
Felipe Calderon (http://risingpowers.foreignpolicyblogs.com)
Perante um conflito interno com o narcotráfico que se assemelha cada vez mais com uma Guerra Civil, Felipe Calderon, o Presidente do México está a ponderar a legalização das chamadas “drogas pesadas”.
Algo tem que ser feito muito rapidamente antes que o próprio Estado mexicano – o maior na América Central – colapse perante uma catástrofe cada vez maior e diretamente refletido pelos 28 mil mortos desde que o conflito se agudizou, em 2006.
Os números reportados pelo governo parecem revelar uma situação favorável: 84 mil armas capturadas e confiscações que ascendem a 411 milhões de dólares. O problema é que apesar disto as diversas mafias do narcotráfico estão mais ativas do que nunca e que parcelas crescentes do México fogem cada dia que passa ao controlo do governo federal.
Calderon disse que o debate pela legalização “é um debate fundamental (…) onde temos que analisar cuidadosamente os pros e os contras dos argumentos chave de ambos os lados”.
Recentemente, três antigos presidentes sulamericanos: Cesar Gaviria da Colombia, Ernesto Zedillo do Mexico e Fernando Henriques Cardoso do lusófono Brasil apelaram para que os países do continente considerassem a legalização da marijuana como forma de anular uma das principais fontes de financiamento dos narcotraficantes. Contudo, o presidente mexicano que não era isso que estava agora em análise, mas sim a legalização de todas as drogas…
De facto, este debate mexicano não devia estar a ler lugar apenas aqui. É evidente que a estratégia atual de Ilegalização e de combate a todas as formas de narcotráfico não só falhou rotundamente como está a provocar ela mesma um problema tão grande como aquele que era suposto vir resolver. Sejamos claros: com a quantidade de recursos colocados à disposição dos narcotraficantes pela ilegalização das drogas é possível corromper tudo e toda a gente de forma a anular qualquer vantagem momentânea criada por uma qualquer operação militar ou policial. De facto, é até possível corromper governos e exércitos inteiros (como o da Guiné-Bissau) e torná-los em intermediários e agentes de segurança no narcotráfico. Perante tal panorama a legalização tem que ser posta na mesa: no trágico balanço entre as desvantagens do consumo de droga e as da sua ilegalização. Sendo a droga (por causas sociais e psicológicas) um fenómeno inevitável onde estará o maior custo para a sociedade? Em assistir a um aumento do número de dependentes (não garantida) ou estará esse maior custo do lado do aumento crescente das mafias da droga até um ponto em que se tornam mais poderosas que o próprio Estado, como começa a suceder no México?
Fonte:
http://news.yahoo.com/s/ap/20100803/ap_on_re_la_am_ca/lt_drug_war_mexico
O álcool tbm é uma droga socialmente aceita, e causa ,possívelmente , + estragos nas famílias q as outras drogas , ditas pesadas.Pode ser tbm um caminho,é democrático, direito de liberdade de escolha,e de se “matar” mesmo, pq ñ?E um assunto p um longo debate, nesse tempo, as quadrilhas, máfias, vão se enriquecendo e matando..temos tempo?
concordo!
advogo esta política como a solução para terminar com o problema.
o problema é que há uma grande industria e enormes interesses em torno da droga que sempre bloqueram por todos os meios esta solução:
– militares e armamentos
– polícias e equipamentos
– psicologos e psiquiatras
– industria farmaceutica e dos “empresários” das milhentos centos de recuperação
Eu não fumo cigarro, consumo bebidas alcoólicas ocasionalmente, não é nem em todos os fins de semana, é de vez em quando mesmo. Nunca experimentei marijuana/maconha, nem nada mais “pesado”, nunca tive interesse por tais coisas. Mas sou a favor de legalizar a marijuana/maconha no Brasil sim, que deixe de ser crime. Agora, as drogas pesadas sou radicalmente contra a legalização no Brasil. No caso do México e demais países, os cidadãos locais decidem.
Quero saber as vossas opiniões sobre isto aqui também: http://br.noticias.yahoo.com/s/11082010/40/politica-drugs-novo-fenomeno-da-internet.html
Odin disse que não fuma cigarro. Confissão implícita de que fuma outra outra coisa. Como sempre, os diretamente atingidos no assunto advogam em causa própria. A tolerância oficial com as drogas, aonde foi Lei, resultou na disseminasção do vício e das doenças a ele inerentes.
