
Angola (http://www.angolateam.org)
Existe atualmente um autêntico “êxodo silencioso” de Portugal para Angola… a maioria dos 206 portugueses que saem todos os dias do país partem com destino a Luanda. Angola é, com efeito, hoje aquilo que França ou a Alemanha foram para os portugueses na década de 60, quando, aliás, os números de emigrantes por dia eram idênticos aos de hoje. A dimensão deste êxodo intensificou-se especialmente desde 2008 e acompanha a aparição da Recessão global em Portugal assim como a consolidação do crescimento da economia angolana. A coincidência de ambos, criou este fluxo que agora une os dois países e que é comparável apenas aquele que levava nos anos 60 os portugueses para as biddonville dos subúrbios parisienses.
Muitos portugueses estão confrontados com a falta de perspetivas de Futuro para si e para os seus e reconhecem em Angola as oportunidades que lhes faltam em Portugal
Desde 2006 emigraram para o estrangeiro mais de 350 mil portugueses, até esse ano com destino ao Reino Unido, Espanha e Suíça. Mas a partir de 2008 essa distribuição alterou-se: Angola é agora o destino preferido pela maioria destes novos emigrantes e onde em 2006 havia apenas 156 portugueses a emigrarem, em 2009, já houve mais de 23 mil… hoje, estima-se que estejam já mais de 100 mil portugueses em Angola, ou seja, quatro vezes mais do angolanos há em Portugal. Este desequilíbrio resulta do facto de a economia portuguesa ter crescido em dez anos apenas 6%, enquanto que a angolana, cresceu em média e desde 2003 14%.
O crescimento da economia angolana assenta na prosperidade advinda das exportações de produtos petrolíferos mas sobretudo do momento de paz que se sucedeu a uma longa e destrutiva guerra civil que arrasou pela base praticamente todas as infraestruturas do país. Os cem mil portugueses que hoje trabalham em Angola estão precisamente a trabalhar nessas obras de recuperação e de construção de infraestruturas.
Infelizmente, Angola apesar de todo o crescimento económico continua com graves bloqueios que – a prazo – podem travar o desenvolvimento deste país lusófono: dois terços da população ainda vive na pobreza, a corrupção é endémica em praticamente todos os escalões do Estado e da Administração Pública, o nível de vida é altíssimo (quase a padrões europeus) e a Esperança de Viva é de apenas 40 anos, sinal de um sistema de Saúde disfuncional… problemas que Portugal e Brasil – parceiros de Angola na CPLP – poderiam ajudar a resolver, assim houvesse essa disposição em Luanda e essa disponibilidade na CPLP…
Fonte:
http://www.presseurop.eu/en/content/article/369061-angola-portugal-s-new-eldorado
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