas.
Nenhuma delas em mim serena…
De resto, nada em mim é certo e está
De acordo comigo próprio. As horas belas
São as dos outros ou as que não há.”
ou seja, para Pessoa a Praça era “aquele lugar lógico e plebeu”…
A Praça era antes do grande Terremoto de 1755 o local onde estava erguido o Hospital de Todos-os-Santos, conforme se provou quando na construção do parque de estacionamento subterrâneo. Este hospital, também conhecido como Hospital Real ou Hospital dos Pobre foi durante os séculos XVI e XVIII o mais importante de Lisboa, tendo sido construído (em diversas fases) entre 1492 e 1504. A fachada principal do hospital (com mais de 100 metros) estava virada para o Rossio e tinha 3 pisos com arcadas e tendo a meio uma igreja Manuelina, a que se acedia subindo uma escadaria monumental. O Hospital foi destruído pelo terremoto e, sobretudo, pelo grande incêndio que se lhe sucedeu, tendo os doentes sido transferidos para tendas, instaladas no Rossio e para palácios e conventos em Lisboa, menos afetados pela tragédia. Na época, o plano era o de reconstruir o hospital, o que foi parcialmente feito, mas nunca concluído, sendo a função, por fim, transferida para o Colégio de Santo Antão, após a sua confiscação aos jesuítas em 1759, atual Hospital de São José (em homenagem ao monarca).
A partir de então a praça foi usada nas festividades dos Santos Populares e como mercado a céu aberto sendo conhecida por diversos nomes: Horta do Hospital, Praça das Ervas e Praça Nova.
Não esquecer!

1. Num dos partidos que subscreveu o Memorando da Troika
2. No partido que negociou o Memorando da Troika
3. No partido que mais fez disparar a dívida externa Portuguesa e que pela sua má governação nos colocou em situação de efetivo Protetorado
4. Num dos partidos que governa Portugal desde à décadas e que integra a Partidocracia do tripartido (PS-PSD-PP) que no mais longo prazo foi pelo exercício de um podre rotativismo de Estado a maior responsável pela situação atual.
Quatro boas razões para Pensar Melhor quando for votar António Costa e ponderar votar num projeto independente, inovador e revolucionário de Democracia Participativa em Lisboa: www.MaisLisboa.org
Democracia Direta e Participativa: Vantagens, Desvantagens e Mitigações
A Democracia Direta ou Participativa é uma forma de governo democrático feito para o povo e pelo povo. Nele, os cidadãos tomam as decisões que os afetam eles próprios e não transferem essa capacidade para representantes regularmente eleitos.
A Democracia Direta e Participativa não é, contudo, o Sol sobre a Terra. Como qualquer outra forma de organizar uma sociedade humana, tem defeitos e tem virtudes. Como qualquer outra forma de organização social, tem mitigações para esses defeitos e mecanismos de feedback positivo que reforçam essas virtudes.
Vantagens:
.levanta questões que os partidos políticos e os políticos profissionais nunca levantarão, devido às teias de cumplicidades diretas e indiretas resultantes dos financiamentos partidários.
.devolve o poder aos cidadãos, tornando-os responsáveis diretos pela condução dos seus destinos, não permitindo a transferência de culpas ou responsabilidades para entidades impessoais ou abstratas.
.como a única forma de representação será a representação por Delegação, esses delegados serão mais responsáveis perante os cidadãos que os tradicionais “deputados” ou representantes.
.aumenta a ligação entre a comunidade local e os cidadãos que a formam e a política
.aumenta a qualidade da legislação assim como a amplitude com que esta é aplicada
.aumenta a eficácia de mecanismos de democracia participativa como as petições e os referendos
.devolve aos cidadãos o controlo do Parlamento e do Governo da República
Desvantagens:
.Tem mais custos que um sistema representativo clássico, devido à multiplicação da realização de eleições, referendos e da intensificação dos contatos entre eleitos e a a governação
.os meios de comunicação e os poderes económicos podem usar a sua influência para procurar condicionar a opinião e voto dos cidadãos em direções que sejam convenientes aos seus interesses.
.alguns cidadãos serão mais influentes que outros, isto é, terão vantagem sobre os demais.
Mitigações:
.os custos podem ser muito mitigados se se usarem mecanismos de votação eletrónica, via Internet e com a segurança digital que pode ser oferecida a baixo custo pelo chip presente no atual Cartão do Cidadão.
.o condicionamento induzido nas massas de eleitores pelos Grandes Interesses e pelos Media pode levar a obtenção de resultados eleitorais que sejam conformes aos interesses económicos da plutocracia, mas esse Nó Górdio desatasse defendendo leis que impeçam a concentração dos meios de comunicação, a sua ligação explícita ou implícita a grandes grupos económicos e, sobretudo, promovendo meios de informação independentes ou de pequena escala.
