Entrevista a José Lello
Jornal Sol de 3 de dezembro de 2010
- José Lello (www.portugalpost.de)
“Ela (Angela Merkel) olha muito para as questões internas, falta-lhe a visão estratégica que tinha um chanceler Khol. Até porque a Alemanha é a grande beneficiária do euro: com o espaço da zona euro, as exportações francesas cresceram 5%, as espanholas 10%, as alemãs 29%. São os grandes beneficiários e também serão os grandes perdedores em caso de default.”
> Merkel nas passa de um catavento sem imaginação. Ela lê as sondagens que dizem que mais de metade dos alemães preferiam abandonar o Euro (matando-o no processo) e regressarem ao Marco para – em momento pré-eleitoral – procurar cativar votos. Esta visão de curto prazo, castrada e castrante, expõe com clareza a falta de amplitude mental dos atuais “líderes” europeus. Incapazes de perspetivarem para além do limitado horizonte das eleições seguintes, esta Europa definha, malbarata o seu Capital mental angariado durante décadas e caminha a passos largos para o abismo da extinção.
“Cavaco Silva prometeu uma magistratura activa para um próximo mandato. Como é que entende esta expressão?
São palavras. Não estou a vê-lo numa muito activa. Um indivíduo que, quando lhe anunciam o apoio do Eng. Belmiro de Azevedo, a única coisa que diz é que diz é “vou almoçar; tenho muito apetite”… Não estou a vê-lo com grande capacidade de elaboração de teoria política para poder vir a ser muito activo. Acho que vai cumprindo com a formalidade requerida a sua função, mas sem criar nenhum entusiasmo.”
> Precisamente quando Portugal mais precisava de um Presidente Vivo, Ativo e Interveniente eis que o Abstencionismo nos deixou um gestor de Silêncios e Tabus. Um presidente com “p” pequeno que deixa no rosto um sorriso pífio enquanto um presidente estrangeiro derrama a sua arrogância sobre Portugal. Um presidente que consegue o feito de desaparecer durante semanas seguidas, como se se tivesse eclipsado. Um presidente inculto, incapaz de redigir os seus próprios discursos e que confia cegamente na sua numerosa legião de assessores para o aconselharem sobre todas as suas intervenções públicas. Cavaco não foi e não será nunca um Presidente interventivo, simplesmente porque isso não lhe está no temperamento. Pode tentar vender agora essa imagem “comercial”, mas é uma imagem fabricada pelas empresas de
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