“Os partidos vêem reduzir o número dos seus filiados, inclusive nos países com mais longa e profunda tradição partidária; a sua militância activa diminui paralelamente ao crescimento do abstencionismo eleitoral. As funções “tradicionais” enfraquecem. Os partidos deixaram de ser ferramentas exclusivas e insubstituíveis para a integração e mobilização da cidadania. A expressão de interesses tem nas democracias actuais múltiplos canais, como sejam movimentos independentes e diversos meios de comunicação de massas.”
Alcidio Torres e Maria Amélia Antunes, O Regresso dos Partidos
Talvez tenha chegado o momento de começar a desenvolver outras formas de organização e de expressão organizada do imperativo cívico de cidadania que estejam além dos partidos.
De facto, elas já existem, mas têm uma existência condicionada e uma eficácia muito limitada: são as associações cívicas e os movimentos sociais. Para além desta organizações (formais ou informais) os próprios cidadãos, individualmente considerados podem e dever assumir uma presença e uma participação nas decisões e temas das suas comunidades numa nova escala, exigindo-se para isso o desenvolvimento das ferramentas democráticas já existentes (referendos, primárias, listas abertas, petições, iniciativas legislativas, orçamentos participativos, etc) e de novas (revogação de mandatos, orçamentos participativos nacionais, assembleias deliberativas, parlamentos virtuais, etc)
Existe todo um espaço para a intervenção politica não partidária que não colide com o espaço tradicionalmente preenchido pelos partidos e que, pelo contrario, os enriquece com novas ideias, propostas e, até, sangue novo. Ele está aí fora e, onde ainda não estiver, pode ser inventado.
Assim o queiramos. Todos. Políticos e cidadãos.
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