A estratégia de Obama para o Afeganistão passa por uma abordagem em três fases:
1. Um reforço militar
2. A afeganização da guerra
3. Uma estratégia de retirada.
Este plano em três fases é pelo menos lógico e coerente, o que é muito diferente da confusa e desnorteada estratégia de Bush. E bem precisado está o Afeganistão de uma nova estratégia, com uma situação militar que se agrava todos os dias e com parcelas crescentes do território afegão a caírem nas mãos dos talibãs.
Um dos pontos fulcrais para a fase dois (a “afeganização”) seria a legitimidade do governo democraticamente eleito. Infelizmente, aí Obama errou rotundamente, comprometendo no processo o sucesso de toda a estratégia. As presidenciais de agosto de 2009 foram manchadas por suspeitas generalizadas de fraude e por corrupção galopante em todos os níveis da administração e das forças de segurança. Em tal clima, o envio de mais trinta mil homens (fase um) encontrará o devido ambiente para ser bem sucedido? Se o governo local é cada vez mais ilegítimo, como pode Obama esperar que o seu inepto e corrupto exército seja capaz de aqui a cinco anos suportar totalmente o esforço de guerra? Sem uma limpeza do governo, novas (e legítimas) eleições e uma profunda reorganização do país, nas bases locais e tribais que sempre o formataram, não haverá jamais um Afeganistão pacífico. Se Obama quer sair do Afeganistão terá que começar por retirar o apoio norte-americano ao corrupto governo de Hamid Karzai, tornar o país num Estado federal muito descentralizado e apoiar esta estratégia com a visão em três fases acima indicada. Mas com “aliados” locais com outra credibilidade e num tipo de Afeganistão radicalmente diferente daquele que conhecemos…. Ou a fase de “afeganização” de Obama será tão bem (mal) sucedida como a de Gorbachev, depois da retirada das divisões soviéticas…
Alguns pontos que me parecem pertinentes:
1.Faz falta um exército paquistanes forte, que domine o seu próprio pais e controle a cupula do exército e estado do Afeganistão.
2. Tenham paciência mas o Paquistão e o Afeganistão terão de ser estados de cariz teocrático tipo Irão. Instalar uma democracia ocidental nestes paises é impossível, dada a falta de cultura democrática local e a forte influência clerical.
3. Não haverá paz, enquanto o comércio de droga financiar os talibans e os senhores da guerra. A queima dos campos de papoila é essencial. Combater armas, com mais armas, custa a dar frutos e é tremendamente moroso.
e contudo, o exército paquistanês é forte, disciplinado, bem comandado e relativamente bem equipado. A força dos radicais na fronteira é que é tremenda, assim como o seu apoio local…
também acredito que a democracia que se tenta impor no Paquistão não tem bases, porque esta depende de elevados níveis de Educação e civismo que aqui ainda não existem (e que no Ocidente, sejamos francos, também se começam a perder)
O combate à heroína é crucial: ela é hoje a fonte de financiamento dos talibãs! se dólares, não compram balas… a NATO alega que não destroem os campos porque isso iria virar as populações locais contra ela, mas a alternativa parece-me bem pior!
acho que Obama deveria se lembrar de algumas lições importantes ensinadas por um sábio mestre, elas seriam de grande utilidade
http://www.suntzu.hpg.ig.com.br/
http://www.scribd.com/doc/269490/sun-tzu-a-arte-da-guerra
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