“O economista-chefe do banco Morgan Stanley, Joachim Fels, acusa a líder germânica de “tornar claramente a crise muito pior”. O ex-presidente da Comissão Europeia Romano Prodi afirma que Merkel ajuda ao pânico ao “elevar as pessoas a pensar em problemas impensáveis”.
(…)
A edição alemã da Financial Times diz que a chanceler fez um convite à especulação. “se um líder não consegue falar sem fazer disparar alarmes, então não deve falar de todo”.
(…) teorias (…) da gaffe recorrente, a de um receio legítimo alemão a toda a Europa (…) os alemães tomaram uma decisão em relação ao euro (afirma Miguel Portas)”
Fonte:
Jornal Sol 3 de dezembro de 2010
Paulo Portas tem razão. Tamanha sucessão de gaffes não pode ser apenas fruto do azar ou uma coincidência. Merkel tem fama de não ter imaginação e de não ter ambição (Wikileaks), por isso tudo o que diz cumpre uma agenda muito prática e de curto prazo. Todas estas manobras de Angela Merkel são assim parte de um plano. De um plano previamente concertado com França (que secunda cada movimento alemão, mas de uma forma mais discreta): o plano parece evidente e mina as próprias fundações do edifício europeu… trata-se tão somente não de acabar com o Euro (ou França não faria parte deste jogo) mas de excluir dele todos os países periféricos, levando à sua saída automática se usarem o fundo de resgate europeu. Desta forma, a Europa seria apenas a “Europa dos Puros” e toda essa ralé sub-humana não-germânica seria afastada do edifício monetário franco-germânico onde se tolerariam apenas os seus servos mais fiéis, polacos, belgas ou dinamarqueses.
Este é o sonho de Merkel.
Alemanha propõe novo fundo de estabilização
A Alemanha e outros países europeus estão a ponderar a criação de um fundo de estabilização europeu como instituição paralela ao Banco Central Europeu (BCE) para salvar a moeda única.
http://dn.sapo.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1741543
água no bico…
CP
com todo o respeito pelas opiniões dos outros permite-me discordar destes comentários eivados de emoção que te retiram discernimento e rancor anti-europeísta primário:
UE: FALTA DISCIPLINA INTERNA NOS PAÍSES DA ZONA EURO
este é que é o problema FINANCEIRO de génese! explica-me como é possível sobreviver em qualquer sistema a gastar mais do que aquilo que se ganha.
para agravar a situação temos um problema ECONÓMICO, Portugal tem desbaratado oportunidades, recursos e tempo para melhorar e elevar o seu tecido económico, empresas, estado, social, educação, formação profissional, etc. não temos um Plano, ao contrário do que houve na nossa maior gloriosa Época dos Descobrimentos.
http://aeiou.expresso.pt/ue-falta-disciplina-interna-nos-paises-da-zona-euro-ministra-economia-francesa=f622850
continuar a culpar os outros em primeiro lugar é negar a realidade e passar um atestado de auto-desculpabilização, torna-mo-nos infantis e irresponsáveis.
mais ainda: abandonar a UE seria calamitoso, se a crise não bateu com mais força foi porque o “São Euro” nos protegeu de situações piores. provavelmente o “São Euro” agora irá atrapalhar a recuperação, tornado-a mais longa e difícil mas isso é outra história…
a dívida não é necessariamente má. é até essencial num sistema económico saudável e equilibrado.
agora parece-me certo que aos padrões atuais algo está muito mal em Portugal e que isso se prende na forma de “fazer Estado” em Portugal: Pesada e Ineficiente.
Num Estado melhor organizado, haveria emprego em torno dos 95% e a função pública seria pequena, descentralizada e muito eficiente.
Nada disso se passa entre nós.
O Estado é CENTRAL e comilão, porque tentacular e crivado por grupos de interesses ligados à partidocracia.
Quanto à Dívida: temos que conter o nosso consumismo (privado e do Estado), parar de Pedir e começar a Amortizar.
Como? Sem repor barreiras alfandegárias e sair do Euro parece-me difícil… e tudo o mais (orçamentos recessivos e PECs) parece-me apenas receitas impostas por fora (Europa) que agravam ainda mais a situação afogando o Crescimento e logo, a cobrança de impostos.
