A opção de parar de usar o Fundo de Resgate Europeu (FEEF) para “auxiliar” os países em crise com empréstimos controlados e com uns “generosos” 5.8% de juro começa a perder crédito entre os economistas. Um grupo que reúne os mais prestigiados economistas da Alemanha coloca em questão a eficácia destes “resgates” europeus e defende – em sua substituição – renegociações da dívida e a criação de um mecanismo que permita a falência de Estados em dificuldades.
O manifesto que estes economistas assinaram e que fizeram publicar num dos maiores jornais alemães defende que a União Europeia deve elaborar um programa de “Bancarrota controlada” para os países em dificuldades, como a Grécia, Irlanda e Portugal.
Segundo estes economistas (e em concordância com posições idênticas que também já defendi no Quintus) perante a escala do sobre-endividamento atual somente há uma verdadeira saída de fundo: declarar a bancarrota, assumindo assim o inevitável (que o país nunca será capaz de devolver os 400 mil milhões de euros que pediu emprestado) e ajustar o nosso nível de vida às nossas reais possibilidades.
Não se trata aqui de falta de solidariedade de uma Europa do norte para com a periferia europeia, trata-se tão somente de devolver racionalidade, onde ela não tem existido, nomeadamente pela transferência do Risco dos Estados para os Emprestadores (que ao fim ao cabo cobram juros precisamente para financiarem esse Risco) e pelo estabelecimento de mecanismos solidários que possam ajudar os países em bancarrota a assumirem novos empréstimos de urgência, anulando parcial ou totalmente os outros, mas recorrendo desta feita não aos “mercados” mas a um fundo europeu (FEEF ou outro) que cobre juros mais aceitáveis que os atuais absurdos 5.8%.
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