
Francisco Sarsfield Cabral (http://www.ffms.pt)
“A política de austeridade sem crescimento, de que a Alemanha não parece desistir, arrisca-se a levar a Europa não só à recessão, que já se avista, como a uma autêntica depressão, apenas comparável à dos anos trinta do século XX. O que afastaria, totalmente, os europeus da integração europeia. Não é por acaso que sobem as forças políticas xenófobas, anti-imigração e eurocépticas na Europa do norte. Renascem demónios nacionalistas que se julgariam ultrapassados. Entretanto, vêm a público ideias para relançar a integração europeia em crise. Comum a essas propostas está, naturalmente, mais Europa política. Só que as opiniões públicas dos países da UE aderem cada vez menos ao projeto europeu.”
Francisco Sarsfield Cabral
Sol, 24 de fevereiro de 2012
Enquanto acumula lucros escandalosamente especulativos a pérfida Germânia, pedindo aos Mercados dinheiro a juros de 0.019 e “ajudando” agiotamente aos países em dificuldades (como Portugal, Irlanda e Grécia) a Alemanha insiste na “receita batida da austeridade. Existe muito capital disponível na Europa do norte, sobretudo na Alemanha, simplesmente os alemães estão muito ciosos do mesmo. Captado com exportações para os países do sul (desindustrializados sob pressão alemã) e com créditos obtidos a juros de quase zero por cento este capital existe, está disponível e é possível usar estes milhares de milhões de euros num “plano Marshall” que crie emprego, redindustrialize e riqueza na Europa do sul.
É possível mas os alemães não querem.
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