O primeiro presidente da Guiné-Bissau foi o irmão do carismático líder do PAIGC – Amílcar Cabral – assassinado em circunstâncias ainda hoje parcialmente obscuras mas onde a rivalidade entre caboverdianos e guineenses terá jogado o seu papel. Luís de Almeida Cabral toma posse em Bissau e o país torna-se num regime de partido único de influência soviética assumindo como um dos seus mais importantes objetivos a curto prazo à formação de uma união com as ilhas de Cabo Verde.
O governo do PAIGC é – praticamente desde os primeiros anos – acusado de má gestão e incompetência e as crises alimentares sucedem-se umas atrás das outras, criando grande descontentamento popular. Dando eco à insatisfação das populações, o exército, chefiado por João Bernardo Vieira, faz um golpe de Estado e Luís Cabral é deposto em 1980. A ala caboverdiana dentro do PAIGC sai derrotada e as relações entre as duas nações degradam-se ao ponto de serem formalmente interrompidas e o projeto de fusão política entre Cabo Verde e Guiné-Bissau é formalmente abandonado. Só em 1982 é que as relações diplomáticas entre a Guiné e Cabo Verde são normalizadas. O novo regime assumiu-se como “guineense” e repeliu a “ala caboverdiana” que o tinha dominado durante toda a guerra. O governo guineense é assumido por um Conselho Revolucionário até 1984, ano em que entra em vigor a atual Constituição da República.
Em 1990 arranca o processo de democratização e pluripartidarismo. Um ano depois, o PAIGC consente em concorrer a eleições lado a lado com outros partidos, mas as primeiras eleições multipartidárias só têm lugar em 1994 e mesmo então o PAIGC mantêm-se no poder, graças à maioria dos votos então recolhida. João Bernardo Vieira é o grande vencedor e assume a Presidência da Republica mas em 1998 tem lugar uma revolta militar chefiada pelo general Ansumane Mané que lança o país na guerra civil destruindo (até hoje) muitas infra-estruturas deste país da África lusófona. Apesar de ter pedido e recebido o auxílio dos exércitos da Guiné Conacri e do Senegal, Nino Vieira é forçado a deixar o país e parte para o exílio em Portugal em 1999. Para trás ficou um país destruído e mais largas centenas de mortos. Nesse ano, o líder dos revoltosos, Ansumane Mané entrega provisoriamente a presidência da Guiné a Malam Bacai Sanhá, dirigente do PAIGC que convoca eleições que se realizam em 2000.
Kumba Yalá e o seu “Partido da Renovação Social” (PRS) sagram-se vencedores nas urnas em 2000, esmagando surpreendentemente o PAIGC com uns impressionantes 72%. Kumba Yalá forma um governo de coligação com o partido “Resistência da Guiné-Bissau/Movimento Bafatá” que assume os destinos da Guiné até que em novembro desse ano um grupo de militares ligados ao presidente assassina Ansumane Mané e tenta – sem sucesso – tomar o poder através de um golpe de Estado.
Apenas três anos depois, em 2003, tem lugar nova tentativa de golpe de estado militar, desta feita liderado pelo general Veríssimo Correia Seabra. Kumba Yalá é preso e Henrique Rosa é nomeado provisoriamente como presidente da Guiné Bissau.
As eleições de 2004 dão a vitória ao PAIGC, que preenche 45 dos 100 assentos disponíveis no parlamento guineense. O PRS alcança, por sua vez, 35 lugares. O líder do partido vencedor, Carlos Gomes Júnior assume a função de Primeiro Ministro. Um ano depois, em 2005, as eleições presidenciais são ganhas por Nino Vieira.
Ó Rui, valha-te a santa homem! isso era trovoada ou quê?
Espero que a tua experiência te tenha sido mais proveitosa do que o filme. :))))
beijo.