Luiz Ely Silveira
o seu post tresanda a falso moralismo e a difamação.
onde e quando é que “A tolerância oficial com as drogas, aonde foi Lei, resultou na disseminasção do vício e das doenças a ele inerentes.” ??? fundamente a sua afirmação com casos concretos, por favor.
quanto ao seu juízo de valor sobre o Odin é apenas seu, não vi lá nada implícito do que afirma, mas mesmo que houvesse é lá com a vida dele.
Se você não sabe onde, eu lhe digo uma ao menos: a HOLANDA, que teve de rever sua política de liberalização com as drogas.
Luiz Ely Silveira,
Eu também não gosto de você! Não conheço você pessoalmente e nem tenho interesse em conhecê-lo. Mas pela internet é fácil atacar às pessoas, queria ver se você falava assim comigo face a face. Veja bem, você paga as minhas contas? Você me ajuda em alguma coisa? Rapaz, é a minha opinião, não tenho a obrigação de agradar o teu ego! Opine sobre o assunto, e não se preocupe comigo! Me deixe em paz com as minhas opiniões! É a segunda vez que você vem me encher o saco, a primeira foi sobre o Lula ser candidato a secretário-geral da ONU. Não me repreenda por causa das minhas opiniões serem diferentes das suas, porque isso pega mal para você mesmo! Eu não quero saber se você aprova o que eu digo, ou se você reprova! É ridícula a sua mania de vir me censurar, me repreender. Opine sobre o assunto, e largue do meu pé! Você faz idéia do que você fez aqui neste tópico? Você afirmou sem ter provas que eu fumo outra coisa sem ser cigarro, e você pode provar isso? Você pode provar que eu realmente confessei aqui ser usuário de droga? Você provou sabe o quê? Que não mede as conseqüências do que diz, que não tem juízo, que é imaturo. Cresça, rapaz!
Lol
esta questão é imensamente polémica e cheia de loose-loose, eu sei…
mas importa reequacionar tudo, mesmo o tido como assente, porque a estratégia de combate ao narcotráfico não está a funcionar e no caso do México, mesmo, está a revelar-se um profundo falhanço que coloca seriamente em risco o estado de Direito.
O que penso é que devemos colocar francamente e sem preconceitos as vantagens e os defeitos de uma legalização total do consumo e venda de drogas e optar pelo que é racionalmente preferível.
Manter a estratégia atual não é opção. Legalizar? É uma opção que deve ser seriamente analisada.
NÃO! A estratégia atual tem de ser intensificada! A legislação tem de ser mais punitiva, deixando de lado a tolerância com os pequenos usuários. A ação tática de ataque às diversas plantações, como adotadas na Colômbia com respaldo dos americanos, tem se mostrado eficiente. Empenho é o termo para combater essa praga que assola o mundo.
Luiz Ely Silveira
provavelmente voçê será um dos beneficiários que enunciei no segundo comentário, é alguém a quem interessa continuar esta guerra perdida para ganhar a vida, à custa da miséria dos outros e com o dinheiro dos contribuintes.
esta estratégia é provada e comprovadamente ineficaz, e como diz sabiamente o CP, é necessário mudar.
“combater essa praga que assola o mundo” o uso de substâncias psicotrópicas acompanhou sempre a Humanidade em TODAS as civilizações. esta frase ou é hipocrisia ou ignorância.
caro amigo CP, eu acho que o problema é mesmo esse: em pânico, ficarmos disponíveis para “reequacionar tudo”
…ficarmos todos nós, os democratas-em-teoria, os ocidentais-órfãos-de-moral, os cidadãos-em-desespero-por-uma-solução
todos nós
se a “estratégia actual” não resulta, talvez devesse actuar-se sobre as CAUSAS do narco-descontrolo em algumas sociedades
é que se um pingo de água se recolhe facilmente pondo-lhe um balde debaixo, um tecto que alui com a monção não há balde que lhe valha. e o que se lhe propõe em histeria? ou que se aumente o tamanho do balde ou que se espere o aluimento com o toalhão de banho ao ombro – menos mal: já que não se provê, aproveite-se-lhe alguma coisa
eu digo NÃO
…em Portugal, no México, onde for – que isto das ideias-luminosas-em-pânico é perigosamente contagioso
se o ideal passado das nossas sociedades democráticas era o de ERRADICAR a toxicodependência como forma de preservar o cidadão, a sua liberdade cívica, a própria sociedade e o seu equilíbrio, isso NÃO PODE TER MUDADO apenas pelo pavor – fundamentado – que sentimos hoje!