CP
continuamos a ver o elefante com uma lupa: o problema de Portugal não é apenas financeiro, é sobretudo económico. desde 2002, quando entrou Durão Barroso e Paulo Portas na governação que Portugal tem começado a ter problemas sérios na sua economia e finanças. muitos estão esquecidos que Manuela Ferreira Leite “chorou muito” quando aumentou o IVA de 17 para 19%, que as leis laborais foram mexidas a favor do patronato, que o desemprego, o Euro 2004, as SCUT, os hospitais e demais ruinosas (para o Estado) Parcerias Publico Privadas, falências fraudulentas e o desmantelamento dos Tribunais de Trabalho e da Inspecção Geral do trabalho foram realidades (onde antes funcionavam bem, sobretudo o tribunal), onde os gastos continuaram e o “aparelhamento partidário” do Estado continuou, a política desbragada de privatizações de monopólios naturais (com a manso consentimento do povo eleitor) acelerou-se, a corrupção e negociatas dos apparatchiks do PS e PSD continuaram desde então a empobrecer o património comum, os empresários a mamar na teta do Estado sem um pingo de iniciativa ou arrojo para CRIAREM economia, etc, etc, etc, tornam a dívida um peso morto.
claro que eu sou a favor do Estado forte e que tenha endividamento para cumprir as suas funções primordiais e de soberania e isso paga-se, o objectivo de um Estado não é dar lucro ou produzir riqueza – serve para gastar recursos! mas uma coisa são gastos que revertem para a comunidade e outra coisa são gastos que servem apenas para alguns encherem os bolsos por conta dos impostos, taxas e rendas de todo um povo.
agora faz um acto de contrição e admite que os europeus podem estar “um bocadinho” fartos de espalhar dinheiro sobre os portugueses e estes continuarem a desperdiçar.
o problema de Portugal está sobretudo em nós e esta crise já vem desde 2000, muito antes deste ataque global ao euro e como disse sem tu desmentires (logo admites) que se não fosse estarmos integrados no Euro teria sido bem pior.
“casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”
aqui está:
What the Swiss Did Right
http://www.newsweek.com/2010/12/27/how-switzerland-saved-its-banking-industry.html
1. the country’s regulators and central bank were faster and tougher than most. (…) the Swiss were hard at work on a plan to deal with troubled assets (…) When disaster struck, the central bank swiftly nationalized part of UBS’s assets and recapitalized the rest.
cá em Portugal nacionalizaram apenas o BPN, ficando o resto do grupo SLN a facturar para os criminosos que o detinham: nacionalizamos os prejuízos mas os lucros mantém-se privados!
2. Swiss decided early on that tighter reins on their banks wouldn’t just protect taxpayers from future crises and bailouts, but would ultimately be good for the banks’ own business as well. (…) Swiss banks have to adhere to much tougher rules—and are therefore sounder—helps win the trust of Switzerland’s most important customers: the global wealthy who let Swiss bankers manage their fortunes.
aqui também foi assim…
3. Swiss banks are also required to hold more cash to prevent bank runs, and in 2009 were among the first to follow new guidelines (…)sworn that never again should taxpayers be held hostage to banks that are “too big to fail.”
aqui também, a Caixa Geral de Depósitos e os vários fundos de pensões acumulados por trabalhadores e empresas ao longo de décadas servem para isso tudo!
4. “sworn that never again should taxpayers be held hostage to banks that are “too big to fail.”” o nosso Teixeira dos Bancos também jurou o mesmo, mas agora são só mais 500.000.000 € para o BPN (para juntar aos anteriores 4.500 milhões) mas desta vez será a última!!!
5. “To that effect, regulators have proposed new rules that would force banks to divide their business among separate units that could be liquidated in a crisis without sinking the mother ship”
cá também foi exactamente assim tal como demonstrei no ponto 1.
6. “regulating executive pay and bonuses—widely seen as an incentive to take excessive risks.” aqui não concordo mesmo nada: se vamos reduzir os salários aos pobres banqueiros e gestores estamos a aumentar as desigualdades e a pobreza…