
União Europeia (http://dre.pt)
“A política externa portuguesa passou a desenvolver uma obsessão pela Europa e depois uma obsessão na Europa: a construção da Federação Europeia. Pequeno país pretende ter a sua defesa acautelada pela Nato, a sua economia dominada pelas grandes potências, o seu financiamento garantido por um Orçamento Federal. Como se diz, em muitas terras donde vieram os vossos antepassados: “fidalguia sem comédia é gaita que não assobia”. O despesismo extremo dos governos, a incúria em matérias-chave de formação de pessoal qualificado, o esquecimento do agro e das pescas, a glutonica pelos programas europeus de convergência que faziam entrar dinheiro fresco, tornou Portugal num país extremamente vulnerável que a sua diplomacia já não pode mais disfarçar.”
António Marques Bessa
As Grandes Linhas da Política Externa Portuguesa nos Últimos Anos
Finis Mundi, número 3
Nunca na História uma pequena ou média potência conseguiu assegurar a sua soberania fazendo-a assentar unicamente sob os seus próprios recursos. Não resulta assim desonroso, querer que Portugal construa uma teia de alianças defensivas e ofensivas tendo em vista a defesa da sua integridade territorial ou dos seus interesses de soberania. Essa rede é atualmente – gostemos ou não – providenciada pela OTAN e pela União Europeia. Futuramente, até pela patente desagregação da União Europeia e enfraquecimento constante dos EUA, Portugal deve buscar outros apoios externos.
As grandes estratégias não se traçam e aplicam de um momento para o outro. Não se aplicam ao sabor das modas ou circunstancias nem dos lideres políticos ou dos caprichos mediáticos do momento. Traçam-se em prazos de décadas e objetivam-se ainda para mais longe. Dito isto, este é o momento para começar a lançar os alicerces para uma nova fase das relações internacionais e diplomáticas de Portugal. Uma nova fase que responda à decadência europeia e que explore a vocação atlântica e Lusófona de Portugal. Uma via estratégica, larga e ambiciosa, que dê cumprimento às profecias e ao destino de Portugal, lançando a “ideia de ser Portugal” pelo mundo fora… E realizando assim o Quinto Império dos poetas e sonhadores de todas as gerações.
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