O último documentário de Michael Moore: “Capitalism, a Love Story” depois de se concentrar nas (numerosas) maleitas de que padece e nos faz padecer o sistema Capitalista passa de uma forma mais ou menos superficial a questão dos métodos empresariais alternativos de gestão. Moore concentra-se no modelo das “Cooperativas de Trabalhadores” abordando vários exemplos de sucesso em atividade nos EUA.
Usando o exemplo concreto de uma destas “Cooperativas de Trabalhadores”, a Isthmus, que se dedica à área de conceber e fabricar robots e sistemas de automação, vamos deitar nas próximas linhas uma visão sumária sobre este tipo de organizações:
1. A empresa é detida pelos próprios trabalhadores e o seu sucesso – que deriva necessariamente do desempenho de toda a equipa – é igualmente repartido
por todos que nele efetivamente participam.
2. A empresa é organizada sob o modelo de uma cooperativa, uma organização desenhada para agregar os recursos representados pelos indivíduos que a compõem de forma a alcançar um objetivo comum. Existem vários tipos de cooperativas: de Produção, de Consumidores e de Trabalhadores. A “Isthmus Engineering” escolheu o modelo de “Cooperativa industrial de Trabalhadores”.
3. Uma “Cooperativa de Trabalhadores” é um tipo de cooperativa onde os cooperantes são os mesmos que nela trabalham. As decisões de gestão são sempre tomadas de forma democrática em que cada membro tem um voto, na melhor aplicação do princípio fundamental das democracias: “um Homem, um Voto”.
4. Existe uma distribuição equitativa dos lucros da cooperativa entre todos os seus membros, independentemente das funções que desempenham na organização.
5. As Cooperativas de Trabalhadores têm um enfoque muito forte nas áreas de formação e na educação dos seus cooperantes.
6. Este tipo de organizações também mantêm laços de solidariedade entre os seus membros e as suas famílias, assim como preocupações de responsabilidade social para com a comunidade em que estão inseridos.
Acreditamos que a melhor forma de gerar riqueza e emprego não reside nas empresas públicas ou estatais, mas no empreendedorismo particular, na livre iniciativa em suma no Capitalismo. Mas um Capitalismo de pequena ou média escala e de âmbito local e não multinacional, de Empresas Locais, feitas para e a partir da Comunidade e das pessoas que a compõem e não de e para “conselhos de Administração” egóticos, babilonicamente remunerados e completamente irresponsáveis no que concerne aos efeitos das suas más decisões. Este modelo de gestão privado, apresentado pelas “cooperativas de trabalhadores” é uma opção que hoje nos é apresentado como possível pelo sucesso vincado das empresas que nos EUA e em outros países o escolheram. E sendo um modelo de gestão plenamente democrático é também melhor garantia contra os desmandos e loucuras de gestão a que os “gestores modernos” nos habituaram e porque exige empresas de pequena ou média escala e sempre de âmbito local, muito adequado ao paradigma das “Economias Locais” do economista alemão E. F. Schumacher que por aqui temos vindo a defender.
Fonte:
http://isthmuseng.com/aboutus/workerownedcoop/workerownedcoop.aspx
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