
Fernando Ulrich (http://economico.sapo.pt)
Segundo o presidente do Banco BPI, Fernando Ulrich: “A consolidação é sempre possível e pode criar valor” defendendo assim a realização de operações de concentração na banca portuguesa.
O argumento a favor destas concentrações é sempre o mesmo: a aparição de bancos portugueses de grandes dimensões impediria a sua aquisição por Bancos estrangeiros. É verdade, mas a redução do número de opções no nosso mercado financeiro representa também a redução da concorrência e logo, da eficácia da economia e do sistema financeiro português. Mas assim sendo, e tendo em conta que bancos locais e de pequena escala são muito mais adequados ao desenvolvimento das comunidades e economias locais, seria melhor para o nosso desenvolvimento a divisão em entidades menores e mais facilmente geríveis (“small is beautiful”) dos maiores bancos atuais e não estas fusões a que o presidente do BPI aqui alude.
Mas a Europa não estaria nunca disposta a proteger a nossa Banca, deixando aparecer e florescer uma rede de bancos livres, independentes e locais… como também não quer defender os bancos portugueses contra as arremetidas dos grandes bancos europeus. Esta Europa segue uma agenda bem clara: destruir as empresas de todos os países periféricos, concentrando toda a economia numa rede de raras – mas poderosas – multinacionais que serão o poder efetivo nesta Europa que é cada vez menos, a “nossa” e mais a “deles”.
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