“Em 2011, Portugal exportou mais peixe e crustáceos do que em 2010. Mesmo assim, os valores alcançados são muito inferiores aos registados na importação, com 7,3 mil milhões de saldo negativo.
Portugal não pesca o suficiente para satisfazer o consumo nacional. Além disso, devido às tradições culinárias do país, Portugal importa várias toneladas de bacalhau por ano, o que representa por si só um fator decisivo na balança comercial.
Em 2011, o país importou mais 1,6 milhões de quilos de peixe e crustáceos do que em 2010, o que representa um aumento de 87, 7 milhões de euros de compras, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).”
Fonte:
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=2434907
Portugal é hoje, simultaneamente (e paradoxalmente) o terceiro maior consumidor per capita de peixe do mundo, logo depois da Islândia e do Japão e o detentor da décima maior zona económica exclusiva do mundo. Tal contradição deveria ter ja colocado nas prioridades de vários governos a reconstrução da nossa frota pesqueira, destruída criminosamente durante o Cavaquismo. Por manifesta falta de vontade estratégica, embarcados na bebedeira da tercialização da economia e de “obras de regime” faraónicas, pagas a crédito barato que agora estourou bem nas nossas caras.
Urge erguer um programa de reconstrução da nossa frota pesqueira e de promoção ao desenvolvimento da aquacultura (hoje em dia, até a República Checa produz mais em aquacultura que o nosso país). A presença asfixiante das frotas pesqueiras estrangeiras nas nossas águas, nomeadamente da espanhola (a segunda maior do mundo) tem que ser também revista, assim como a proteção injusta que a União Europeia exerce sobre os interesses de Espanha nas nossas águas. Depois, desta abordagem tripla, Portugal possa recuperar a perdida soberania alimentar e este setor dê o seu contributo para o necessário equilíbrio da balança de pagamentos.
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