
E. F. Schumacher (http://www.smallisbeautiful.org)
Um dos vetores da reforma económica e social do MIL é o “Small is Beautiful” (“O Pequeno é Belo”) do economista E. F. Schumacher. No auge da crise de 2008, muitos alertaram para o facto de o setor financeiro ser hoje dominado por um punhado de “grandes bancos”, “demasiado grandes para falhar” e que os Governos tudo deviam fazer para evitarem falhar, devido aos riscos sistémicos de tais falhanços.
Um pouco por todo o globo, começam a multiplicar-se os apelos para que os particulares retirem o seu dinheiro dos grandes bancos e o depositem em pequenos Bancos. A decisão serviria como forma de protesto contra a ganancia desmedida que provou a atual recessão global e que – no essencial – subsiste ainda hoje de forma flagrante e absolutamente impune.
Decorre atualmente um movimento, lançado a partir do facebook para que no dia 5 de novembro, todos levantem o seu dinheiro dos grandes Bancos e o transfiram para os pequenos. Trata-se do “Bank Transfer Day”.
Ao contrário do apelo recente do futebolista Cantona, o “Bank Transfer Day” apela nao a uma retirada do dinheiro dos Bancos, trocando-os pelos colchoes, mas a uma transferência para os pequenos Bancos, mantendo a economia capitalizada, mas ensinando aos grandes Bancos que a ganancia tem limites e que os cidadãos favorecem o Local frente ao Global, o Pessoal em relação ao Anónimo. Os adeptos deste movimento defendem também compras no comercio local em vez do recurso às descaraterizadas “grandes superfícies”.
A mensagem que este tipo de “ações cidadãs” transmite é clara: a Indignação contra um sistema financeiro cada vez mais poderoso, arrogante e opressivo. Mas financeiramente, o impacto será sempre diminuto porque a maioria dos capital bancário não existe hoje sob a forma de depósitos mas de fundos de investimento. O apelo de transferência não se deve assim limitar aos depósitos e estender-se a todo o tipo de capital colocado pelos particulares na Banca e enquadrar-se num quadro mais amplo, que contemple um esforço pessoal no favorecimento das economias locais (preferindo sempre produtos locais, comprados no pequeno comercio) e na promoção de formas de participação cívica, associativa e política na comunidade local onde cada cidadão se insere.
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