O Sistema Monetário Europeu, ou SME, foi fundado através de um acordo assinado em 1979 pela maioria dos países que então compunham a CEE. O objetivo era o de ligar as respetivas moedas por forma a remover as causas de grandes flutuações de taxas de cambio entre elas.
O Acordo de 1979 tinha 3 pontos essenciais:
1. O ECU (European Currency Unit), uma espécie de cabaz monetário, que as ligava por forma a que nenhuma pudesse variar mais de 2.25 por cento em relação a qualquer uma das outras.
2. Um Mecanismo de Taxas de Cambio (MTC)
3. O Fundo Europeu de Cooperação Monetária (criado em 1972)
Em 1 de janeiro de 1999 foi lançado o SME2 e terminava o ECU sendo substituído pelo Euro. A partir de então, a flutuação máxima da taxa de cambio deixava de poder exceder os 15 por cento.
Portugal no SME:
1987 a 1990, Crawling Peg:
Neste período, ocorre uma desvalorização constante do escudo de 3 por cento ao ano. Assim se tenta manter a competitividade da oferta produtiva do pais frente à concorrência externa.
1990, Shadowing:
A adesão ao MTC (Mecanismo das Taxas de Cambio) ocorre através da definição de um objetivo unilateral para manter o cambio do Escudo dentro de uma banda muito estreita de cinco moedas do SME (Marco, Peseta, Franco, Libra e Lira).
O Banco de Portugal acaba com a acomodação dos diferenciais de inflação face ao exterior o que implica o termo da sustentação da competitividade através da desvalorização constante da taxa de cambio. Desta forma o BdP prepara a adesão ao MTC e avalia ate que ponto é que pode controlar o cambio do Escudo.
1992, Entrada no MTC
No momento da adesão ao MTC, a inflação anual era de 10.2 por cento. O elevado diferencial das taxas de juro de então face ao resto da Europa e a liberalização da circulação de Capitais provoca o aumento súbito do afluxo de capitais externos e a valorização do Escudo. Pouco depois, o Escudo era já a moeda mais forte (mais perto do limite máximo de flutuação) do MTC.
A adesão ao MTC faz parte de uma estratégia de Cavaco Silva de combate à inflação.
Efeitos Positivos:
.Transacções
.Investimento
.Eficiência dos Mercados
Efeitos Negativos:
.Fim do instrumento da taxa de cambio como sustentador da competitividade
.Fim da autonomia monetária, que já era relativa devido à política de não acomodação face à evolução de um conjunto de moedas europeias.
Pouco depois, é decidida a liberalização integral dos movimentos de capitais com o exterior. A autonomia monetária reduz-se então à margem de flutuação do Escudo no MTC.
1992, Crise no SME
A Libra desvaloriza-se e deixa o MTC. A peseta sofre o mesmo processo, mas de forma mais suave e persiste no MTC.
Causas da crise do SME de 1992:
.O Não da Dinamarca ao Tratado de Maastricht levaram a ataques especulativos contra as moedas mais fracas do SME
.A Reunificação da Alemanha o que cria altas taxas de juro para travar a inflação
.A Recessão na Europa, deveria levar a baixas taxas de juro como estímulo ao crescimento, mas tal não conviria à Alemanha.
Os especuladores atacam a moeda da Finlândia e fazem-na sair do ECU. Atacam depois a Libra e a Lira. A Espanha para aumentar a competitividade externa das suas exportações recusa aumentar a taxa de juro. A Alemanha poderia compensar aumentar a massa monetária de Marcos, mas recusa. Rapidamente, o Escudo e a Peseta colam-se ao limite mínimo da banda de flutuação.
A Coroa sueca sai do Ecu, para se defender de ataques especulativos. O Escudo desvaloriza 6 por cento antecipando esses ataques, mas a desvalorização da Peseta reduz a competitividade dos produtos portugueses frente a Espanha, o maior parceiro comercial luso. Em 1993, o Escudo desvaloriza face à Peseta. Pouco depois, dá-se o alargamento das Bandas de Flutuação para mais ou menos 15 por cento. Isto ocorre depois de ataques ao Franco, à coroa dinamarquesa, franco belga, escudo e peseta. Este alargamento responde aos ataques especulativos.
A partir de 1993, torna-se claro que os Bancos Centrais já não conseguem defender as suas moedas apenas pelas reservas de divisas e que as taxas de juro são uma arma mais adequada. Em Portugal, o ministro das finanças, Eduardo Cartroga defende a preservação da estabilidade cambial porque:
A. Favorece a estabilidade dos fluxos comerciais com o estrangeiro
B. Favorece as estratégias empresariais de longo e médio prazo
C. Defende o poder de compra e o valor do património interno
D. Combate a inflação
E. Baixa os custos de financiamento das empresas
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