“Connosco para todo o lado viajou sempre a língua portuguesa. Andámos pelo Planeta a semear a língua portuguesa. Ela vive hoje, palpitante, em vastos e diversos espaços do Planeta. É grande e multímoda a assembleia de povos que a falam, que nela sentem, amam, pensam, agem e rezam. A nau da iniciação, a nave em que ela viaja, é por ora uma frágil casca de noz. Mas vai crescer transfiguradamente. Tem nome: chama-se Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – CPLP. Não confundamos Estado com Pátria. Os Estados são vários; a Pátria é uma. O Poeta ensinou-nos bem, não aprendamos mal: “Minha pátria é a língua portuguesa”.
A Língua Portuguesa e o Destino de Portugal
Manuel Ferreira Patricio
Revista Nova Águia, número 8
A grande riqueza de Portugal é – ao contrario do petróleo saudita ou do ouro sulafricano – perene. É a língua. Seremos tanto mais grandes quando mais for a utilização da língua portuguesa, quanto mais se alavancar o maior pais de língua portuguesa (o Brasil) a um merecido estatuto de potencia internacional e tanto quanto mais conseguirmos defender a sua unidade.
Portugal tem na sua pátria moral, ética, cultural e civilizacional o esteio suficientemente forte para inaugurar uma união politica de novo tipo. Aprofundando a embrionária e muito insuficiente, CPLP e estendendo-a no rumo sonhado por Aparecido de Oliveira e Agostinho da Silva, Portugal pode – conjuntamente com Angola e Brasil – recriar um tripé estratégico que transmute a CPLP numa União Lusófona. Uma entidade multinacional de novo tipo, rigorosamente paritária, democrática e respeitadora dos direitos humanos, multi-continental e reguladora de conflitos e tensões onde quer que eles surjam.
Este era o sonho de Fernando Pessoa, que cabe agora a esta geração – imersa nesta imensa crise – concretizar.
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