“Em primeiro lugar, os sindicatos e as associações sindicais são, regra geral, muito permeáveis à influência dos partidos políticos, em especial do PCP.
Em segundo lugar, a constituição de sindicatos ou associações sindicais pressupõe a existência de dois campos com interesses opostos e potencialmente em conflito.
(…) A PSP e a GNR são as forças que asseguram o exercício da autoridade do Estado – e, nessa medida, são “extensões do governo”, são como os braços em relação ao corpo, têm de lhe obedecer.
Imaginemos que, em determinada altura, os sindicalistas da GNR (ou da PSP) estão envolvidos num braço-de-ferro com o Governo, exigindo determinadas regalias ou melhores condições de trabalho.
Imaginemos ainda que, a meio desse braço-de-ferro, ocorre uma perturbação grave da ordem pública por outra razão qualquer – e o Governo manda a GNR (ou a PSP) avançar.
Imaginemos, ainda, que a GNR (ou a PSP) responde que só cumprirá as ordens do Governo se as suas reivindicações forem satisfeitas. Ora, se assim; estará criada uma situação de rutura. (…)
Sendo forcas da ordem, a Polícia e a Guarda deveriam reger-se por normas próprias, não podendo ter os mesmos direitos de outros trabalhadores.
Dispondo de armamento, têm de funcionar de forma muito hierarquizada – pelo que os mecanismos de “reivindicação” deveriam-se fazer-se através das chefias (e nunca através de associações de base que saltam por cima das chefias e se confrontam diretamente com o Governo).
(…) Pode ocorrer situações em que as ordens dos líderes sindicais se sobreponham às da própria cadeia de comando, subvertendo a hierarquia.”
Sol, 9 de março de 2012
Sou contra os sindicatos da polícia. Não acredito que devam existir direitos sindicais em funções de soberania como as policias, o exercito ou os juízes. Ataque-me quem quiser, mas não quero ver os juízes, soldados e policias em greve, nem com atitudes corporativas que colocam os interesses (por justos que sejam) da classe acima dos interesses superiores da Justiça, Lei e Ordem que são os seus, por missão e dever.
E este cenário aqui desenhado é absolutamente abominável, mas muito plausível: policias contra policias, militares contra polícias ou policias contra militares combatendo-se nas ruas com ou sem armas, como de resto já aconteceu nas Maldivas e no Egito há não muito tempo atrás.
Comentários Recentes