se as sociedades democráticas e livres sempre tiveram – e têm – a visão de que quem lucra SEJA O QUE FOR com a droga é um criminoso da pior espécie, NÃO PODE por impotência e medo assumir ela mesmo esse papel
“legalizar” é “validar”. “legalizar” é “aprovar”. “legalizar” é “apoiar”. um crime hediondo
a violência doméstica está a subir em Portugal; legaliza-se porque se lhe é impotente?
o tráfico de armas está a subir em Portugal; legaliza-se porque se lhe é impotente?
a corrupção está a subir em Portugal; legaliza-se porque se lhe é impotente?
a contrafacção está a subir em Portugal; legaliza-se porque se lhe é impotente?
não nos deixemos iludir por uma SOLUÇÃO FÁCIL, por uma jogada burocrática, por um vislumbre de pela esperteza rastear de uma só vez o vício, o negócio e os criminosos
essa é uma ilusão potencialmente criminosa ela mesma
que tal agir sobre AS CAUSAS do cultivo, do tráfico, do consumo, da onda vitoriosa das drogas no Ocidente e no mundo?
que tal admitir que são o medo e a miséria que fazem cultivar quem a cultiva?
que tal admitir que são a ganância e a miséria que fazem traficar quem a trafica?
que tal admitir que são o desencanto e a miséria que fazem consumir quem a consome?
…que tal atacar todas essas misérias DE FRENTE, individual e colectivamente, em vez de esperar que ao tratar sintomas a verdadeira doença desapareça por si?
o México está em pânico. nós também estaríamos – se não estivéssemos já também
o México pondera uma solução de capitulação total. e por cá há quem já o defenda – fora deste blog! – sem pudores
com a minha conivência, NUNCA
Parece que ainda há alguém sensado neste mundo. Pedir a legalização é, mais uma vez, advogar em causa própria.
Você advoga em nome de quem, seria em nome dos doentes em crack ou pelos safads que adoram do geito que esta . E que devem ganhar muito com isso, inclusive deixam de perder votos quando anunciam uma boa prática e assumem a realidade de enfrentamento de um problema real que destroi as familias brasileiras com o crack.
A Maconha na realiade é o remédio para dependentes até mesm da nicotina do cigarro, ou do alcool do alcolatra.
mas as leis já são bastante pesadas… são falhas é de eficácia, porque nos países mais pobres as imensas verbas ao alcance das mafias do tráfico corrompem (com esse dinheiro) toda a gente: polícias, juízes e (claro) políticos. Para vencer essa guerra, importa retirar a estas mafias estes recursos, e isso só pode ser feito, legalizando e descendo astronomicamente os seus lucros…
E repara: quando um país, como a Colômbia, consegue sucessos notáveis na luta contra o narcotráfico o que acontece? Este transfere-se para o país do lado, neste caso, o Peru, e sem assim ad aeternum.
Por isso defendo uma ruptura à estratégia clássica…
Novamente NÃO! Só em tese a liberação provocaria a quebra de lucros. O verdadeiros “barões” da droga são produtores, não traficantes, vendedores de varejo, “aviões” e outros. E quem produz, continuará a produzir, seja qual for o regime jurídico que se imponha sobre o consumo. Só a destruição das fontes produtoras e a educação preventiva das novas gerações reduzirá os efeitos maléficos do vício sobre a sociedade.
ó comércio da droga só gera dinheiro porque é proibido. se fosse descriminalizado o preço ficaria ao nível das batatas…
É… Bom para quem quer consumir mais e gastar menos.
Será um erro um país ou poucos países legalizarem a droga pois passarão estes a serem objecto de romaria. Fazendo a analogia económica, funcionarão exactamente como os paraísos fiscais. Os países que manterão a proibição terão os problemas que este tipo de “lei seca” acarreta. Na minha opinião devia ser legalizada em TODOS OS PAÍSES DO MUNDO, fomentando até a sua produção. Aqui seria muito positivo o “mercado a funcionar”, os preços cairiam e os que lucram com isto iriam à falência.
exacto isto aconteceu com a Holanda. mas seria uma norma fácil de aplicar, por exemplo vender em farmácias só para cidadãos desse país, nacionais ou com permissão de residência, embora o ideal seria todos os países aderirem.
mas com tantos interesses instalados os lobbies afectados tudo farão para impedir esta solução.
a minha resposta fica abaixo, amigo Otus…
PNM
neste assunto não estamos em uníssono.
1. será o uso de drogas algo tão negativo? consumir psicotrópicos é algum dogma do tipo teológico?
