Não é fácil encontrar uma posição do PSD com que concorde. Por isso, não deixa de ser notável dar com uma com que concorde, pelo menos numa leitura superficial… E neste concreto, refiro-me ao pacote de propostas que o PSD apresentou na Assembleia e onde se sugere que todos os serviços do Estado passem a usar software de Código Aberto. Resistirá esta posição, contudo, a uma análise mais aprofundada?
Alternativamente, o partido de Passos Coelho propõe que as atuais licenças de Software proprietário sejam renegociadas por uma “licença única”. O que, contudo, parece refletir uma falta de comprometimento na adopção do Código Aberto na Administração Pública, já que esta opção parece estar a usada apenas como argumento negocial para conseguir baixar os custos de Licenciamento e não numa verdadeira e plena adopção de todas as possíveis vantagens da adopção do Código Aberto…
Ainda que pareça ser pouco empenhada, a medida revela pelo menos o que poderia representar tal transição para fora do software proprietário: 40 milhões de euros, ainda durante este ano de 2010, um valor não displicente num país endividado até ao tutano.
O PSD junta-se assim ao… PCP, ainda que de forma menos entusiasmada, já que parece usá-la como ponto negocial enquanto o PCP em 2007 conseguiu que os deputados da Assembleia da Republica pudessem usar software livre, se o quisessem fazer e tem – inclusive – a sua própria distro de Linux.
Estas iniciativas conseguiram criar algumas ilhas de Código Aberto na Administração Pública e fazer recuar ligeiramente o império de dispendiosas licenças que a Microsoft teceu sobre o Estado português, mas como não há nenhuma decisão mandatória (como existem na Holanda, Rússia, Alemanha e sobretudo, no Lusófono Brasil) a presença do Software Livre é ainda hoje apenas pouco mais que vestigial.
Recentemente, o Software de Código Aberto foi incluído na lista de ofertas no catálogo de compras do Estado.
Esperemos agora que se comece a mudar alguma coisa na relação de dependência que os acordos socráticos entre o Governo e a Microsoft criaram a propósito do E.escola e do E.Escolinha realizando assim a poupança em licenciamento, a flexibilidade e a abertura de novas possibilidades de desenvolvimento local que a adopção de Software Livre na Administração Pública inevitavelmente trariam.
Fontes:
http://tek.sapo.pt/noticias/telecomunicacoes/psd_quer_software_livre_na_administracao_publ_1060114.html
http://tek.sapo.pt/noticias/computadores/bloco_ultima_proposta_para_levar_software_liv_1060151.html
eheheh…
concordo com o texto
adoro a ilustração
mesmo sendo laranjinha, estamos no mesmo barco: ainda não percebi o que é este PSD 😆
Era uma óptima medida!
O grande problema do Open-Source é a falta de suporte profissional/oficial, no entanto, com a formação de bons técnicos informáticos, resolvia-se a grande maioria dos eventuais problemas e poupava-se imenso dinheiro.
por essas mesmas razões é que defendo a adopção do Open Source nas empresas e no Estado!
e por isso é que este apoio pífio e hipócrita do PSD me irrita um tanto…