
Tagmé Na Waié (http://www.independent.co.uk)
“Dois anos depois dos ataques que mataram o Presidente da Guiné-Bissau Nino Vieira e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Tagmé Na Waié, a investigação continua paralisada e os únicos seis detidos foram libertados em setembro de 2010 por falta de provas.
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Roberto Cacheu, advogado dos familiares das vítimas, acusou o procurador-geral Amine Saad de ser “incapaz”, acrescentando que se este “teme pela vida ou está impedido de fazer justiça” então deve “demitir-se”.
No primeiro dia de março de 2009, uma bomba explodiu junto ao quartel-general de Bissau, vitimando Tagmé Na Waié. Horas depois, o Presidente Nino Vieira era torturado e assassinado na sua residência, numa aparente retaliação de alguns militares ao ataque ao chefe do Estado-Maior”.
Sol 4 de março de 2011
A situação na Guiné-Bissau no que respeita à transformação do país num autêntico “narco-estado” continua muito crítica. Apesar de alguns sinais encorajadores (como o envio de militares angolanos para ajudarem na renovação do exército guineense), ainda recentemente um relatório do Departamento de Estado dos EUA listava a Guiné como um dos principais eixos para colocar a cocaína fabricada na Colômbia e no Peru na Europa, usando Portugal como plataforma giratória.
Estes conflitos entre um grupo ligado a Nino Vieira e a algumas chefias do Exército enquadram-se no contexto de uma luta de facções de narcotraficantes que utilizam altas patentes das forças armadas guineenses como aliados e agentes locais. A influência dos narcotraficantes nas forças armadas guineenses é muito elevada, sendo o chefe de Estado da Armada a figura que mais vezes é identificada como estando a seu “soldo” nos relatórios internacionais.
A situação militar é praticamente irreversível, tal é o grau de corrupção e de penetração por parte do narcotráfico. A comunidade internacional, e em particular, a comunidade lusófona, devia de disponibilizar as suas forças militares e policiais, suspendendo de uma vez as inoperantes forças policiais guineenses e desmobilizando completamente o exército, a marinha e a força aérea guineenses, substituindo-as temporariamente por uma força internacional que assuma a segurança no país e a defesa das suas fronteiras enquanto – ao mesmo tempo – treina um novo exército e destitui todas as suas chefias e começa o processo de seleção e formação de um novo comando, completamente livre das influências dos criminosos colombianos e nigerianos que hoje são o poder real e efetivo na Guiné-Bissau.
Infelizmente parece que só você Clavis esta se dando ao trabalho, de manter os leitors lusofanos informados sobre esse acontecimento. È preocupante a falta de comprometimento que a midia do meu país tem para com tais questões.