O professor Leonel Pereira, da Universidade de Coimbra, lançou o “portal português das macroalgas” (MACOI). O objetivo do novo portal é o de agregar toda a informação sobre o potencial do aproveitamento industrial das algas. Segundo o especialista, Portugal é no plano europeu, um país ímpar no campo da biodiversidade de algas e apesar da múltipla utilidade das algas (desde à alimentação até à produção de etanol) nada de significativo tem sido feito entre nós.
Apesar da riqueza de espécies nativas, não há atividade industrial relevante neste domínio em Portugal. E isto apesar de na segunda metade do século XX ter sido um dos maiores produtores mundiais de “agarófitas”, do “agar” (substância extraída das algas marinhas), um componente com elevado valor económico, que era empregue na indústria alimentar e na investigação científica, assim como em culturas de tecidos e microbiológicas. De todas as empresas que então existiam, sobreviveu apenas a Iberagar, em Setúbal, mas que trabalha apenas com algas importadas e não de produção nacional.
Portugal não tem investido no Mar. Deixou destruir a maioria da sua frota pesqueira a troco de uns míseros subsídios, mas dando grandes alegrias a espanhóis e franceses, que assim passaram a devorar alegremente os nossos recursos piscícolas. Portugal não tem hoje frota mercante, algo de inadmissível num país que tanto Mar deu ao mundo e tem uma das maiores ZEE do mundo, plena de recursos minerais subaquáticos que tem que explorar se quer assegurar a vida das suas gerações futuras. O recurso às algas e às suas extraordinárias capacidades é outra oportunidade que não podemos perder, especialmente na sua vertente como biocombustível ou como produtor de hidrogénio. E contudo, o que se vê fazer nesse sentido? Quase nada… Os nossos empresários preferem integrar comitivas presidenciais a Praga onde são gozados pelo presidente local e inaugurar supermercados e centros comerciais a torto e a direito…
Fonte:
http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=1519122
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