Quando a inflação é muito elevada e foge a qualquer controlo estamos perante aquilo que se designa por “Hiperinflação”. Socialmente falando, a Hiperinflação é altamente destrutiva com efeitos graves para os indivíduos e para a sociedade. A maioria dos economistas acredita que estamos perante Hiperinflação quando a taxa de inflação mensal ultrapassa o limite dos 50 por cento.
Exemplos:
Alemanha em 1922 5000 por cento
Bolívia em 1985 mais de 10000 por cento
Brasil em 1993 2100 por cento
Como exemplo, se a taxa de inflação for de 50 por cento por mês isso vai levar a um aumento de mais de cem vezes o nível de preços ao longo de um único ano e a um aumento de mais de 2 milhões de em 3 anos.
Na Alemanha, a Hiperinflação depois da Grande Guerra e que alcançou o seu pico em 1923 levou a perda de poupanças e quebras substanciais do nível de riqueza da maioria da população. O aumento constante dos preços criou um ciclo vicioso em que as pessoas exigiam salários mais altos antecipando os aumentos dos preços no futuro. Os salários mais altos geravam custos de produção mais altos que, por sua vez, criavam alta de preços. O dinheiro perdia valor e era gasto cada vez mais rapidamente.
O governo alemão reagiu ao declínio da moeda adicionando mais zeros ao papel-moeda até um ponto em que a moeda deixou de funcionar como reserva de valor, unidade de conta e meio de troca. A troca direta tornou-se cada vez mais comum e moedas-mercadorias, como os cigarros, tornaram-se comuns já que não perdiam valor com a inflação.
O quintus está a transformar-se, infelizmente, num site de política e economia… e sinceramente a entrar na onda da crise da comunicação social e a tornar-se igual a tantos outros blogs ao dar destaque sempre às mesmas temáticas. Onde está a Política, Espaço, Agostinho da Silva, Quids, Ciência, Defesa, Economia, Hoaxes, etc…??? Antigamente este blog era bem mais interessante por ser eclético.
Alguem fez copy-paste… 😉
O Quintus sempre foi um espaco onde escrevo sobre os temas que me interessam e a Economia sempre foi um dos principais. Se fala desta serie recentes de artigos sobre Politica Economica, saiba que eles terminarao dentro de dias (estao calendarizados) e serao sempre intercalados com outros temas.
De qualquer forma, nunca me preocupei com a popularidade ou impopularidade do Quintus. é o que é e eu sou o que sou… E resiste já desde 2000, o que o torna um dos blogues mais longevos da blogoesfera lusitana, o que deve valer alguma coisa…
Eu vivi a época de superinflação no Brasil, os preços variavam por horas, cheguei inclusive a ser um milionário, na época do estágio ( tirocínio) cheguei a receber um milhão e tantos mil cruzeiros, dava para pagar a ida e a volta para o trabalho de ônibus e comer uns lanches! 🙂
O pessoal era criativo, como não conseguiam remarcar os preço na velocidade necessária nos supermercados os preços não ficavam nos produtos, os produtos tinham um código, e os preços ficavam em listas ou você consultava em leitores de código de barras.
As compras tinham que ser feitas imediatamente ao recebimento do salário, gerando estoques nas casas, caso contrário adeus salário.
Os salários eram reajustados mês a mês, indexados e com gatilhos que disparavam aumentos.
Abraço
Fred
Fogo! Por ca lembro-me da inflacao bem acima dos 20%, mas nao houve necessidade de ajustes a esse ritmo… Imagino a confusao e a quantidade de gente que ha de ter ganho dinheiro com esquemas ligados ao constante aumento dos precos.
Digo por aqui muito mal do BCE, mas a verdade é que é muito dificil viver em hiperinflacao.
Então CP, quem tinha o produto levava vantagem, quem tinha o dinheiro a desvantagem, por exemplo: um dia de atraso no pagamento gerava uma diferença superior a 10% no valor do dinheiro. O dinheiro não ficava em conta corrente, ficava em aplicações (era automático), a mais popular era o over night, reajustando o valor do dinheiro toda virada de noite, 9%, 10 % a cada virada do dia, de qualquer maneira vc perderia o valor do dia sacado, pois vc sacou, parou de render, então deveria comprar o produto imediatamente, ou correria o risco de não mais o comprar com aquele valor.
Tudo era indexado, salário, bens, etc.
Espero nunca mais ver isso!
abraço
Fred
Assim espero… Por cá nunca vivemos a hiperinflacao, excepto talvez no reinado fernandino… E claro que sim: os mais abastados tinham sempre forma de viver e ate ganhar na situacao!
Por isso, defendo neste concreto a posicao do BCE: de combate acerrimo à inflacao.