.o problema de os cidadãos mais participativos serem, numa democracia direta deste tipo, mais influentes que os mais passivos tem resolução simples: o fenómeno de imitação pelo exemplo, a própria publicitação da possibilidade de os cidadãos influenciarem os seus próprios destinos através do voto, levará naturalmente a uma intensificação da participação de todos na sociedade. Com efeito, muitos cidadãos escolheram hoje o caminho (estéril) do abstencionismo crónico por acreditarem na inutilidade do voto e observarem a irrelevância dos seus esforços. Numa democracia direta, esses cidadãos regressariam a uma vida política ativa, já que as razões que levaram ao seu afastamento se extinguiriam.
MaisLisboa.org: Uma candidatura sem aparelhos
A candidatura independente MaisLisboa.org é o resultado do esforço conjugado de dezenas de cidadãos independentes, desempregados, reformados e de profissionais em inúmeros campos. Não há ninguém dedicado a 100% do tempo a este projeto. Não temos aparelhos partidárias na retaguarda, nem financiadores empresariais, nem orçamento ou financiamento estatal.
A candidatura independente MaisLisboa.org é livre de Partidos e de todas as dependencias e interesses que estes inevitavelmente arrastam atrás de si. Não temos, nem queremos ter, figuras mediáticas, VIPs ciumentos ou “personalidades de proa”. Somos cidadãos eleitores que se apresentam a votos perante outros cidadãos eleitores, sem ambição a encetar carreiras políticas, sem vontade para formar mais uma camada adiposa na gestão democrática de Lisboa. Somos gente comum, perante gente comum, sem máscaras desenhadas por empresas de marketing político, nem a responsabilidade de pertencer à Partidocracia que levou o país a este estado de pré-colapso.
No MaisLisboa.org temos consciência da escala do desafio e do desprezo que nos votarão as máquinas partidárias. Mas seremos imunes a ele: é que ao contrário delas, nada temos a perder.
Informação e Participação: os dois requisitos principais da Democracia Direta e Participativa
Para que a democracia direta funcione precisa que se cumpram minimamente dois requisitos: o cidadão deve ser informado adequadamente sobre as decisões que vai tomar, sendo que aqui admito a necessidade da existência de um “mediador” ou Delegado, que compile dados sobre as propostas em votação, agregue fontes e condense essa informação num resumo conciso e imparcial, ordenado em vantagens e desvantagens que esteja em linguagem acessível e que possa ser levado a votação entre ativistas e apoiantes antes da votação que o delegado terá em sede de reunião da assembleia para onde ir plasmar (diretamente) o voto que recebeu a montante.
Numa fase mais avançada da implementação deste modelo de democracia direta, a existência deste mediador ou delegado deixa de fazer sentido e os cidadãos poderão votar diretamente, em assembleias virtuais, nas propostas que eles próprios apresentam ou que lhes são apresentadas por peritos ou equipas de peritos em certos campos.
Para que a democracia direta funcione há também que haver vontade de participar… e aqui a matriz histórica lusa complica tudo: os cidadãos estão condicionados a que pensem e decidam por eles, desde os tempos da monarquia, num traço depois intensificado no Estado Novo e até durante a atual democracia representativa dominada pelos partidos, por políticos profissionais e comentadores polivalentes que detêm o foco mediático.
Quer o requisito da informação, quer o da participação, constituem dois desafios a uma democracia direta e participativa eficaz e funcional. Mas o primeiro problema resolve-se pela tripla via da educação, da existência de informação imparcial e de qualidade e pela Educação. Já o problema da inexistência de hábitos de participação cívica e política em Portugal é de resolução mais difícil… mas acreditamos que uma vez reunidas as condições para vencer o primeiro desafio, o segundo será também resolvido, com o precioso concurso do tempo e da paciência dos militantes e ativistas.
A Democracia Participativa e Direta não é uma utopia nem um “sol sobre a Terra”, isento de dificuldades ou barreiras. É uma proposta real e concreta, materializada já em diversas campanhas autárquicas e, em Lisboa, pelo projeto www.MaisLisboa.org.
Constituição dos Grupos Municipais
A constituição dos grupos municipais faz-se por comunicação ao presidente da assembleia municipal, assinada por todos os seus membros, com a indicação da designação e a direção que irão adotar. Todas as alterações à composição do grupo devem ser comunicadas ao presidente da assembleia municipal. Os membros que optem por não fazer parte de nenhum grupo municipal informam o presidente da assembleia e passam assim a exercer o seu mandato como independentes fora de qualquer grupo.
