Intervenção do Prof. Ferreira Patrício apresentando o seu texto no nº 9 da Nova Águia
Daily Archives: 2012/03/07
O Pingo doce é um dos maiores importadores nacionais
Apesar de todos os milhões gastos em propaganda publicitária vendendo a tanga do “produto nacional”, os factos mostram que o Pingo Doce está entre os dez maiores importadores do setor do retalho.
O Pingo Doce podia inclusivamente usar a sua posição dominante na Polónia, pela cadeia Biedronka para aumentar as exportações nacionais e assim compensar a sua vergonhosa fuga fiscal para a Holanda. Mas apesar desse seu dever nacional, não… As exportações que realiza para a Polónia são quase irrelevantes. Além de agora pagar impostos na Holanda em vez de no país onde está a esmagadora maioria dos seus consumidores, de ser um exportador irrelevante, o Pingo Doce é também um dos maiores importadores nacionais, contribuindo assim para a balança comercial negativa de Portugal.
Importa assim aderir ao Boicote ao Pingo Doce (clicar AQUI) e ter em conta que a poderosa e milionária máquina de marketing da Jerónimo Martins/Pingo Doce está hoje muito atarefada comprando artigos favoráveis na imprensa como este:
http://economico.sapo.pt/noticias/pingo-doce-e-lidl-sao-os-maiores-importadores_138075.html
O que significa que temos sempre que ler todas as noticias (e este blogue!) com um permanente sentido crítico!
Sobre as consequências da desregulação comercial mundial
“As consequências da desregulação comercial são conhecidas: multiplicação das deslocalizações, desindustrialização, baixa dos salários, precariedade do emprego, do aumento do desemprego.”
Muito menos falada que a desregulação financeira (que de facto, esteve na direta razão da recessão global atual), a desregulação comercial encontra-se hoje na origem da crise europeia: foi a desregulação comercial radical que destruiu o setor produtivo europeu e que deixou a Europa dependente do crédito para continuar a manter o seu nível de vida.
O regime atual – que consagra como dogma inatacável – a abolição de barreiras alfandegárias, que tornou a China na “fábrica do mundo” e que desindustrializou quase totalmente o Ocidente, viciando-o no crédito, tem que acabar. A China tem que “desmercantilizar” a sua economia, virando-a para dentro, para a sua própria população, dotando-a de um nível e qualidade de vida mais humano e decente. Em vez de buscar obsessivamente “exportar a todo o custo” tem que construir uma massa de consumidores com suficiente poder de compra para substituírem os endividados ocidentais.
Quando a China deixar de ter tanta necessidade de exportar e passar a orientar a sua economia para a sua própria população, então reabrir-se-á o espaço para que o Ocidente possa reconstruir as fábricas que deslocalizou, regressar a níveis de Emprego sustentáveis e reorganizar os seus depauperados setores produtivos.
Fonte:
O Ano de 2012 será terrível! Divida Pública: Como os Estados se tornaram prisioneiros dos Bancos
Alain de Benoist
Finis Mundi, número 3
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