As lutas entre a opção Rafale (favorecida pelo poder político) e a Gripen (preferida pela força aérea brasileira) parecem ter esmorecido com a estagnação de toda a evolução do programa F-X2 que se registou após a chegada de Dilma Rousseff a Brasília.
Com efeito, o programa de mais de 6 mil milhões de dólares está parado desde que Lula da Silva adiou esta decisão até depois da tomada de posse de Dilma. Dilma prolongou o processo de seleção durante mais alguns meses e é provável que o programa F-X2 seja reponderado por forma a ser compatível com a redução de despesa que o governo brasileiro colocou como prioritária por forma a travar as tendências inflacionistas que se registam hoje na economia do Brasil. O ministério da Defesa, por exemplo, terá que cortar 26% do seu orçamento mas não é ainda claro se este corte vai ter ou não impacto no F-X2.
Em fevereiro, surgiram notícias de que Dilma teria confidenciado ao Secretário do Tesouro dos EUA que preferia o Super Hornet da Boeing sobre o Rafale (que parecia ser o favorito de Lula da Silva) uma inclinação que concorda com a do CEO da influente Embraer que admitiu o mesmo tipo de inclinação, segundo se veio a saber através do Wikileaks. Isto coloca o Rafale em muitos maus lençóis já que a Força Aérea prefere o Gripen NG e Lula da Silva (que preferia o Rafale e uma aliança global de Defesa com França) já não está em Brasília…
O Sarkozy vai virar a cara para o Brasil… 🙂
Mas o dólar (ou melhor: as importações dos EUA) fala mais alto!…
Com cerveja… quero dizer, com certeza! 🙂
É, mas a Dassault está arrumando terreno pra investimentos nos pólos de tecnologia de São Paulo e a Embraer e Odebrecht estão comprando empresas da área de Defesa. Pode ser q o Rafale brasileiro substitua componentes americanos do Rafale francês. Se antes a briga era entre Rafale e Gripen, agora é SuperHornet e Rafale.
podes crer… os suecos ficaram bem para trás.
mas o clima é mesmo pró-americano…
por muito que façam os franceses, parece que perderam (também) este barco.
F-18, são mesmo burros estes responsáveis brasileiros…
eu e o LuisM vamos ficar tristes se o Rafale não for o escolhido.
Nao sei se serao burros… Mas as contrapartidas economicas (e outras, nomeadamente na reforma do cs da onu) podem revelar-se irresistiveis para um pais que ambiciona a ser uma potencia mundial…
Clavis Prophetarum
Baseado em experiências passadas, o governo brasileiro não devia confiar nos americanos. Eu ainda prefiro o Rafale. Acho que os franceses são mais tolerantes em transferir tecnologia ao Brasil do que os americanos. E não concordo que uma vaga permanente no CS da ONU tem que ser tão prioritário assim. Porque em caso de guerras, a palavra final é sempre dos EUA. Nem sei se o Brasil está preparado pra tamanha responsabilidade.
Odin
eu não sou estratega mas penso assim:
NINGUÉM vai transferir tecnologia (a não ser que o Brasil se torne num aliado de facto) e o Rafale é o melhor dos 3 como máquina. além de mais é mais moderno que o F-18, com mais margem de progressão que o americano.
quanto a vagas no CS pelo que tenho visto a diplomacia do Brasil está num cinismo inadmissível: abstem-se oficialmente em tudo que é votação e ainda critica oficiosamente…
até na Costa do Marfim!!! é ridículo.
quanto ao preparo, ninguém está de início mas pode-se sempre aprender.
Pois eu acho que todos querem mesmo transferir toda a tecnologia que puderem se isso assegurar o negocio. As dificuldades dos eua e da Europa neste atual contexto podem (e vao) jogar a favor do Brasil.
Otus Scops
Cinismo, não! Eu chamo de covardia mesmo. Pensa que vai conseguir agradar à todos.
E o F-X2 implica na transferência de tecnologia, e os franceses e suecos diziam concordar.
Sim… A historia da proibicao da venda dos Super Tucano ‘a Venezuela. Isso devia estar bem presente na memoria da Dilma.