2. dizes “ERRADICAR a toxicodependência”. mas nunca em nenhum período histórico tal foi conseguido nem sequer tentado. lembro-me da China e do ópio, actualmente morre muito mais gente no combate do que nos tempos onde se fumava livremente. na América Central e do Sul (xamanismo) etc. passa por aqui: http://en.wikipedia.org/wiki/Entheogen#Cultural_use
combater para quê, algo que nos acompanha desd os tempos mais imemoriais?
3. existem tantas drogas “legais” por aí, café, álcool, os medicamentos receitados pelos psiquiatras, etc. então há umas que são boas e outras que são más?
4. falaste de violência doméstica, corrupção, contrafacção e tráfico de armas, mas não é comparável. qualquer destas situações que referes afectam terceiros, alguém drogar-se não afecta ninguém, eventualmente o próprio.
5. vamos a factos, a proibição e este modelo de combate já provou que não é eficaz. que fazer? mudar o paradigma.
6. já o disse aqui, este combate fictício e teatralizado interessa aqueles que enunciei, esses sim os grandes beneficiários deste comércio indigno e miserável.
7. quando dizes “……que tal atacar todas essas misérias DE FRENTE, individual e colectivamente” revela a tua vertente humanista mas a realidade é menos romântica, haverá sempre pessoas com uma adicção e compulsão para as drogas, outros para o jogo (está legalizado e destrói muitas famílias também), prostituição, etc… sou libertário por natureza, cada um faço o que entender desde que não incomode.
8. as drogas tem dado às artes excelentes obras, música sobretudo. de momento lembro-me do Syd Barrett 1º leader dos Pink Floyd, e tantos outros!
Drugs may be the road to nowhere, but at least they’re the scenic route. Author Unknown
😀
homenagem ao surrealismo e psicadelismo
com o melhor álbum da história do rock:
The Beatles
Lucy in the Sky with Diamonds
(Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band)
ó Luís,… o que é que andas a tomar?
perdoa-me a crueza, mas “devia ser legalizada em TODOS OS PAÍSES DO MUNDO, fomentando até a sua produção” só quer dizer uma e única coisa. não há duplos sentidos nem duplas interpretações possíveis para essas palavras
TODAS AS NAÇÕES deviam ser narco-pátrias??????????????????????????????????
mas estará tudo louco???????????????????????????????
…não pode valer tudo neste jogo de ver quem é mais “progressista” ou quem é mais espertalhaço que os “burros” dos narcos
reforço a minha opinião: sugestões destas são filhas não da razão mas da histeria que os narcóticos provocam – em certa medida justificadamente – num Ocidente-Queque que sente os seus joelhos a afundar num pântano-crise-brutal que não quis drenar a devido tempo
…mas haja alguma frieza. alguma ponderação. alguma lógica a que sujeitemos o que possamos confundir com “opiniões”
dois brilhantes momentos Pedonunesnomundianos!
“Ocidente-Queque” e “afundar num pântano-crise-brutal que não quis drenar a devido tempo”.
belo e brilhante, lúcido e incisivo.
clap, clap, clap! 🙂
Respondendo há sua alegação que embora em desacordo total face à sua grande carga emocional e marcadamente ideológica, muito simplista, mas que respeito, passo a clarificar:
Hoje, sendo as drogas ilegais, há algum impedimento a qualquer pessoa que a impeça de as obter se estiver determinada a isso? Não creio. Temos portanto o pior cenário possível já hoje, ou seja, a nível do consumo (diferente de produção).
O que é preciso atacar? Quem lucra com ela.
Qual a melhor forma? Reduzindo o seu preço até libertarem margens que não compensem o esforço e seja mais lucrativo para um agricultor miserável da Colômbia ou do sudoeste asiático plantar trigo a cocaina.
Tudo isto acompanhado de jovens educados com princípios e não por pais negligentes, demonstrando-lhes que não é cool apanhar uma pedrada pois o resultado será ainda pior do que se tornar num sem-abrigo. Alías, um sem-abrigo se não fôr vítima deste tipo de vícios é um ser humano que conserva toda a sua dignidade apesar de lhe ser negada a dignidade mínima para viver.
Provavelmente será mais queque o meu amigo e não leve isto a mal, que opta pelo fácil caminho do pensamento vigente e do politicamente correcto, mas desculpe-me, politicamente não vou por modas nem pelas vagas “bem pensantes”
Infelizmente globalizou-se só a economia e a ganância. Falhou tudo o resto.