Espanha está a ser confrontada com uma sucessão de casos de corrupção da mais alta gravidade. Estes casos – assim como a escala das verbas traficadas por dirigentes do PP – são especialmente chocantes no contexto de profunda crise económica e em que o desemprego em Espanha ultrapassa todos os limites. Perante este contexto de imoralidade política e impunidade cronica, num contexto em que o Desespero começa a ser mais forte que o Medo e confrontando com a Grécia Colapsada, onde os saques populares a supermercados, o desemprego crónico são sinais de um Estado que parou de funcionar, Espanha está na beira de uma explosão social sem precedentes nos últimos noventa anos.
Como em Espanha, como na Grécia, como, enfim, em Portugal, as vítimas desta corrupção generalizada e impune são os cidadãos. Vítimas de negócios opacos, de gravíssimo prejuízo para o Estado e levando a uma fiscalidade cada vez mais opressiva que alimenta contratos de PPPs, “empresários” que vivem na dependência do Estado ou partidocracias ávidas.
Mas mais culpados que estes políticos são os cidadãos que se demitem de um papel ativo na sua sociedade, que elegem ou deixam eleger os partidocratas, de forma rotativa e acéfala. Perante esta situação, há que ativar a Cidadania, deixarmos de ser cidadãos de sofá ou protestantes de facebook e regressarmos aos espaços de intervenção cidadã que o sistema representativo dominante nos deixou (voto, manifestações, candidaturas cidadãs, petições, ILCs, vida associativa, militância em partidos anti-sistema, etc). Saiamos de dentro de nós, deste “nós” contido e medroso e resgatemos esse espaço público que os Grandes Interesses – muito por nossa passividade – nos furtaram e onde a Partidocracia exerce hoje o seu império.
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