Esta semana, uma coluna do exército ucraniano da “operação antiterrorista em larga escala” após uma escaramuça com civis armados, debandou e deixou seis BMP-2 que foram capturados pelos separatistas, ao mesmo tempo, várias deserções e “mudanças de lado” ocorreram um pouco por todo o leste do país. A Ucrânia não parece ter nem a força nem a organização capaz de restaurar a autoridade do governo interino no leste do país.
Apesar desta incapacidade, a Rússia não parece estar realmente interessada em anexar o leste da Ucrânia. Tal anexação seria um pesadelo diplomático (ao contrário da Crimeia) durante anos e, sobretudo, seria uma carga tremenda assumir as minas de carvão (cronicamente deficitárias) e toda a economia lenta e ineficiente do leste ucraniano.
A aposta russa parece ser a de manter a Ucrânia no limite da ingovernabilidade e, logo, longe da integração europeia… mantendo forças militares prontas a intervir caso existam sinais de perseguições à população russa deste território.
Ou seja: não creio que vá haver aqui uma integração “à crimeica”, mas um rastilho lento pela instabilidade do território e uma preparação para uma operação relâmpago em caso de emergência étnica.
É a minha aposta, pelo menos…
Postei um comentário. 🙂
gostei da sua observação sobre os acontecimentos
Então vou postar outro em lugar daquele que não apareceu.
Primeiramente, sobre os presidentes Obama e Putin. Apesar de muita gente no Ocidente não gostar do Putin, ele está simplesmente humilhando o Obama diante das nações. Em 2008, eu torci pelo Obama. Hoje, se eu pudesse, eu recomendaria ao Obama que renuncie o mandato antes que ele leve os EUA à ruína.
Sobre a Ucrânia em si, os russos só queriam a Crimeia. Para o Putin, é mais interessante que a Ucrânia fique unida na forma duma federação, porque se a Rússia anexar as terras ucranianas habitadas por russos étnicos, o que sobrar da Ucrânia vai entrar definitivamente na União Europeia e na NATO, justamente o que o Putin não quer. O melhor caminho para a Ucrânia é seguir o exemplo de neutralidade da Finlândia, e não se unir a NATO e nem à Rússia. E, convocar Assembleia Constituinte, uma nova República.
Na verdade, quem devia estar representando o Ocidente nas negociações é a chanceler alemã, que sabe lidar com o presidente russo melhor do que o presidente norte-americano.