A recente suspensão do investimento da Nissan-Renault em Aveiro, para a construção de uma fabrica de baterias resulta do acordo com a Troika, da sua alínea em que se proíbem expressamente a atribuição de novos benefícios fiscais.
Segundo o governo, “o acordo assinado entre o Estado português e a troika impede expressamente novos benefícios fiscais ou o alargamento dos existentes”. Ou seja, Portugal foi impedido de cativar esse investimento estratégico para a economia e independência energética nacionais pela Troika.
O projeto iria criar pelo menos 200 postos de trabalho em Aveiro e permitiria que todas as baterias para os novos carros elétricos fossem produzidas no país já a partir do começo do próximo ano.
Segundo a Renault-Nissan, a suspensão da construção da fabrica deve-se não à impossibilidade do aumento das facilidades fiscais, mas à “conclusão de que as quatro fábricas espalhadas por todo o mundo seriam suficientes”, tendo em conta o abrandamento da procura resultante da recessão mundial que parece cada vez mais inevitável.
Os números das necessidades nacionais em carros elétricos foram também revistos – em baixa – pelo governo, cujo secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes, afirmou não existir mercado para uma quarta fábrica de baterias para carros elétricos da Nissan: “A empresa tem três fábricas de baterias em todo o mundo. Se considerássemos a produção da unidade de Cacia, estaríamos falar de uma produção de 500 mil baterias em quatro anos. Pessoalmente não vejo onde haveria mercado na Europa”. Tal declaração confirma que o Governo desistiu do projeto e não pretende bater-se pelo seu estabelecimento em Portugal, nem mesmo recorrendo aos incentivos ja existentes em Portugal e na base dos quais o projeto da Nissan-Renault tinha sido estabelecido.
O governante adiantou também que o “projeto de mobilidade elétrica português (MOBI.E) “está em avaliação para garantir a sustentabilidade, nomeadamente o modelo tarifário, que não deve sobrecarregar a parte energética”, mas sabe-se já que em vez de 250 mil carros elétricos em 2020 se estima agora que nesse ano existam pouco mais de 50 mil veículos elétricos a circular nas estradas portuguesas, ou seja 2% do total… Terá sido esta estimativa; assim como a revisão do MOBI.E que terão levado mais à suspensão do projeto de investimento do que a negação de novos benefícios fiscais por parte da Troika, suspeitamos nós…
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