Nos últimos meses têm-se sucedido os casos de monges e monjas budistas tibetanos que se imolam pelo fogo como derradeira forma de protesto contra a ocupação chinesa do Tibete. Pequim, a potência invasora acusou os monges de “atos de terrorismo” patrocinados pelo Dalai Lama.
Desde maio de 2011, nove tibetanos tentaram suicidar-se pelo fogo, em protesto contra a colonização Han. Destes, cinco vieram a falecer. Todos, tinham menos de 24 anos. O ultimo caso ocorreu com a freira Tenzin Wangmo que enquanto se imolava, clamava contra a ocupação chinesa, pela liberdade religiosa e pelo regresso do exílio do Dalai Lama.
Este fenómeno é completamente novo na tradição tibetana, embora existam registos históricos de ter sido seguida no passado, no budismo. Como forma de protesto, representa também algo de novo e que revela um desespero profundo das populações locais provocado pela ocupação colonial de Pequim. Como causa próxima, esta dramática forma de protesto parece radicar na obrigação da participação de monges tibetanos em “sessões de educação patriótica” em que os participantes eram forçados a renegar o Dalai Lama e a estudar a doutrina comunista. Simultaneamente, Pequim instalou postos de policia dentro dos mosteiros e cortou o fornecimento de agua e eletricidade aos mosteiros que albergam monges mais contestatários. A cada nova imolação, a policia chinesa envia forças anti-motim com extintores.
Apesar de o mundo e os Media internacionais estarem a fazer praticamente tábua rasa destes acontecimentos eles demonstram que os tibetanos mais jovens estão a chegar aos limites e que a opressão colonial de Pequim no Tibete é hoje mais severa do que nunca. Perante este clamoroso silencio mediático cabe aos cidadãos de todo o mundo cumprirem o dever de divulgarem estes trágicos eventos no Tibete, a natureza cada vez mais opressiva da ocupação colonial chinesa e a complacência e timidez das democracias perante esta situação.
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