Uma lembrança: apesar de todo o branqueamento, António Costa é um Partidocrata
“António Costa diz que a Primavera é tempo de ruturas” (bla, bla, bla):
Como de costume, eis António Costa sendo levado de carrinho pelos Media… esta notícia (como tantas outras) faz parte de uma campanha de exaltação das virtudes deste personagem por forma a credibiliza-lo como alternativa credível a um líder tão inepto, mentecapto e débil como aquele outro que apanhou o cargo de Primeiro Ministro na ultima distribuição de cargos deste malsano “rotativismo democrático” que nos rege.
Os Media estão a treinar os cidadãos para o sucessor de Seguro. Ja perceberam que este não tem a fibra suficiente para chegar a Primeiro Ministro e confiam em Costa para manter vivo e funcional o Rotativismo que alimentaram e de quem dependem (basta ver a quantidade jornalistas que acabam ligados ao governo).
Com António Costa teremos o “mação que se segue” e o Partido Socialista, o partido que com as suas PPPs, arruinou o país durante gerações vai voltar. Depois de líderes fracos e subservientes para com os ditadores germânicos que pela força imperial da sua economia de usura impõe a sua vontade e a miséria ao sul do continente, teremos… outros lideres fracos e subservientes, exatamente iguais aos primeiros, em incompetência e subserviência. Os Media querem que seja Costa, Seguro ainda acha que pode ser ele (mentecapto como é ainda não percebeu que é só um “líder de transição” até à próxima derrota eleitoral).
Seguro, Passos e Costa são apenas três dóceis e passivos peões das jogadas da Maçonaria a favor dos Interesses Pessoais e Financeiros dos seus membros. Agentes de uma Máfia que nos arruinou e que sequestrou a Democracia Representativa. Representantes de uma Partidocracia que urge expulsar do Poder. Já, a partir das eleições autárquicas de 2013. Chegou o momento de sairmos do sofá, do facebook e dos estéreis protestos de café ou repartição: saiamos à rua, organizemo-nos em movimentos de cidadãos e constituamos listas autárquicas. Eu estou nesta vanguarda, militando já ativamente na www.MaisLisboa.org. E você?
Fonte:
http://feeds.dn.pt/~r/DN-Ultimas/~3/ej1BYLuEPsA/story01.htm
Em defesa de uma Descentralização Municipalista e Contra uma Descentralização Regionalista
Dado que em Portugal não existem diferenças culturais, linguísticas ou étnicas regionalizar corresponderia a tentar tornar real uma divisão fictícia e artificial. Serviria para reforçar o poder dos políticos locais e as tendências de alguns para o caciquismo, arrastando inevitáveis fenómenos de jogos de poder e tráfico de influências. Em vez de um Terreiro do Paço, teríamos vários, com todos os seus defeitos e custos.
Em vez desta regionalização artificial, Portugal devia municipalizar-se e adotar modelos de descentralização municipalista reforçando os poderes e atribuições das autarquias e desenvolvendo as já existentes formas de associações de municípios e as empresas intermunicipais. Este tipo de descentralização impediria a aparição de uma nova camada de burocrata e de uma nova série de cargos eleitos e administrativos com todos os custos laborais e funcionais decorrentes. Sobretudo, uma Descentralização Municipalista não colocaria em causa a coesão nacional e a integridade territorial de Portugal, ao contrário do que inevitavelmente sucederia com a instalação de um modelo de descentralização regionalista.
Sobre a Inelegibilidade para os Órgãos das Autarquias Locais

Composição e ordenação por sexos das listas de candidatos às autarquias
As listas de candidatos aos órgãos autárquicos devem indicar um grupo de candidatos suplentes num número nunca inferior a um terço dos efetivos, com um arredondamento por excesso. Nestas listas, um terço dos candidatos deve ser do sexo oposto, em que de três em três um tem que ser do sexo oposto. Assim, a lei pretende evitar que as mulheres sejam colocadas no final da lista de candidatos.
A Lei de Hondt nas Eleições Autárquicas
O método de Hondt é o método de representação proporcional utilizado em Portugal nas eleições para os órgãos autárquicos. Segundo o artigo 16 da lei 14/79 a tradução dos votos em mandatos autárquicos utiliza este método da seguinte forma:
A. O número de votos é apurado em separado por cada lista no círculo eleitoral respetivo.
B. O número de votos por lista é dividido por um, dois, três, quatro, etc, sendo então alinhados os quocientes por ordem decrescente de grandeza numa série de tantos termos quantos forem os mandatos disponíveis no círculo eleitoral.
C. Os mandatos competem às listas que correspondem aos termos da série determinada na regra anterior, atribuindo-se a cada lista tantos mandatos quanto os termos da série.
D. Se no final sobrar um mandato por distribuir e de os termos seguintes serem iguais mas de listas diferentes, este mandato é atribuído à lista de candidatos que tiver recolhido o menor número de votos.
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