A Cultura não é um peso morto para o chamado “setor produtivo”, ou um mero sorvedouro de impostos, como apregoam os neoliberais. Já o dissemos algures que em cidades como Nova Iorque a Cultura representava mais de 50% do PIB da economia da cidade. Em Portugal a situação não é tão notável, mas o dito “sector cultural e criativo” em 2006 representou já 2,8% de toda a riqueza gerada nesse ano no nosso país, tendo então dado emprego a 127 mil pessoas, o que corresponderá a 2,6% do emprego total. No total o setor cultural gerou 3,7 mil milhões de euros, um valor que em termos meramente económico é muito significativo.
Estas são as conclusões do estudo “O Sector Cultural e Criativo em Portugal” encomendado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia de Mariano Gago e recorda que os investimentos na Cultura são reprodutivos e geradores de riqueza e emprego como poucos. É claro que a Cultura não pode representar uma crónica e doentia dependência de subsídios e que a procura pelo seus bens devem ser o principal rendimento e que a lógica empresarial deve persistir sobre qualquer (mais fácil e cómoda) subsídio-dependência.
Os dados são, contudo, apenas de 2006, e não revelam o exato impacto que a presente crise económica teve no setor cultural, contudo, apontam para uma alternativa de desenvolvimento que confere com aquela que sugerimos já no artigo que publicámos no número 4 da revista Nova Águia: a produção cultural pode e deve ocupar uma parcela cada vez mais significativa da nossa atividade económica.
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