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As possibilidades de Portugal reestruturar a sua Dívida são cada vez maiores, e isto apesar de esta não ser a posição dominante entre os “economistas do sistema”.
Um processo destes está muito longe de ser inédito – até na História portuguesa – e não é um mar de rosas. Mas tem grandes vantagens: desde logo, liberta recursos preciosos do pagamento de juros que deixa de ser realizado de forma total ou parcial. Mas, por outro lado, o país perde neste processo credibilidade externa e o financiamento externo torna-se impossível num período que pode estender-se até dez anos. Obviamente, os especuladores também perdem, já que deixam de receber parte ou o todo do seu capital ou juros.
A reestruturação da dívida pode ser realizada por quatro formas, ou em várias combinações destas:
1. A data de vencimento das obrigações pode ser prolongada além da prevista, ou seja, uma obrigação a dez anos será paga a apenas vinte, por exemplo. Assim ganha-se tempo para reunir o valor em dívida… o investidor continua a receber o que emprestou (mais juros), mas recebe-o mais tarde.
2. Como as obrigações do Tesouro pagam cupões anuais (juro) e uma alternativa de reestruturação da dívida passa por reduzir unilateralmente esse juro.
3. Ainda mais radical (e eficaz) seria somar a reestruturação dos juros com o prolongamento do prazo das obrigações do Tesouro… Esta foi a resposta da Argentina em 2001 perante um problema de dívida externa muito semelhante ao nosso, criando então o maior “default” jamais registado (95 mil milhões de dólares). Como resultado, foi excluída até hoje dos mercados financeiros internacionais.
4. Ainda mais radical seria reestruturar a dívida pelo corte no valor nominal da obrigação… Dizendo, por exemplo, que se pagaria apenas 50% (ou menos) da obrigação ficando os especuladores a perder o resto do capital (mais juros) investidos. Esta opção foi a escolhida por vários Estados no século XIX (entre os quais Portugal) e afasta também o país que a escolhe dos mercados financeiros internacionais (como todas as precedentes, de resto), mas tem efeitos dramáticos ação sobre a sua credibilidade.
Fonte:
http://economico.sapo.pt/noticias/saiba-o-que-pode-acontecer-se-portugal-reestruturar-a-sua-divida_116663.html
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