“Junto à foz do rio de Maçãs, no Alto da Vigia existiu outrora um grande santuário dedicado ao Sol e à Lua e ao culto imperial, datável dos séculos II e III d.C., mas de que no século XVI já só se viam esparsas ruínas. Na época, o recinto circular do santuário erguia-se até aos 40 metros de altitude sobre uma elevação rochosa que avança pelo mar e constitui um pequeno promontório.”
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“O monumento foi revelado em 1505 por Valentim de Morávia, tendo sido estudado pelo humanista André de Resende na sua obra De Antiquitatibus Lusitanae, publicada em 1593: “Junto ao sopé da serra, mesmo no cimo do promontório, que é cortado abruptamente sobre o oceano existiu outrora um templo consagrado ao Sol e à Lua, do qual agora apenas existem ruínas nas areias do litoral e cipos, alguns com inscrições reveladoras da antiga superstição.”
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De acordo com o desenho de Ollanda, tratar-se-ia de um recinto circular implantado numa plataforma de terra sobre a qual se distribuíram 16 aras prismáticas, organizadas a espaços regulares; ao centro vê-se um disco solar raiado, com um crescente lunar, que talvez tenha sido feito em mosaicos.”
Lugares Inesquecíveis de Portugal
Paulo Loução
Eranos
A disposição circular deste templo romano faz crer que seria uma justaposição a um templo megalítico anterior, talvez desmontado ou destruído na era romana, ou melhor, “romanizado”, uma vez que este tipo de construções não são Clássicas das edificações religiosas dos romanos. Existe também a possibilidade de se tratar de um templo megalítico que o Humanista português confundiu com “os romanos” um pouco como hoje a sabedoria popular atribui aos “mouros” todas as ruínas que subsistem na paisagem rural portuguesa… Seria assim um circulo de megalitos, um cromleque, que o tempo destruiria não subsistindo nos dias de hoje qualquer vestígio desse monumento?…
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