“Demonstrações de protesto e de cólera acompanham os governantes, para onde quer que vão. O Presidente da República não escapa à ira. É refém da teia reticular com a qual se cumpliciou, esquecendo os compromissos de honra e a qualidade imparcial das funções que exerce. As vaias de que é objeto representam não só um ricochete pelas conivências em que se enredou, mas uma acusação reiterada às máscaras sob as quais se pretende ocultar.”
Baptista-Bastos
Diário de Notícias
11 de julho de 2012
Não tenho dúvidas (seria preciso que fosse muito ingénuo…) de que uma boa percentagem destas manifestacoes anti-governo e anti-cavaco são organizadas por núcleos locais do PCP… mas esta é a parte organizada do fenómeno. Existe um outro segmento – desorganizado e caótico – desta contestação que é cada vez mais forte e que escapa ao controlo direto dos partidos convencionais.
Este “descontentamento surdo” ainda está muito desfocado e desorganizado mas começa a permear todos os segmentos da sociedade, devido à multiplicacao dos números do desemprego. Este descontentamento perdeu o contraponto de uma presidencia capaz e ativa (ao eleger o dormente e inepto cavaco silva), ao permitir que este fosse eleito, apesar de uma abstenção histórica. Agora, com os partidos políticos desprestigiados, com uma presidencia inoperante (mas gastadora) os portugueses não se reconhecem na classe politica que os rege… e esta separação ainda pode ter consequencias dramáticas na nossa sociedade.
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