Todos já devemos ter passado pelo menos mais do que uma vez pelo teste Rorschach… O teste foi criado pelo alemão Hermann Rorschach em 1921.
O teste permite (supostamente) avaliar pacientes psiquiátricos e avaliar a história de vida do analisado. Com efeito, é possível que duas pessoas apresentem o mesmo resultado no teste, mas que tenham personalidades radicalmente diferentes, pelo que o psicólogo terá necessariamente que interpretar os resultados cruzando-os com a história pessoal do paciente.
Datam de 1857, as primeiras utilizações de manchas de tinta simétricas pelo médico alemão Justin Kerner. Mais tarde, outros fizeram o mesmo. Mas só com Rorschach é que os testes deste tipo revelaram alguma eficácia. O médico começou por usar centenas de borrões de tinta nos pacientes do hospital psiquiátrico onde trabalhava e nos seus colegas médicos e enfermeiros. Comparando os resultados, pode produzir resultados padrão, reutilizáveis em novos pacientes que são ainda hoje a base teórica e prática destes testes. Foi nesta época, que o médico selecionou 15 imagens, de entre estas centenas, porque eram neles que as diferenças entre doentes e sãos eram mais visíveis. Em 1918, o teste recebeu a designação de “Teste Psicodiagnóstico”.
Os seus críticos têm-lhe apontado a subjetividade da interpretação que depende excessivamente do julgamento do terapeuta. O teste é considerado como “projetivo”, porque deverá expor a personalidade do paciente, através da interpretação proposta. As manchas não têm um significado “certo” e na sua seleção deve à flexibilidade de interpretação como um factor fundamental.
Na interpretação, o terapeuta não deve nunca referir o borrão de tinta, devendo decorrer como se o profissional estivesse a analisar um sonho.
Na interpretação propriamente dita, se o paciente focar a sua leitura apenas numa pequena parte do borrão isso indica uma “personalidade obsessiva”, se descortinar figuras metade humanas, metade animais, isso indicará esquizofrenia, pelo menos segundo alguns psiquiatras, não havendo contudo absoluta concordância quanto a estas leituras… Em suma, não devemos considerar que este teste tem um valor absoluto, ou dogmático. As duas interpretações acima exemplificadas são relativamente aceites na comunidade cientifica, mas não não sinais certos (e isolados) de esquizofrenia ou de obsessão, dependem de um quadro mais geral e devem sempre seguir o principio de que os Testes de Roschard são sobretudo guias de interpretação, uma espécie de “sonhar acordado”, executado na presença do terapeuta e logo, possibilitando-lhe um alto grau de observação, impossível de igualar nas experiências oníricas convencionais.
Fontes:
http://brazil.skepdic.com/rorschach.html
http://www.psychologicalscience.org/newsresearch/publications/journals/sa1_2.pdf
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