Há cada vez mais locais no Sistema Solar com capacidade teórica para albergar formas de vida.
Marte e o satélite joviano Europa continuam a ser excelentes candidatos. Marte porque já possuiu água líquida num passado geologicamente muito recente. Há também suspeitas de que possa haver ainda lagos subterrâneos em vários locais… Europa, por sua vez, parece ter um oceano sob uma uma camada de gelo com alguns quilómetros de espessura.
Em Marte os melhores habitates parecem estar não há superfície mas a alguns centímetros ou metros de profundidades onde ainda existe uma hidrosfera. A sonda Phoenix Mars Lander encontrou água líquida na superfície, mas apenas durante um breve período de tempo, já que se congela ou evapora muito rapidamente. Por outro lado, os elevados níveis de radiação cósmica que se abatem sobre a superfície marciana também devem ser muito danosos ao saudável desenvolvimento de qualquer pequena criatura (micróbio, alga ou pequeno inseto ou verme) que possa existir em Marte e que se atreva a viajar pela superfície…
Embora não esteja tão próximo como Marte, outro bom candidato a albergar vida é o satélite joviano Europa, que se acredita ter um oceano salgado sob a sua crosta de gelo profunda de alguns quilómetros. E de facto, é difícil conceber um ambiente mais propicio do que este à presença de vida) calor, água líquida e protecção da radiação solar. É claro que este oceano ainda é meramente teórico e mesmo se existir (como tudo indica) o seu acesso não será fácil, já que se encontra sob alguns quilómetros de gelo.
A pesquisa por vida no Sistema Solar irá conhecer brevemente um salto qualitativo com o “Mars Science Laboratory” (MSL) da NASA que deverá ser lançado em finais de 2011 e que estará equipado com um laboratório de química orgânica capaz de detectar vida microbiana.
Enquanto isso, a Europa continua a desenvolver o seu primeiro rover marciano, o ExoMars, que dará um passo que o MSL da NASA não conseguirá dar: cavar no subsolo marciano também em busca de sinais de vida, e é relativamente provável que a encontre já que é precisamente no subsolo que há mais protecção contra a radiação solar e cósmica (Marte tem uma atmosfera de apenas 1% da da Terra) e onde parece haver gelo de água ou mesmo gotículas de água, como constatou o Mars Polar Lander.
O satélite joviano Europa terá assim que esperar para depois destas investigações marcianas… É que os seus oceanos com mais de três quilómetros de profundidade, além de estarem muito mais longe do que Marte, também não serão fáceis de explorar… Há rumores de que decorrem conversações entre a NASA e a ESA a propósito de uma missão conjunta a Europa, inicialmente apenas um orbitador, seguido depois de um Lander capaz de aterrar e perfurar o gelo até chegar ao oceano subterrâneo. Mas nada ainda está definido para uma missão que não será lançada antes de 2020 e sobretudo, não se sabe ainda como criar um Lander capaz de resistir a um ambiente ainda mais extremo do que Vénus (radiação, temperaturas baixas e falta de atmosfera) e ainda assim conseguir brocar gelo que pode ter até cinco quilómetros de profundidade, chegar a um oceano com 3 quilómetros de profundidade, etc, etc. Ou seja, até que pode haver vida em Europa, mas que ela está bem escondida, isso ninguém pode negar!
Fonte:
http://www.space.com/missionlaunches/091012-mm-mars-europa.html
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