“O Estado não tinha até 2011, despesas com as concessões da Auto-estrada do Norte e Grande Lisboa. Após o negócio com a Ascendi, detida pela Mota-Engil e o BES o Estado aceitou ficar responsável pelas duas concessões. Isto é, passou a pagar uma renda anual à empresa, recebendo em troca a receita das portagens. O problema é que as negociações foram mal conduzidas pelo Estado: as estimativas de tráfego, que serviram de base às negociações, previam o dobro de carros daqueles que circulavam, realmente, nas estradas em questão. E as receitas de portagens ficarão assim sempre abaixo do previsto. Os contribuintes perdem duplamente: ficam com o risco de tráfego e perderão 600 milhões de euros até 2036 devido à diferença entre as rendas pagas à Ascendi e as portagens.”
Frederico Pinheiro
Sol, 24 fevereiro de 2012
ROUBO, dolo e provável corrupção. Todos os processos das PPPs tresandam a uma combinação destes três fenómenos. E todos – dado o estado absolutamente disfuncional da nossa Justiça – acabarão por ficar impunes, agravando ainda mais uma sensação generalizada de impunidade perante esta sucessão de atos de flagrante gestão danosa e certa corrupção.
Há apenas duas vias para resolver o problema gigantesco e incontornável para a sanidade das finanças públicas: a via judicial para punir os responsáveis do bi-partido que nos colocaram nesta situação e a da Nacionalização total de todas as PPPs por forma a repor uma solidez mínima nas finanças públicas e os supremos interesses da República.
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