
1.
Quando os arquitetos do Jardim Zoológico de Lisboa decidiram erguer este espaço a partir de 1905, em 1907, na Quinta da Laranjeiras (ainda hoje o nome de uma estação de metropolitano situada nas imediações) optaram por incluir uma série de referências ao Paraíso cristão e ao Éden pagão. Esta inesperada carga simbólica foi reconhecida por alguns dos promotores iniciais do projeto como o rei Dom Fernando II, Camilo Castelo Branco e o conhecido construtor da Quinta da Regaleira, Carvalho Monteiro.
2.
A inspiração do Jardim partiria dos Jardins Suspensos de Babilónia, onde se conjugavam os quatro reinos da Natureza: Mineral, Vegetal, Animal e Humano, em são e plena harmonia.
O mineral está presente pelos granitos expostos no jardim, o vegetal pela densa e rica vegetação colocada nos espaços verdes originais do jardim, o animal, pela espécies animais aqui reunidas e o humano, pela população humana que visita o Jardim Zoológico.
3.
Todos os iniciais proponentes e defensores da construção do Jardim Zoológico pertenciam a Sociedades Secretas: Maçonaria (conde de Farrobo), Rosa Cruz (D. Fernando II), Maçonaria Templária ou Monárquica (Carvalho Monteiro).
4.
O principal elemento simbólico do Jardim Zoológico de Lisboa encontra-se no “Jardim do Roseiral” ou simplesmente “Roseiral”. Este jardim, é visitado a partir de uma pequena ponte de pedra, que simboliza a ascensão a um estado espiritual superior, mais evoluído. A ponte está delimitada por quatro colunas, cada uma coluna com um artífice egípcio, um por cada um dos quatro elementos da Matéria e um por cada Ponto Cardeal (simbolizando assim, o Todo Universal).
5.
O Roseiral foi concebido para funcionar como um templo ao ar livre, em que as fontes, labirintos, dragões, gansos, delfins, esferas e esfinges com rostos masculinos, mas corpos de mulher (andróginos) cumprem papéis muito específicos num percurso iniciático que culmina no “Lugar da Rosa”, muito judiciosamente escolhido tendo em conta o simbolismo da “Rosa” (ocultação, camadas de revelação e rosacrucianismo).
6.
O local escolhido para construir o Zoológico de Lisboa assume uma carga simbólica por existir aqui um cruzamento de sete ribeiros que desembocavam no rio de São Domingos, sendo que deste rio partiam depois 4 outros pequenos rios, precisamente como sucedia no Paraíso da Mesopotâmia, sendo o Velho Testamento…
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