“Os governos são cada vez mais, para Philippe Schmitter, compostos por tecnocratas ou pessoas cujo recrutamento não depende da sua militância num partido, ou de se terem sujeitado a eleições com base partidária.
Actualmente estas práticas, refere o autor, estendem-se a muitos governos da Europa Ocidental, onde não é difícil encontrar uma percentagem significativa de indivíduos que nunca foram eleitos para qualquer cargo bastante mais alto do que no passado. O tempo em que os partidos eram um mecanismo de recrutamento, de treino e de teste dos seus quadros perante a vontade popular e, nesse sentido, a composição dos governos era efetivamente partidária acabou”
Alcidio Torres e Maria Amélia Antunes, O Regresso dos Partidos
Por isso defendo, como Alvaro Beleza, a implementação em Portugal do modelo britânico: todos os ministros têm que ser ouvidos pelo Parlamento (e aprovados) antes de exercerem funções. Todos os ministros têm que ser eleitos deputados, incluindo o Primeiro-Ministro designado pelo partido vencedor, antes de assumirem funções ministeriais.
Para que nunca mais se oiça alguém como Vítor Gaspar (então ministro das Finanças) gabar-se numa comissão parlamentar de que “não tinha sido eleito”. Para que os portugueses sufragam com o seu voto o carácter e competência daqueles que, mais tarde, os irão governar. Para que haja mais democracia na nossa democracia.
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