“As candidaturas independentes não constituem em si mesmas, uma garantia de abertura e diálogo com a sociedade (no meu tempo de deputado já não era assim, como tristemente conclui).”
> não, de facto, de per si, não produzem essa garantia. Mas os deputados independentes do tempo de Vicente Jorge Silva não eram realmente independentes. Eram (e são) pessoas eleitas dentro de listas partidárias e que assumem sempre algum tipo de compromisso com o Partido em cujas listas são eleitas conformando-se a um conjunto de limites a que têm que aderir na Campanha e que devem respeitar se desejarem ser reeleitos.
“Podem até resultar num aproveitamento oportunista de disponibilidades suspeitas e de clientelismos enviesados. Mas a independência e a liberdade de espírito são o único penhor de uma vida democrática mais sadia, introduzindo ar fresco na atmosfera bafienta das instituições paralisadas pelo servilismo da mediocridade.”
> Qualquer expressão de uma intervenção política ou cívica pode ser aproveitada para fins pessoais ou egoístas. Isso não é diferente no mundo político nem na vida parlamentar. A eleição de um deputado independente (inserido em listas partidárias) pode assim representar apenas a expressão de um ego particularmente dilatado ou de uma vaidade que no processo não deixará de inflar-se ainda mais. Mas tal tipo de personagem não será eleita pelos cidadãos se se apresentar às eleições em seu estrito nome individual e não inserido numa lista de um dado grande partido, sendo aqui eleito de forma mais ou menos automática em função do voto útil de qualquer eleitorado fiel a um determinado partido político.
“A perspetiva de um Parlamento onde tenderão a prevalecer, mais do que nunca, os alinhamentos tribais e acríticos dos partidos é o pior panorama que nos pode ser oferecido na mais negra conjuntura de sempre do nosso regime democrático”.
> A eleição de deputados, que se apresentem a eleições em listas independentes, uninominais e em círculos nacionais representaria assim uma importante reforma na qualidade da nossa vida parlamentar e na da nossa democracia, porque permitiria que pessoas de comprovados méritos e completamente independentes de qualquer fidelidade aparelhística ou partidária pudessem exercer todas as suas qualidades e potencialidades num Parlamento que assim seria revigorado e dinamizado saindo do doentio torpor atual que explica de forma tão cabal como é que Portugal pôde chegar à maior crise dos últimos cem anos.
São estas as razoes que levaram o MIL: Movimento Internacional Lusófono a promover ESTA petição.
Vicente Jorge Silva
6 de maio de 2011
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