O biocarvão permite enterrar uma parte do carbono que, de outra forma, seria enviado para a atmosfera aquando da decomposição das plantas. Com efeito, todos os anos 120 biliões de toneladas de carbono atmosférico são absorvidos pela vegetação aquando do processo da fotosíntese, ou seja, seis vezes mais que o total das emissões do Homem… Metade deste carbono é emitido pela respiração das plantas, a outra metade fica na planta sob a forma de matéria orgânica e só é libertado na sua morte, pela via da sua decomposição.
A ideia por detrás do biocarvão consiste em pirolisar estes vegetais mortos e impedir assim o envio deste carbono para a atmosfera. O alvo primordial desta técnica são os restos agrícolas ou silvícolas que normalmente ficam abandonados no solo, decompondo-se e enviando CO2 para a atmosfera e que poderia ser recolhidos e enviados para fabricas de transformação, em cooperativas agrícolas e produzir assim carvão que depois seria usado na localidades em redor. Com efeito, os biocarvões e óleos assim produzidos poderiam ser uma interessante alternativa energética podendo substituir o consumo de combustíveis sólidos e assim, evitar também as emissões de CO2.
As fabricas de biocarvão seriam equipadas com sistemas de recuperação de gás metano e de óxido nitroso, ou seja, não se poderia usar o método convencional de produção de carvão. A pirólise contudo resolveria este problema e poderia até enriquecer os solos onde o processo decorresse. Estamos assim perante um método que se pode revestir de um papel crucial na resolução do problema vital que é o Aquecimento Global e que já deveria estar a merecer maior atenção por parte dos Estados…
Fonte:
Science & Vie, novembro de 2009
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