
Porto de Sines portugalfotografiaaerea.blogspot.com
“Andar pela zona de Sines equivale a perceber que o futuro do país passa por ali (OK, só um bocadinho do futuro pátrio). Não por acaso; o “El País” anda muito preocupado com a atratividade de Sines para as empresas chinesas. Tal como está, o porto já é atrativo (os singapurenses, espertos como um alho, já lá estão), mas, com o alargamento do Canal do Panamá, Sines ganhará ainda mais relevância para os chineses e restantes asiáticos. Não é preciso ser um génio para perceber porquê. Ora, se Portugal fizer a sua parte (ferrovia em bitola europeia), Sines poderá ser um caso sério. Aliás, “El País” adianta que um conglomerado de empresas chinesas pretende transformar Sines num posto avançado para a montagem dos seus produtos. Isto seria revolucionário. Isto seria uma Autoeuropa elevada ao cubo. Isto representaria emprego para minha gente durante, vá, uma geração.”
Expresso, 8 de outubro de 2011
Portugal só pode esperar cumprir o seu verdadeiro desígnio de fundar uma União Lusófona se primeiro se refundar. Acreditamos que o futuro do país, a longo prazo, passa pela fundação de uma união política e económica com os outros países e nações de fala lusófona. Mas Portugal não pode caminhar para esse futuro da mesma forma como caminhou para a União Europeu/CEE: de mão estendida e pedindo dinheiro a troca da destruição do seu setor produtivo e da tercialização da sua economia.
Portugal só pode alavancar uma nova fase na sua vida enquanto entidade nacional se primeiro se reorganizar e refundar. Todos os princípios, fins e meios que serviram de alicerce ao desenvolvimento de Portugal terão que ser reavaliados por forma a recriar condições para uma recuperação do setor produtivo português. Ora nesta recuperação, o papel do setor primário, da agricultura e, sobretudo, da Economia do Mar é absolutamente vital.
Se a Economia do Mar tem que ser central na regeneração de um pais esvaziado e empobrecido por décadas de estéril subsidiação e por uma tercialização deslocalizada e assassina, então, nela, o papel dos portos tem que ser crucial. Será através de portos modernos e bem equipados que o país vai manter comunicações com o Mar Português e explorar os recursos que ele encerra. Será pelo melhor porto de aguas profundas da Europa, em Sines, ligado a uma rede de transportes de mercadorias de alta velocidade que se abrirão novas janelas de desenvolvimento e crescimento económico.
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