CP
mas os EUA são patrões da ONU ou do CS???
a China já disse que apoia o Brasil e a França idem.
aliás, trocar a entrada no CS por uns aviõezinhos é um péssimo começo moral e ético, está a comprar uma entrada, quem respeita assim o CS??? haja verticalidade…
Nao sao, claro, mas sabemos como sao as coisas… Ou porque achas que a reforma do cs (negociada no tempo de Freitas do Amaral) esta encravada?…
CP
sinceramente não sei do que estás a falar, queres esclarecer???
Nao… Porque estou a responder a isto no blackberry e a app da wordpress aqui nao permite (estupidamente!!!) Ver o post que se comenta! Ridiculo.
😀
Essa campanha brasileira pelo assento permanente ajuda mais o Japão e Alemanha do q o próprio Brasil. Se o crescimento do país continuar no ritmo q está e o Brasil continuar a ser referência para os emergentes, a entrada será óbvia, quase como q obrigatória. O mais provável é q o CS crie um anel de países emergentes e médias potências (Brasil, Índia, África do Sul, Alemanha, Japão e algum outro), com assento permanente, mas com o poder de veto somente quando decisão unânime. A economia brasileira já está passando a França, UK e Alemanha.
Não sei se o Rafale é melhor do q o Super Hornet, mas qualquer um dos dois serviria às necessidades brasileiras. Acho q o q interessa (e ainda trava a negociação) é os termos de compra (como a transferência de tecnologia)e os bônus de cada proposta (investimentos em empresas e cidades brasileiras). Definitivamente, não estamos comprando somente caças.
O Brasil tem que se concentrar em que ocorra uma – qualquer – reforma do cs. Caso esta tenha lugar ‘e inevitavel que ele obtenha um assento permanente, quer pelo seu peso de demografia quer pelo seu crescimento economico recente.
CP
esta é para ti: esse useiro argumento do tamanho realmente é irritante, parece o SLBenfica, sempre com as manias da grandeza…
vejamos, por essa ordem de ideias a Índia teria mais razões para o acento permanente, ou então a Indonésia.
o Brasil ainda não provou nada para se meter nessas “altas cavalarias”, aliás, se tivesse “juízo” nem o faria.
na minha opinião isso é uma conversa para distrair dos graves problemas e para motivar os cidadãos brasileiros.
basta ver TODAS as últimas posições da diplomacia brasileira para se tornar num parceiro sem credibilidade, sobretudo no caso da Líbia e da Costa do Marfim. essa atracção pelo abismo é preocupante…
cá para nós, não terá acento no CS tão cedo.
p.s. – por critérios demográficos então o Paquistão, o Bangladesh ou mesmo a Nigéria podia acalentar aspirações ao CS. havia de ser lindo!
A Índia já reinvidica, e com razão. É potência emergente, tem influência política e econômica regional e tem força militar condizente. O interessante é q o Brasil deverá alçar uma posição permanente no CS pelo seu desenvolvimento econômico, não pela força militar. No futuro, esses países q vc citou poderão reinvidicar as mesmas condições se conseguirem se desenvolver (o Paquistão já tem munição nuclear, um dos motivos para q a Índia ingresse no CS). Realmente, não é impossível a entrada de países assim no CS. E por isso deveriam reformar para ser algo mutável, não um clube de vencedores da Segunda Guerra.
Tens razao num ponto muito importante: o Brasil nao pode seguir estando ausente em todos os cenarios de crise no mundo (excepcao ao Haiti) e aparecer ao lado de tiranos no Irao e pretender assumir um cargo permanente no cs.
Ha que acabar com essa timidez e corrigir esses erros de percurso.
Juca e Clavis Prophetarum
a propósito destes assuntos:
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/901976-china-frustra-brasil-e-nega-apoio-a-vaga-no-conselho-de-seguranca.shtml
é bem feito!!! o Brasil não tem maturidade política, cultural nem de estado para integrar nada. fizeram uma aliança para darem prioridade ao fornecimento de matérias-primas para a China, em detrimento dos EUA, e agora levam este desaforo!
pelo que tenho visto escrito por aqui, então comprem caças à China! pelos vistos isso é “moeda de troca” para ocupar lugares permanentes em órgãos internacionais inúteis.
o futuro passa por alianças regionais, blocos estratégicos.
quanto ao CS com China e Índia é como ter na mesma equipa de arbitragem um adepto do C.R Vasco da Gama e outro do Flamengo, haveria de ser o caos…
gostei da ideia “não um clube de vencedores da Segunda Guerra.”