A campanha presidencial de Barack Obama será vista durante muitos anos como uma campanha exemplar a muitos títulos. E entre estes, sobretudo pelo uso que fez das novas tecnologias e da Internet.
Recentemente, o “blogueiro-chefe” da campanha Obama, Sam Graham-Felsen, esteve no Fórum Urbano Mundial, no Rio de Janeiro e expôs aquelas que julga ter sido a grande força da campanha de Obama: a aposta decidida numa grande base de doadores individuais, concedendo uma grande autonomia à militância de base tendo sempre a Internet como plataforma comum.
Graham-Felsen falava no contexto das presidenciais brasileiras de outubro mas este ensinamento pode também ser aplicado nas eleições presidenciais portuguesas de janeiro de 2011 e, nestas, sobretudo pela do Dr. Fernando Nobre, candidato que apoiamos em nome pessoal e do MIL: Movimento Internacional Lusófono.
O especialista norte-americano a propósito do papel da militância numa campanha política declarou que “quanto mais as pessoas estão abertas para envolver a militância, mais transparente e interativa é a campanha. Sempre rende dividendos. A maneira tradicional é ir atrás da elite, poucos doadores dando muito dinheiro. Provamos que construindo relacionamento com uma maior base, tivemos uma lista de emails de 13 milhões de pessoas e 3 milhões de doadores. Mesmo que dêem só US$ 5, ou US$ 10, somou US$ 500 milhões”.
Graham-Felsen sublinhou ainda a importância de um bom slogan de campanha (como a “mudança” da campanha Obama), que possa polarizar as atenções e mobilize os apoiantes em torno da candidatura.
O blogueiro-chefe de Obama afirmou que os candidatos não podem ter receio de uma descentralização da campanha, entregando-a nas mãos dos seus voluntários e estendendo a criação e a manutenção de blogues, sites, Twitter e facebook pelos voluntários. O especialista reconhece que tal descentralização acarreta riscos para a campanha devido a declarações “menos corretas” que surgem inevitavelmente, fruto da própria paixão do apoiante e permitidas pela descentralização do “aparelho informal” assim fundado, mas Graham-Felsen alega que esses “deslizes” podem ser facilmente corrigidos pela sede das candidaturas e que os benefícios em rapidez, flexibilidade e criatividade compensam largamente esses defeitos.
O blogger referiu que uma forma de coordenar estes – aparentemente caóticos – grupos de voluntários poderá ser o fornecimento de orientações precisas, com pedidos de ações muito concretas, como telefonar a pessoas ou percorrer a vizinhança, recolhendo assinaturas, fazendo passar a mensagem e divulgando a própria existência da candidatura.
Por fim, Graham-Felsen deixou por fim um último conselho: “Passamos a maior parte da campanha não falando sobre Obama, mas falando em inspirar pessoas comuns que acreditavam em uma mudança possível. Quanto menos os candidatos focarem em si e mais nas pessoas, melhor”. A reter… Em qualquer Campanha, e no concreto caso que mais nos interessa: na Campanha Presidencial do Dr. Fernando Nobre.
Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u713584.shtml
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